Ex-atriz acusa a família do marido de racismo e diz que pensou pôr termo à vida no Palácio.
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Foram duas horas de uma conversa com Oprah Winfrey em que nada ficou por dizer. Numa entrevista verdadeiramente explosiva, emitida pela CBS no último domingo, e seguida por mais de dez milhões de pessoas, Meghan Markle disse-se vítima de bullying, acusou a família do marido de racismo e esclareceu a polémica com Kate Middleton, garantindo que a cunhada a deixou em lágrimas em vésperas do seu casamento.
Recordando os primeiros tempos ao lado de Harry, Meghan admite, hoje, que não fazia a mínima ideia daquilo que a esperava no Palácio. "Eu não sabia exatamente o que era ser um membro ativo da família real", conta, recordando que no primeiro encontro com a rainha, Harry lhe disse minutos antes que tinha de fazer uma vénia, algo para o qual não estava preparada. No entanto, lembra essa conversa como "informal, fácil e encantadora".
A desavença com Kate
Os problemas começaram a poucos dias do casamento, nomeadamente com Kate Middleton. Meghan explicou que, ao contrário do que foi noticiado, não foi ela que deixou a cunhada em lágrimas. "Mas o contrário aconteceu", disse, detalhando que o desentendimento teve a ver com os vestidos das meninas das alianças. "Ela estava chateada com alguma coisa, mas depois pediu desculpa e enviou-me flores. Mas, na altura, fez-me chorar e magoou-me", afirmou, acrescentando ter ficado desiludida quando a história foi noticiada "ao contrário" e nunca desmentida por Kate ou alguém do Palácio. Algo que se tornou uma constante na vida de Meghan.
Nos meses que antecederam e que se seguiram ao casamento, os jornais britânicos tornaram público o passado da ex-atriz, as guerras com o pai e a irmã e avançaram com notícias que segundo a duquesa eram falsas, mas que nunca foram desmentidas pela família real. "Disseram-me sempre para dizer ‘não comento’ e não me preocupar porque eles me iriam proteger. Mais tarde vim a perceber que não só não me protegiam como mentiam para proteger outros membros da família, e comigo não eram capazes de dizer a verdade para o fazerem."
Pensamentos suicidas
Em lágrimas no jardim da sua casa na Califórnia, Meghan garantiu ter entrado em depressão com a vida no Reino Unido. Mal se casou com Harry, afirmou que todos os pertences e o passaporte lhe foram "confiscados" e não podia fazer nada para além do que lhe estava atribuído em agenda. "Não é que se pudesse chamar um Uber ao Palácio", referiu, acrescentando que, com o passar dos meses, o seu estado psicológico se foi degradando ao ponto de pensar em pôr termo à vida. "Eu simplesmente não queria mais viver. E esses foram pensamentos constantes, aterradores, reais e muito claros." Na altura, a ex-atriz recorda que não podia ser deixada sozinha um segundo, mas lembra que quando pediu ajuda ao Palácio esta lhe foi negada porque não era benéfico para a imagem da "firma", como chama à família de Harry.
Acusações de racismo
Meghan, de 39 anos, que está à espera do segundo filho – uma menina – revelou que a sua passagem pela realeza foi um calvário e que tudo conseguiu piorar assim que soube que estava à espera de um bebé e tomou consciência de que o filho não iria receber um título real ou ter direito a segurança. Na entrevista sugeriu que isso pudesse estar relacionado com questões raciais. "Enquanto estive grávida, houve conversas sobre o bebé não vir a ter segurança, sobre o facto de não receber um título e ainda sobre quão escura a pele dele poderia ser quando nascesse. Isso chegava até mim através do Harry, foram conversas que a família teve com ele. Era muito difícil ouvir", explicou, recusando-se a referir o nome do membro da família que discutiu este assunto.
Família real em silêncio
A entrevista exclusiva dos duques, que foi vendida à CBS, rendeu entre sete e nove milhões de dólares (5,8 e 7,6 milhões de euros) ao canal ‘Oprah’, que lucrou ainda mais dois milhões ao ceder os direitos à ITV, que ontem emitiu a conversa em Inglaterra.
Há anos que o país não assistia a uma entrevista tão polémica a envolver a família real – a última tinha sido dada pela princesa Diana à BBC, em 1995, quando admitiu que o seu casamento não resultou porque "eram três" na relação, referindo-se à amante do marido, Camilla Parker-Bowles.
Segundo a imprensa britânica, a família está em choque com a entrevista, mas não se pronunciou oficialmente sobre a mesma. No entanto, os críticos já se fazem ouvir, posicionando-se do lado da rainha.
O apresentador britânico Piers Morgan, uma das vozes mais ativas, acusa a ex-atriz de hipocrisia, de chorar pela sua privacidade quando depois a expõe, abrindo a porta da sua mansão de 14 milhões, de se dizer uma prisioneira no Palácio quando viajava para Nova Iorque e dava um baby shower de meio milhão para os amigos, durante a gravidez, e de manchar propositadamente a imagem da coroa, que capitalizou ao assinar um acordo milionário com a Netflix. A polémica promete continuar.
Harry assume zanga com o pai e irmão
Depois do relato de Meghan, Harry tomou a palavra para defender a mulher. Disse que sair da realeza foi a única solução para salvar uma Meghan emocionalmente destroçada e evitar que a história da mãe se repetisse. "Saí pela falta de apoio", lamentou, acrescentando que a relação com o pai, o príncipe Carlos, se deteriorou. "Tive três conversas com a minha avó e duas com o meu pai até ele deixar de me atender o telefone", disse, recordando que a preocupação do pai era que deixasse todos os seus pontos da vontade de abandonar a realeza "por escrito" e que lhe cortou todo o apoio financeiro. "Desiludiu-me porque ele já passou por algo parecido, e sabe qual é a dor que se sente."
Sobre o irmão, William, declarou o seu amor profundo, mas não escondeu que estão "afastados". No entanto, acredita que o tempo curará tudo.
Ao recordar a mãe, Harry não tem dúvidas de que a princesa Diana estaria do seu lado no meio de toda esta polémica. "Acho que ela estaria muito zangada com tudo isto. Mas o que ela quereria é que fossemos felizes."
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