Odília Pereirinha vai ser chamada pelo advogado do filho a depor em julgamento. O objectivo será "humanizar ao máximo a história de Renato"
Odília Pereirinha já sabe que vai ser chamada pelo advogado do filho a depor em julgamento - o objectivo, perante o grande júri, será "humanizar ao máximo a história do Renato", a sua vida e "um passado em família exemplar", adianta ao CM fonte próxima da defesa. A mãe do jovem será um "trunfo essencial" na estratégia definida por David Touger.
A enfermeira está ciente da importância que o seu testemunho pode ter - e nos próximos meses vai ser "preparadaao pormenor" para intervir em tribunal. Odília tem revelado interesse em conhecer pormenores do sistema de Justiça norte-americano e as fases processuais que o filho irá enfrentar até que se sente no banco dos réus. Só a 1 de Fevereiro se conhecerá, no Supremo Tribunal de Nova Iorque, o rumo definitivo do processo.
A estratégia da defesa passará por demonstrar que Renato estava numa situação de dependência económica temporária e seria seduzido por falsas promessas de trabalho. O objectivo é fazer crer em tribunal que Renato estava ‘refém' de Carlos Castro.
Enquanto luta nos Estados Unidos pela liberdade de Renato, que já lhe explicaram ser missão impossível, Odília vai apoiando a filha Joana, à espera de bebé. E apesar da gravidez, agora de dois meses, não a conseguiu demover de ir também visitar o irmão em Fevereiro - provavelmente já na cadeia, depois de ter alta da ala psiquiátrica do Bellevue Hospital.
O novo membro da família é esperado para o Verão, "está previsto nascer a 18 de Agosto", adianta ao CM fonte próxima da família - e Odília vai agora dividir-se entre Cantanhede e a casa de Dulce em Newark, onde a amiga lhe dará abrigo pelo menos até ao final do julgamento.
Nessa altura, Odília conta já "saber andar sozinha de Newark para o tribunal, em Nova Iorque", onde quer assistir a todas as sessões e vai depor, sempre sob juramento, com a mão por cima da Bíblia, conforme lhe explicaram.
"A FAMÍLIA ESTÁ DESTROÇADA"
Não são apenas os habitantes de Cantanhede que estão a seguir "com toda a atenção" o caso da morte do cronista Carlos Castro, num hotel de luxo de Nova Iorque. Também em Canas de Senhorim, Nelas, os contornos do homicídio são dissecados e comentados até à exaustão até porque ali reside a avó e um tio materno de Renato Seabra.
Ali, o caso também surpreendeu "toda a gente" e angustiou os familiares de Renato. No Largo do Rossio residem Rosa e Heleno Pereirinha, avó e tio do manequim, que ficaram incrédulos quando souberam do envolvimento do familiar na morte do cronista. "A família está destroçada e não é para menos", disse ao CM uma vizinha que nos últimos dias tem apoiado os familiares de Renato. A avó, de 76 anos, foi operada ao coração em Dezembro e, segundo a vizinha, "foi-se muito abaixo quando soube do que aconteceu ao neto e por isso evita sair de casa".
A família Pereirinha foi residir para Canas de Senhorim há mais de 40 anos para expandir o negócio da ourivesaria. "Ainda me lembro quando o avô do rapaz [Renato Seabra], andava de bicicleta a vender ouro porta-a-porta", afirma Manuel Figueiredo, de 74 anos, mostrando depois o relógio que trazia no pulso. "Está a ver este relógio, foi a Odília [mãe do manequim] que me ajudou a escolhê-lo", adiantou. Segundo os populares, Renato Seabra ia poucas vezes a Canas de Senhorim. É descrito como um jovem "bem educado e simpático". "Fiquei doente quando vi a fotografia dele num caso de assassinato", disse ao CM um vizinho.
"FOI RESULTADO DAS MÁS COMPANHIAS"
Os habitantes de Canas de Senhorim que melhor conhecem Renato Seabra acreditam que "para ter feito aquilo que confessou foi vítima de qualquer coisa de muito grave". José António Miranda, de 53 anos, amigo da família, conhece o manequim "desde pequenino" e não o imagina "a matar ninguém". No entanto, acredita que alguma coisa se passou. "Para mim, isto tudo foi resultado das más companhias que teve nos últimos tempos", referiu ao CM o residente em Canas de Senhorim, que lamenta o "terramoto que se abateu na família e amigos". A mãe de Renato saiu de Canas para Cantanhede ainda solteira, mas continua a ter muitos amigos naquela localidade.
PORMENORES
"RENATO ESTÁ DOENTE"
A população de Cantanhede interpreta a decisão de manter Renato Seabra hospitalizado, sob detenção, como uma prova de que o jovem "está bastante doente" e estaria "muito alterado quando praticou o crime".
NAMORADA EXPLICA
Para Isa Costa, a jovem com quem Renato Seabra mantinha uma relação íntima, a explicação é simples. "Tenho a certeza de que se ele fez o que dizem que fez é porque estava sob o efeito de estupefacientes".
VIGÍLIA SOLIDÁRIA
Na quinta-feira, mais de 400 pessoas juntaram-se no largo fronteiriço à Igreja de Cantanhede numa vigília de solidariedade para com Renato Seabra e família. Criticaram a falta de ajuda dada ao jovem pela Justiça americana.
"RENATO ERA AMBICIOSO"
Tiago Jacob, amigo de infância de Renato, descreve o jovem como "muito inteligente e bom aluno" e um rapaz que "namoriscava bastante". Para Tiago a aproximação a Carlos Castro só tem uma explicação: "O Renato era ambicioso e tinha sempre objectivos."
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