Mulheres que foram abusadas prometem revelar a sua própria lista dos agressores.
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Numa altura em que o comité de supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgou publicamente mais de 30 mil documentos (recebidos do Departamento de Justiça) sobre as investigações de tráfico sexual que envolvem Jeffrey Epstein e a sua ex-namorada, Ghislaine Maxwell, várias vítimas revelam agora o esquema que estava por detrás de tudo.
Numa conferência de imprensa, realizada nas extremidades do Capitólio, esta quarta-feira, várias mulheres decidiram falar para exigir transparência e pressionar a administração de Trump no sentido de serem revelados os arquivos na sua totalidade, deixando de lado os acordos confidenciais, ordens de proteção e leis secretas. É que há ainda milhares de documentos que continuam no segredo dos deuses. Em causa estão registos, pessoas, entidades, comunicações, avisos de imunidade e documentação da detenção e morte do magnata.
No decorrer da conferência de imprensa, várias vítimas revelaram a forma de operar do agressor sexual. Segundo os relatos, muitas das vítimas chegaram a Epstein através da cooperação de outras vítimas. Entre elas, estava, por exemplo, Haley Robson.
Haley tinha 16 anos quando uma amiga do colégio lhe contou sobre um trabalho que pagava centenas de dólares em troco de dar uma “massagem” a um homem rico. Foram várias as meninas angariadas desta forma. No entanto, quando as menores eram conduzidas até ao local, Epstein exigia que se despissem e que fizessem outras coisas. No final, pagava entre 200 e 300 euros e dava-lhes ordem para trazerem mais meninas.
"Quando entrava na sala de massagens, Epstein despia-se e pedia-me para fazer várias coisas. Nunca tive tanto medo na minha vida. Sentia que não tinha outra opção. Se desobedecia, sabia que podia acontecer-me algo", recordou Robson, que, por medo, acedeu a levar outras meninas de sua escola.
Marina Lacerda, outra vítima de Epstein, corroborou o modus operandi ao afirmar que, aos 14 anos, descobriu um emprego que lhe pagava 300 euros para massajar um homem mais velho. No entanto, quando descobriu do que se tratava, o emprego tornou-se o "seu pior pesadelo". Lacerda trabalhou para Epstein até os 17 anos e não se lembra de partes de sua própria história, por isso pede transparência no caso. "Há pessoas que sabem mais sobre o meu abuso do que eu. O governo tem os documentos que me podem ajudar a lembrar e ajudá-me a recuperar", afirmou.
Outra das vítimas, Lisa Phillips, que foi levada para a ilha de Epstein em 2000, afirma que o homem não era um "predador em série", mas sim um "traficante internacional de pessoas que era protegido". Exige justiça do Congresso para que não continuem a encobrir pedófilos e, em vez disso, proteja os sobreviventes.
Nesse sentido, Phillips revelou mesmo que os sobreviventes de Jeffrey têm falado sobre a possibilidade de virem a revelar os nomes dos envolvidos por meio da criação de sua própria lista, uma vez que sabem quem estava envolvido no círculo de Epstein.
“Criaremos a nossa lista. Reuniremos os nomes de todos que conhecemos que faziam parte do círculo de Epstein. Estamos a fazer isso pelos sobreviventes”, disse Phillips. Entretanto, a congressista republicana Marjorie Taylor Greene, já deixou uma garantia: “Assim que me entregarem a lista, atravessarei o plenário da Câmara e lerei cada nome dos homens que abusaram das vítimas.”
De recordar que durante a campanha de 2024, Trump já havia prometido que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos os arquivos secretos sobre as investigações do caso. Chegou mesmo a dizer, em entrevista, que era “muito estranho” que uma lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.
Epstein foi preso a 6 de julho de 2019, por tráfico sexual de menores na Flórida e em Nova Iorque, tendo morrido na sua cela a 10 de Agosto, por suicídio por enforcamento.
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