Médico dos famosos, de 59 anos, conta a Duarte Siopa o que sentiu depois de lhe ter sido diagnosticado cancro da próstata.
Duarte Siopa - Após fazer análises de rotina, foi-lhe dito que tinha cancro na próstata. Como foi receber uma notícia tão difícil como essa?
José Maria Tallon - As análises de rotina mostraram indícios de que podia ter [cancro] e após alguns exames - ressonância magnética e uma biopsia - foi confirmado. É uma palavra dura. Quando te dizem isso, mesmo que estejas à espera, fica-se em choque. Na primeira semana evitas pensar no assunto e comportas-te como se nada estivesse a acontecer. Depois da primeira semana, tens que enfrentar o problema e tentar resolvê-lo. É aí que se tem noção da realidade.
Duarte Siopa - Depois de receber a notícia, sentiu o confronto com a morte?
José Maria Tallon - Já tinha tido um confronto com a morte num acidente de carro há uns anos. O que senti foi que a vida não acaba aqui, que depois disto continua de uma forma diferente. Dá-se importância ao que é importante. Tenho, sem dúvida nenhuma, muita vontade de viver, enfrento a morte de frente. Decidi que a minha vida não ia mudar e continuei a trabalhar da mesma forma. As pessoas só souberam quando as notícias saíram.
Duarte Siopa - Como é que se dá uma notícia destas à sua mulher e aos seus filhos?
José Maria Tallon - A minha mulher estava completamente convencida de que a biopsia ia dar negativa. É sempre muito complicado porque quando estás a dar a notícia estás a enfrentar a realidade da palavra, do problema. Quanto aos meus filhos, não queria assustá-los demais, mas também não queria diminuir as possíveis consequências.
Duarte Siopa - É um drama para toda a família...
José Maria Tallon - Eu sou otimista e isso ajuda a que os dramas nunca sejam dramas, apenas contratempos que vou resolver.
Duarte Siopa - Foi então que começou a procurar o melhor método para se tratar...
José Maria Tallon - Sim, havia a possibilidade de retirar completamente a próstata...
Duarte Siopa - E isso leva à impotência...
José Maria Tallon - Em 50% dos casos sim, e eu não estava preparado psicologicamente para enfrentar uma cirurgia desse tipo. Fui à procura e, depois de ir à Alemanha e após ter falado com vários médicos aqui, encontrei o Dr. Reis Santos, que me disse que eu tinha dois nódulos localizados e que entendia que eu deveria retirá-los através de novos métodos, que têm tido resultados fantásticos.
Duarte Siopa - Decidiu por esse método?
José Maria Tallon - Decidi ter mais uma opinião e fui a Espanha. Encontrei-me com um urologista e disse-lhe: 'Se tiver que tirar a próstata, tiro. Primeiro, gostava de ficar vivo, de preferência não ficar incontinente, e também de não ficar impotente. Tenho 59 anos e muita vontade de viver'. O médico viu os exames e concordou a 100% com o Dr. Reis Santos.
Duarte Siopa - Opta por fazer essa intervenção em Espanha devido à sua família?
José Maria Tallon - Vou para Espanha por vários motivos. Duvidei se deveria fazer cá ou lá porque a confiança que tinha nos dois médicos era a mesma. Mas tenho família em Espanha... Tenho duas filhas em Madrid a estudar Medicina, e o conforto de estar lá com elas é maior. Por outro lado, queria alguma privacidade neste processo. Não me importo de falar e tencionava fazê-lo porque acho que é importante atuar preventivamente como eu fiz. Mas no momento cirúrgico queria ter alguma privacidade, que aqui seria difícil. Além disso, o seguro que eu tenho, que é português, comparticipa 100% da intervenção sendo feita em Espanha, e não comparticipa sendo feita aqui. É uma coisa estranha, mas infelizmente é a realidade.
Duarte Siopa - Já fez a cirurgia. O que falta fazer agora?
José Maria Tallon - Vou fazer um controlo para ver se os nódulos foram completamente eliminados pelo meu organismo.
Tallon deixa conselhos a outros homens
No final da entrevista, que será emitida esta terça-feira, a partir das 11h45, no programa 'Flash!Vidas', da CMTV, Duarte Siopa desafiou José Maria Tallon a deixar um conselho a outros homens que possam passar pelo mesmo. "Não devem ter medo. Não deixem de fazer algo porque estão a pensar nas consequências. As consequências só aparecem quando não tomamos decisões. Na maioria dos casos podemos resolver as coisas sem efeitos secundários."
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