Aos 59 anos, a socialite assume todos os detalhes do “crime hediondo” que cometeu ao encomendar a morte do marido Paulo Cruz, em 2007. Fala sobre a vida no Estabelecimento Prisional de Tires e do afastamento do filho mais novo.
1 / 7
Ao fim de 12 anos de silêncio, Maria das Dores, a mandatária da morte do empresário Paulo Cruz, descreve em livro todos os detalhes do "crime hediondo" que ordenou a 20 de janeiro de 2007, numa das propriedades da família na avenida António Augusto Aguiar, em Lisboa.
Na obra ‘Eu, Maria das Dores, me Confesso’, que chega agora às bancas, a socialite diz que nunca premeditou a morte do marido, mas admite que teve "cinco minutos de apagão de bom senso e lucidez", nos quais ordenou ao motorista João Paulo Silva e a outro amigo do empregado, Paulo Horta, a morte do então companheiro:
"O medo de ficar sozinha cegou-me. A raiva por me sentir desprezada anulou-me. Estava com ciúmes por saber que ele [Paulo Cruz - o marido] já não me olhava como a ‘Mimi’ [como era carinhosamente tratada por amigos e familiares] que o tinha seduzido... Agora, aos seus olhos, eu era apenas a Maria Gorda, uma mulher envelhecida e cheia de dores [fruto da amputação de parte do braço esquerdo]. O Paulo tinha-se cansado de mim."
Maria admite que tentou evitar o crime, por arrependimento, mas não terá chegado a tempo.
"Não faças nada, por favor - supliquei-lhe [referindo-se ao motorista] - Vou subir. - ‘É melhor que não suba’. O tom de voz dele assustou-me. E, por isso, arranquei com o carro e segui o plano. Se tivesse subido, teria conseguido evitar o assassinato? Ou talvez também me tivessem matado a mim..."
Após o sucedido, a socialite encontrou-se com João Paulo Silva no Campo Grande para pagar o valor acordado.
"Tenho na mala os 1500 euros que prometi pelo trabalho das torneiras. Na realidade, é o dinheiro com que ordenei o assassínio."
A socialite nega os valores exorbitantes muitas vezes mencionados pela imprensa: "Não lhe prometi 150 mil euros do dinheiro do seguro. Não prometi esse dinheiro ao João Paulo. Apenas lhe falei dos 1500 euros. Foi o que lhe paguei, nesse dia, no Campo Grande, minutos depois de cometer o homicídio."
Maria acabou por ser detida a 6 de fevereiro de 2007. Foi encaminhada para interrogatório na polícia e negou sempre o alegado envolvimento na morte de Paulo Cruz.
"Menti. Nos interrogatórios, no julgamento e depois também na prisão. Demorei muitos anos a assimilar o que tinha feito. Demorei todo este tempo até estar preparada para confessar", descreve.
A socialite ficou detida no Estabelecimento Prisional de Tires até à data do primeiro julgamento. Acabou por ser condenada a 23 anos de prisão, em novembro de 2008. Conseguiu a revisão da pena para 21 anos.
Toda a história hoje na revista Vidas do Correio da Manhã
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.