Mudou-se para Lisboa com o sonho de ser actriz. Apesar de ter chorado todos os dias com saudades de casa, não se arrepende do esforço.
Mudou-se para Lisboa com o sonho de ser actriz. Apesar de ter chorado todos os dias com saudades de casa, não se arrepende do esforço. Aos 23 anos, quer vingar na televisão e depois concretizar o sonho de ser mãe.
- Terminou recentemente a sua participação na série ‘Rebelde Way’. Também foi uma adolescente rebelde?
- Sempre fui e ainda por cima tenho uma irmã mais nova que é completamente o oposto de mim: é muito sossegada, dedicada aos estudos e detesta noite. Eu aos 16 anos disse aos meus pais que queria entrar para a moda, aos 17 que tinha namorado e aos 18 já trabalhava na noite. Mas posso dizer que fui uma boa rebelde. Nunca me deixei levar pelos maus caminhos.
- Como é que surgiu a oportunidade de entrar no mundo da representação?
- Já me tinham convidado para dois castings dos ‘Morangos com Açúcar’ mas, como vivia em Gaia, não me apetecia nada ir para Lisboa e mudar a minha vida toda. Até que surge a terceira oportunidade e eu pensei que desta é que era de vez. Arrisquei, fiz o casting, depois ofereceram-me uma formação de três meses e eu decidi mudar-me para Lisboa. Desse workshop éramos 30 e só passavam 12 para o elenco dos ‘Morangos’, portanto não tinha garantias nenhumas de que o dinheiro que estava a investir em casa e alimentação iria dar frutos. Mas correu tudo bem.
- Como é que foram os primeiros tempos em Lisboa?
- Foram maus, senti-me muito sozinha. Na primeira semana chorava todos os dias e dizia que queria voltar para o Porto.
- Morava sozinha?
- Não, quando cheguei fui para um apartamento de uma agência de modelos e dividia casa com um brasileiro e uma polaca. Só que, na altura da Moda Lisboa, a casa foi ‘invadida’ por pessoas de todos os sítios e eu não me conseguia concentrar para decorar os textos. Decidi ir para uma residência feminina de freiras, mas como as gravações dos ‘Morangos’ acabavam tarde fui expulsa ao fim de 15 dias. Depois, ainda vivi uma semana num hotel até encontrar a casa onde estou hoje, ao pé do rio, e de que gosto muito. Finalmente, encontrei a minha estabilidade mas até lá foi um turbilhão de emoções.
- Depois disso, sentiu dificuldades na adaptação?
- Algumas, porque as pessoas de Lisboa são muito diferentes das do Porto. Eu lá passava a vida em casa dos meus amigos e aqui, quando saia do trabalho, não tinha ninguém com quem estar. Senti muito a falta dos meus amigos, da minha família e até me habituar foi complicado. Agora gosto imenso de Lisboa e não penso em voltar para o Porto.
- E as saudades do namorado?
- Foram muitas. O Nelson tentava vir cá de 15 em 15 dias e eu também fazia imensas viagens ao Porto para estar com ele. Andava muito cansada porque, além do ritmo de trabalho, andava numa correria entre Lisboa e Porto. Mas superámos a distância. Já namoramos há quatro anos, por isso as desconfianças, os ciúmes foram postos de lado e ao fim de oito meses, quando entrei para a ‘Rebelde’, decidimos mudar a vida toda para cá.
- Convencê-lo a mudar-se foi fácil?
- Mais ou menos. O Nelson vivia só com a mãe e o que poderia dificultar a mudança dele era deixá-la sozinha, mas a mãe dele também nos apoiou imenso, porque sabe que estamos bem um ao pé do outro e que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Ele mudou-se, também teve de se adaptar, passar pelo processo todo por que passei.
- Como é que vocês se conheceram?
- Conheci o Nelson quando tinha 16 anos, num bar, e sempre achámos muita piada um ao outro: havia química. Entretanto, perdemos o contacto e, aos 18, reencontrei-o num centro comercial. Decidi enviar-lhe um toque para o telemóvel para ver se o número ainda era o mesmo, ele olhou para trás, viu-me e veio ter comigo. Trocámos e-mails, começámos a falar através da internet: marcámos um café, outro e outro. E nunca mais nos largámos.
- Ele tem ciúmes da sua exposição?
- Houve uma fase de adaptação, foi um bocado complicado, porque o Nelson não é do meio e, ao início, foi difícil para ele aceitar as cenas de beijos. Por isso, a solução que arranjei foi levá-lo às gravações. A partir daí começou a perceber que as cenas eram feitas com 20 pessoas à minha volta e que não havia nada de especial naqueles beijos. Agora já vê essas cenas de outra maneira e sabe distinguir as coisas.
- Aos 23 anos pensa em ter filhos?
- Penso, não vou é concretizar já esse sonho. Sempre tive uma vontade enorme de ser mãe nova e gostava de ter o meu primeiro filho aos 25 anos. Não sei se vai ser possível porque queria estabilizar a carreira primeiro e ter a certeza de que uma paragem de um ano não me vai afectar no trabalho. Enquanto isso não acontecer, não posso engravidar, porque sei que corria o risco de terminar a minha carreira.
- Gostava de ter uma família muito grande?
- Não tenho paciência para muitos filhos e acho que mesmo que tivesse muito dinheiro só queria ter dois, de preferência um casal. Tanto eu como o Nelson somos pessoas muito activas e sei que com muitos filhos não iríamos conseguir conciliar as coisas. Prefiro ter dois para lhes conseguir transmitir a educação que quero.
- Entrou para a moda aos 16 anos. O que os pais lhe disseram?
- Não disseram nada. Os meus pais nunca me contrariaram e tenho a sorte de eles serem pessoas com uma mentalidade muito aberta. É óbvio que me deram alguns conselhos e que o sonho do meu pai era que eu entrasse para a faculdade e tirasse um curso.
- E tirou?
- Fiz questão de ir para a universidade, mas o curso de Letras ficou a meio. Nunca pus de parte os estudos e por isso é que eles sempre me apoiaram. Porque consegui realizar os sonhos que eles tinham para mim e os meus. É lógico que a moda é associada a um mundo de drogas e vícios, mas eu acho que só entra nisso quem quer. Sempre estive à parte desse mundo. Sempre me explicaram o que as drogas faziam e nunca caí na tentação de experimentar. Como comecei a trabalhar bastante nova na noite também cresci muito rápido.
- Trabalhou onde?
- Em bares e discotecas. Foi lá que conheci o meu namorado e também onde ganhei o meu primeiro ordenado à séria. Ainda hoje estou muito ligada a esse meio, porque o meu namorado é empresário da noite e eu apoio-o.
- Foi independente muito cedo...
- Sim, aliás eu comecei a trabalhar não por necessidade mas por querer ser independente, para não ter de pedir dinheiro aos meus pais nem justificar onde iria gastar esse dinheiro. Claro que a minha mãe não queria e, para ela, foi um choque ao início, mas como conciliei sempre com os estudos acabou por aceitar, e depois já gostava de me ver tão nova e tão responsável.
- A faculdade foi só mesmo para fazer a vontade aos pais?
- Foi para fazer a vontade ao meu pai e também a mim. Na altura não estava na televisão e decidi que devia tirar um curso porque poderia depender disso para viver. E também por uma questão de realização pessoal. Acho que uma pessoa deve ser culta e saber falar sobre tudo. No início queria seguir desporto, mas tive muitas lesões e esse sonho ficou para trás.
- Tem jeito para o desporto?
- Sim, fiz muitos anos dança de competição, cheguei a ser campeã nacional, mas a verdade é que o desporto de alta competição deixa sempre sequelas e tive muitas lesões graves. O meu sonho era ser professora de educação física mas, como não foi possível, tirei o nível três de desporto e posso dar aulas em ginásios.
- Ainda não perdeu o sotaque do Norte.
- Não, e faço questão de o manter. É lógico que em eventuais papéis que peçam para modificar vou fazer um esforço, mas enquanto não o pedirem vou manter o sotaque. Sou eu, venho de Gaia e tenho muito orgulho em ser do Norte. Em Portugal existe um bocadinho esse preconceito mas, por exemplo, no Brasil as novelas são gravadas com imensos sotaques.
- Já namora há quatro anos com o Nelson. Quando é que o apresentou aos pais?
- É engraçado porque uma vez disse ao meu pai que o homem que eu lhe apresentasse era aquele com quem iria casar. E só lhes apresentei o Nelson aos 19 anos. A minha mãe ficou estupefacta porque era o primeiro namorado que ela me conhecia. E a verdade é que já estamos juntos há algum tempo. Espero que seja a pessoa com quem vou casar.
- Gostava?
- Gostava muito. Já faço vida de casada e só ainda não oficializei a relação porque acho que o casamento é um negócio. Para se fazer uma festa bonita é preciso muito dinheiro e acho que tenho outras prioridades na vida do que pegar em dez ou 15 mil euros e fazer uma festa de casamento. No dia em que esse dinheiro não me fizer falta, então caso e com tudo aquilo a que tenho direito: vestida de princesa e com a festa com que sempre sonhei. O casamento vai ser o celebrar da nossa união: vou juntar os amigos e a família e fazer a festa.
- Quando conheceu o Nelson achou logo que era a pessoa certa?
- Achei. Senti uma coisa que nunca tinha sentido por ninguém e, ao fim de dois meses de namoro, já tínhamos um elo tão forte que não tem explicação. E foi esse sentimento que me fez apresentar o Nelson aos meus pais e juntar-me ao fim de pouco tempo.
- Agora que ele já se habituou à sua exposição, equaciona posar nua?
- Não o pretendo fazer para já, mas não posso dizer que nunca o farei. Só posaria para a ‘Playboy’ por uma quantia astronómica que me pudesse ajudar imenso na vida. Mas estou perfeitamente à vontade com o meu corpo.
- Aumentou o peito recentemente. Sente-se melhor assim?
- O que eu queria era rechear um bocadinho o decote e sentir-me mais à vontade de biquíni, por isso decidi fazer. Nunca tinha sido operada na vida e não sei como ganhei coragem para o fazer, mas estou muito satisfeita e agora posso dizer que gosto de tudo no meu corpo.
REFLEXO
- O que vê quando se olha ao espelho?
- Vejo aquilo que sou: uma rapariga normal, muito básica no seu dia-a-dia e com uma vontade enorme de trabalhar e realizar os seus sonhos.
- Gosta do que vê?
- Normalmente gosto.
- Alguma vez lhe apeteceu partir o espelho?
- Já, quando era mais nova praticava ténis e houve uma vez que levei com uma raquete no olho e ficou em muito mau estado. Tanto que quando, no dia a seguir, me vi ao espelho o susto foi tão grande que desmaiei. Dessa vez, apeteceu-me partir o espelho.
- Quem gostaria de ver reflectido no espelho?
- Adoro a Jennifer Lopez, por isso não me importava de me olhar ao espelho e ver lá uma semelhança qualquer com ela.
- Pessoa de referência?
- O meu namorado, os meus pais e a minha avó, que é uma pessoa que me ensinou muita coisa. É um exemplo de vida para mim.
- Momento marcante na vida?
- Foi quando decidi viver sozinha em Lisboa para tentar a sorte como actriz. Foi uma aventura e acabou por fazer parte da realização do meu sonho, que era entrar no mundo da representação.
- Qualidade e defeito?
- A qualidade é ser muito perfeccionista. O defeito talvez seja a teimosia.
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