CUF cria unidade de apoio aos sobreviventes de cancro
Depressão, fadiga e ansiedade são algumas das sequelas associadas aos tratamentos do cancro.
Os médicos de oncologia dos hospitais CUF alertam para os desafios que os sobreviventes de cancro enfrentam depois da doença. Para dar resposta às necessidades, o hospital privado criou a Unidade do Sobrevivente de Cancro.
Em comunicado, os especialistas explicam que o número de sobreviventes de cancro tem vindo a aumentar devido à “evolução dos tratamentos”, bem como ao “crescente número de diagnósticos oncológicos” e à “deteção precoce”. Em Portugal, a Liga Portuguesa Contra o Cancro estima que mais de meio milhão de pessoas ultrapassaram a doença.
Os especialistas sensibilizam que, embora os tratamentos permitam aos doentes viver mais tempo, também existem efeitos secundários “com implicações no seu bem-estar a médio e longo prazo, limitando a sua qualidade de vida”.
“Sintomas depressivos, dor, fadiga, perda de memória, problemas de concentração, dificuldades nas relações sociais e familiares estão entre as queixas mais reportadas pelos sobreviventes de cancro”, enumera a oncologista do Hospital CUF Tejo, Mariana Malheiro.
Malheiro explica que até 75% dos sobreviventes reportam alterações cognitivas, nomeadamente dificuldades de memória e concentração e mais de 50% refere problemas de sono.
O medo de que o cancro possa voltar pode provocar ansiedade, pelo que cerca de 24% dos sobreviventes apresenta sintomas de ansiedade e 50% revela preocupação em relação a uma recorrência da doença, segundo alerta a oncologista.
No espaço de meses ou até anos após o fim dos tratamentos, os pacientes podem desenvolver ainda problemas cardíacos, desregulação hormonal e redução da mobilidade.
“Todas estas implicações motivam a “necessidade de avaliação e acompanhamento clínico dos sobreviventes, para que possam obter orientações que promovam a sua saúde e qualidade de vida”, explicou Li Bei, oncologista do Hospital CUF Descobertas.
De modo a “apoiar os sobreviventes no tratamento de sequelas e na adaptação à vida após o cancro”, como se lê no comunicado, foi criada a Unidade do Sobrevivente de Cancro. O projeto integra profissionais de saúde de várias áreas para aplicar uma abordagem multidisciplinar, tendo em conta as necessidades de cada utente.
A nova unidade hospitalar está disponível nos hospitais CUF Descobertas e CUF Tejo e prevê-se que seja integrada nas instalações do Porto ainda este ano.
“É fundamental que os médicos que nos acompanham após um cancro [...] saibam reconhecer e compreender as sequelas do cancro [...] e consigam aconselhar sobre os cuidados mais adequados”, sublinhou Madalena d’Orey, sobrevivente de cancro.
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