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Disfunção erétil afeta até 50% dos homens entre os 40 e os 70 anos, mas existe tratamento

Prevenção e procura atempada de ajuda médica especializada são essenciais para um tratamento eficaz e seguro.

18 de dezembro de 2025 às 15:01

A disfunção erétil é uma condição médica frequente que continua envolta em silêncio, vergonha e desinformação. Trata-se de um problema com impacto significativo na qualidade de vida do homem e do casal, mas é, na maioria dos casos, tratável de forma eficaz.  

Como explica a urologista e andrologista Vanessa Vilas-Boas ao CM, “a disfunção erétil é a incapacidade de obter ou manter uma ereção que permita uma atividade sexual satisfatória, de forma recorrente ou constante”. 

A disfunção erétil torna-se mais prevalente com o avançar da idade, afetando cerca de 29% dos homens entre os 40 e 49 anos; 50% entre os 50 e os 59 anos; e até 74% entre os 60 e 69 anos, de acordo com a especialista. Estima-se que, em Portugal, cerca de 500 mil homens sofram desta condição, o que corresponde a aproximadamente 13% da população masculina. 

Apesar da expressividade destes números, muitos homens continuam a adiar a procura de ajuda médica, frequentemente por vergonha ou pelo receio de não existir solução.  

A condição tem vários fatores e pode resultar da combinação de várias causas. Entre as mais comuns encontram-se alterações vasculares, neurológicas, hormonais, anatómicas, psicológicas ou induzidas por fármacos.  

Patologias como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, doença cardiovascular, e hábitos como o tabagismo, sedentarismo e consumo excessivo de álcool, aumentam significativamente o risco de disfunção erétil.  

“O desempenho sexual do homem não depende apenas da integridade dos mecanismos biológicos da ereção, podendo ser negativamente influenciado por fatores transitórios e reversíveis como o stress, o cansaço ou a indisponibilidade emocional”, segundo a médica. 

Um episódio isolado de falha erétil não é, por si só, motivo de preocupação. Contudo, quando a situação se repete ou se mantém no tempo, deve ser valorizada, uma vez que a ansiedade de desempenho pode agravar o problema e dificultar o tratamento. 

Embora seja considerada uma patologia benigna, a disfunção erétil tem um impacto profundo no bem-estar psicológico do homem, afetando a autoestima, a confiança e as relações interpessoais e familiares. Como sublinha Vanessa Vilas-Boas, trata-se de uma condição que “afeta não só a atividade sexual, mas também o equilíbrio emocional e a qualidade de vida", e que deve motivar a procura de apoio médico o mais cedo possível.  

Como evitar ou tratar a disfunção erétil

A prevenção da disfunção erétil passa, em grande medida, pela adoção de um estilo de vida saudável. Manter um peso adequado, praticar exercício físico regular, evitar o tabaco, moderar o consumo de álcool, dormir bem e gerir o stress são medidas fundamentais. É igualmente essencial diagnosticar e tratar atempadamente doenças associadas, como a diabetes ou alterações hormonais.  

“O tratamento existe e é eficaz na maioria dos casos”, reforça a urologista, salientando que a ajuda médica não deve ser adiada por receio ou desinformação.  

Um urologista avalia cada caso de forma individualizada, de forma a identificar fatores de risco e escolhendo a terapêutica mais adequada. As opções incluem fármacos orais, terapias intra-uretrais ou injetáveis diretamente no pénis, dispositivos de vácuo e, em situações específicas, cirurgia com implantação de próteses penianas.  

O acompanhamento psicológico e a terapia sexual desempenham também um papel fundamental, sobretudo quando fatores emocionais estão envolvidos no problema. 

A especialista alerta para os perigos da automedicação: “muitos produtos vendidos online ou em sex-shops têm constituintes desconhecidos e podem causar complicações graves”, especialmente em homens com doenças cardiovasculares ou medicados com fármacos específicos. 

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