De regresso à música, com o EP ‘Oro’, a cantora, que agora se apresenta como Dianna, revela a sua verdadeira essência nos novos temas. Embora solteira, diz-se feliz. O foco é o trabalho. Abriu uma editora e criou uma marca de jóias
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Lançou recentemente o EP ‘Oro’, que tem com várias influências musicais. É uma nova identidade?
Durante muito tempo não tinha encontrado a minha identidade. Ouço muita coisa diferente e tinha dificuldade em perceber o que queria fazer musicalmente. Libertei-me de tudo o que podia estar alojado na minha cabeça. Comecei a fazer música com amor. Deixei de ter tanto medo das opiniões.
O que motivou esse receio?
É muito difícil quando se é figura pública e se passa muito tempo sem cantar. Inicialmente, quando voltei, havia esse medo. Agora, com este EP foquei-me apenas naquilo que queria transmitir como artista.
Decidiu mostrar as raízes...
Nunca expus nada da minha família porque é o meu bem mais precioso. Tenho família espanhola e falo espanhol desde pequenina. Não sou uma portuguesa que decidiu cantar espanhol. Eu tenho de facto essas raízes. Cresci entre Portugal e Espanha, muita gente não sabia e ficou espantada. Não foi de repente. Está presente na minha vida desde sempre.
As músicas ‘Oro’ e ‘Solteira’ transmitem o empoderamento no feminino. O que é que a levou a trabalhar esta temática?
Vivo as coisas como mulher e escrevo no feminino, mas tenho homens que ouvem os meus temas e identificam-se. No fundo, é um empoderamento do ser humano. Hoje em dia já não existem esses entraves. Como mulher quis levantar estas bandeiras.
Sempre teve essa força?
Cresci com uma mãe muito forte, que me passou sempre a mensagem: ‘Por muito que estejas mal, nunca podes desistir’. Nunca parei para me lamentar ou pensar: ‘Não consigo’. Eu sei que há pessoas que não têm essa capacidade e por isso quis levantar estas questões, para lhes transmitir força.
No Dia dos Namorados lançou o tema ‘Solteira’. Foi uma provocação?
Sinto que há muita gente que nesse dia fica triste porque quem namora partilha declarações e fotografias de jantares românticos. ‘Solteira’ passa uma mensagem de força a todos os solteiros. Lanço este tema numa altura da minha vida em que estou solteira e me sinto bem e feliz. Solteiros ou sozinhos, o importante é estarmos felizes.
E por isso canta: "Solteira é que estou bem..."
Nunca forcei nada na minha vida. Gosto muito da minha companhia. Sou muito produtiva quando estou sozinha. Sempre encarei o estar solteira de forma positiva. Não penso muito nisso. Vou vivendo a minha vida e lutando pelos meus objetivos. Quem vier, que venha para acrescentar algo à felicidade que eu já tenho.
Há algum arrependimento do que está para trás?
Durante muito tempo as pessoas deixaram de ver-me como cantora, porque ela deixou de existir. Talvez seja aquilo de que mais me arrependa. De não ter voltado mais cedo à música. Tenho pena, porque a música é aquilo que mais gosto e sei fazer bem. Tudo o resto, os altos e baixos, fizeram sentido. Acredito que o universo nos dá aquilo que precisamos na altura certa.
Ainda assim não ficou esquecida.
O público não me esqueceu e eu agradeço. É sinal que deixei marca.
Como é que se manteve presente?
Esforcei-me muito. Tive muitos colegas que desistiram devido ao aparecimento da era digital. Ficaram revoltados com os influenciadores que ficaram famosos. Eu acho que soube fazer essa gestão. Tenho muita gente que me segue desde os ‘Morangos com Açúcar’, mas também tenho pessoas que começaram a seguir-se depois. Hoje em dia, as redes sociais fazem parte do nosso trabalho e eu aproveitei isso.
No entanto, o foco agora é a música.
Vou ser sempre influenciadora. Não vejo isso como a menina que faz a maquilhagem ou ‘unboxings’ [desembalamento de produtos]. Sempre tentei transmitir os meus valores e aquilo em que acredito. Vou continuar a fazer isso. Sou mulher e sou vaidosa. Gosto de mostrar a roupa, o baton. Vejo-me como empresária.
Como é a Diana na intimidade?
Sou a alma da festa. Gosto muito de estar com os amigos, jantar fora. Dar-me aos outros. Quem não me conhece acha-me arrogante. Costumam dizer que tenho um olhar forte e a minha cara é muito séria. Depois começo a falar e desmancho essa imagem. Tenho uma vida perfeitamente normal. Faz-me confusão quando as pessoas acham que temos uma vida diferente. A única diferença é a exposição.
A família é o refúgio?
É onde vou buscar força.
Está longe.
Estão no Porto. Gostava que a distância ente Lisboa e o Porto fosse de 20 quilómetros, para poder ir a casa e receber os mimos. Faz-me muita falta. Sempre disse que queria viver em Lisboa, mas gostava que os meus estivessem mais perto.
Já se sente lisboeta?
Já são muitos anos. No início foi complicado, com a exposição mediática dos ‘Morangos’. Não tinha tempo para ir a casa. Agora, sinto que tenho duas casas.
Além da música, agora é empresária. Lançou a marca Mala Santa com uma coleção de anéis, concebidos e desenhados por si.
Sinto-me muito realizada a nível pessoal. Fiz dois projetos numa altura difícil com várias dificuldades, devido à pandemia. Enfrentei muitas adversidades para lançar estes dois projetos. Os estúdios estavam fechados, as fábricas a meio-gás. A conclusão a que cheguei é que é possível fazermos tudo. Temos de nos saber reinventar e ter muita força.
E ainda abriu uma editora...
Estava a fazer tanta coisa sozinha que só assim fazia sentido. Tenho uma equipa. Planeio editar outros artistas. As pessoas não têm como chegar às editoras. Não há muitas mulheres com editoras em Portugal.
Sentiu preconceito por parte de outras editoras?
Não senti, até porque quando voltei à música editei-me. Quero que a minha editora tenha a facilidade de chegar às pessoas e vice-versa. Vamos filtrar muito. Valorizo muito o fator diferenciador, além da voz. O artista faz-se de uma série de coisas. Hoje em dia, as vozes já não fazem carreiras.
É jurada no ‘All Together Now’, da TVI. O programa ainda não estreou, mas já tem sido muito criticado pelo público. Qual é a sua opinião?
Há muita gente que está contra o entretenimento, mas nós artistas não temos layoff. É preciso que o público entenda que fazer um programa não é uma brincadeira. Temos uma profissão. Somos testados até mais não. Não vamos fazer programas para ir para festas. Estamos todos a trabalhar.
Como é que lida com as críticas?
Não valorizo muito. Hoje em dia, as pessoas têm acesso fácil aos artistas e dizem tudo de forma pouco filtrada. Há muitos ódios de estimação e na internet ainda é pior. As figuras públicas são mais atacadas. Quanto mais conhecido se é mais ‘haters’ se tem. Eu ignoro e não alimento. Acredito que as pessoas vão ali despejar.
Enquanto artista foi difícil gerir a carreira em tempos de pandemia?
Até agora não fui infetada com o vírus e a minha família também não. Felizmente tenho outras fontes de rendimento, mas outros artistas não têm. É muito complicado.
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