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E quando algo não está bem? As estratégias que pode utilizar para contribuir para o bem-estar psicológico do seu filho

Validar sentimentos e passar tempo em conjunto sem pressão, favorecendo a comunicação, estão entre as dicas sugeridas pelos especialistas.

14 de fevereiro de 2025 às 11:13

Numa altura em que o tema da saúde mental se encontra na ordem do dia, os pais estão cada vez mais atentos ao bem estar psicológico dos filhos. 

Um estudo realizado na Irlanda e Reino Unido pela The Children's Society , e citado pelo Independent, descobriu que dois em cada cinco pais que procuraram ajuda para a saúde mental dos filhos não recebem o apoio necessário.

O Independent revelou algumas dicas de especialistas sobre como conversar com um filho sem se ser autoritário, contribuindo para o bem-estar psicológico das crianças.

Criar confiança

Seb Thompson, psicólogo clínico na Cygnet Health Care, explica que é necessário construir uma base de segurança e confiança no relacionamento, isto porque, as pessoas só falarão sobre a sua saúde mental se "se sentirem seguras o suficiente para fazê-lo". 

“Crie o ambiente certo, evitando o confronto e a crítica, tornando-se mais ouvinte. Só o facto de mostrar a alguém que está lá para o ajudar e dar-lhe toda a sua atenção pode fazer uma grande diferença", afirma o psicólogo. 

Perguntas abertas

Para Seb Thompson, é importante haver tempo para fazer perguntas sobre "como vão as coisas". “Isso demonstra que realmente se importa, tornando as pessoas mais propensas a se abrir".

“Se notar que as coisas parecem diferentes, não tenha medo de nomeá-las. Diga-lhes o que observa e faça perguntas genuínas. Não tire ilações”, frisa.

Passar tempo juntos sem pressão

Para a psicóloga e cofundadora da The Chelsea Psychology Clinic, Elena Touroni, fazer algo em conjunto como cozinhar, dar um passeio ou jogar um jogo pode facilitar a comunicação com as crianças. “Às vezes, falar parece menos intimidador quando não é uma conversa cara a cara”, refere.

Observe mudanças comportamentais

De acordo com o psicólogo Seb Thompson, é importante prestar atenção a mudanças no comportamento ou na rotina diária. “Se tem um filho que normalmente é uma pessoa muito extrovertida e sociável e, de repente, se torna bastante retraído e isolado, pode indicar que algo está a acontecer”.

“Da mesma forma, quando está perante alguém que é naturalmente muito tímido, mas começa a tornar-se muito extrovertido, também pode ser um sinal de que a pessoa está a ter dificuldades com alguma coisa ou que algo mais pode estar a acontecer”, destaca.

Mudanças nos hábitos alimentares ou de sono, assim como o afastamento de atividades sociais, também podem ser indicativos de um problema maior.

Modelo de honestidade emocional

Segundo Elena Touroni, é importante mostrar ao seu filho que não existe problema em falar em sentimentos, partilhando os seus de uma forma apropriada para a idade.

A psicóloga refere que dizer coisas como "senti-me sobrecarregado hoje, por isso fui dar uma volta para espairecer a cabeça",  ensina-os a perceber que as emoções são normais e controláveis.

Validar sentimentos

Seb Thompson explica que a adolescência é um momento assustador por si só, tornando-se ainda pior quando há problemas relacionados com a saúde mental. "Validação e garantia podem fazer toda a diferença”, salienta.

Ajudar a entender as emoções

O psicólogo destaca que o maior problema que as pessoas frequentemente enfrentam quando são crianças e adolescentes é entender o seu próprio mundo emocional interno. “Como pai ou cuidador, tente sintonizar-se com o que a pessoa está a sentir, ajudando-a a entender".

Atenção às redes sociais e atividades online

A psicóloga Elena Touroni recomenda que pais tenham noção do que os filhos fazem online "sem serem intrusivos", uma vez que as redes sociais podem impactar a autoestima e a saúde mental. "Ter discussões abertas sobre o que veem e como isso os faz sentir é importante”, destaca.

Tranquilizar 

Para a psicóloga, é fundamental que o pais façam com que os filhos saibam que não precisam de passar por nada sozinhos. “Lembre-os de que está lá para ouvir e, se necessário, oferecer ajuda externa. Isto seja um professor, conselheiro ou profissional de saúde mental”, explica.

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