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Toy arrasa Governo: “Estou triste com o abandono da nossa classe”

Músico desabafa sobre a crise que o meio artístico atravessa.

16 de novembro de 2020 às 13:12

A falta de apoios do Governo à cultura portuguesa tem sido tema para muita discussão. Toy não é exceção e através de uma carta que escreveu para a ‘TVGuia’ manifestou o seu desagrado com o Governo.

"Ao longo da nossa história, iremos sempre enaltecer e relembrar todos os momentos cruciais que nos foram identificando desde o Condado Portucalense. A literatura, a pintura, a escultura, a poesia, a música, o teatro, o cinema…Enfim, a cultura tem sido grande alavanca da manutenção da nossa identidade. Gostar de ser português é mais do que estar "ocidentalizado" (aliás, no Tratado de Tordesilhas era mais ‘Oriente’ para Portugal e ‘Ocidental’ para Espanha). A globalização…Ok, a união entre os povos é importante, o respeito pelos outros, sim, mas e nós? Somos refrigerantes caramelizados e sandes de carne moída prensada ou somos cozido à portuguesa e arroz de cabidela acompanhados por um tinto? Somos o Halloween e o Valentine’s Day ou a Páscoa e o São Martinho? Na rádio devemos ouvir que música? A portuguesa, em maior quantidade, ou dar protagonismo aos que querem modificar a nossa cultura?", começou por escrever.

O cantor de música popular não se ficou por aqui: "Enfim, tudo isto ainda se suporta, mas ter um ministério da Cultura completamente mudo em relação a tudo isto, sem dar apoio aos agentes culturais, implementando mini-iniciativas que beneficiam ‘lobbies’, é muito mais grave".

"Desde o início desta crise, levantei a hipótese de serem revistos os impostos dos agentes culturais, para não haver os tais subsídios (que alguns têm direito e outros não) que apenas provocam desigualdade e injustiça na classe. Nem um pequeno espaço de tempo tiveram os ministros da Cultura e das Finanças para se reunirem? Ou será que a desunião na classe artística é benéfica para as políticas culturais do país? Não creio que assim seja. Por isso, estou triste com o abandono da nossa classe, que só é lembrada em campanhas eleitorais ou no prazo de pagamento de impostos", continuou.

"Lembrem-se os responsáveis políticos pela nossa cultura que só o enriquecimento da mesma, acompanhada com um maior investimento na educação , o futuro da nossa identidade fica mais sólido e representativo em qualquer sociedade, sendo uma força não militarizada que impõe respeito ao resto do mundo. ‘A cantiga é uma arma’, e só com armas de paz se constrói uma sociedade sólida e respeitada. A força intelectual perdura na história da civilização como a mais influente no benefício de qualquer sociedade. Viva a cultura, viva Portugal", rematou.

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