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Investigadores revelam fruta que pode reduzir o risco de depressão

'Tratamento simples' pode ajudar a reduzir risco de depressão em 20 por cento, segundo os cientistas.

10 de março de 2025 às 18:51

Um grupo de cientistas da Universidade de Harvard, nos EUA, descobriu que comer uma laranja por dia pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver uma depressão.

Um intestino saudável ajuda a digerir a comida e a absorver os nutrientes, fortalecendo o sistema imunitário e reduzindo o risco de certas doenças crónicas. Mas também tem um grande impacto no humor e disposição, uma vez que 90% da serotonina e mais de 50% da dopamina presentes no corpo humano são produzidas no intestino. 

Por isso, os investigadores consideram o principal órgão do sistema digestivo como um ‘segundo cérebro’. 

Raaj Mehta, médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, juntamente com uma equipa de investigadores, analisou dados de mais de 30 mil mulheres. Mehta percebeu que as mulheres que consumiam muitos citrinos tinham menos probabilidade de desenvolver depressão. 

“Descobrimos que comer em média uma laranja por dia pode reduzir o risco de desenvolver depressão em 20%”, afirmou o médico à Harvard Gazette, citado pelo New York Post. 

“O efeito parece ser específico aos citrinos. Quando observamos o consumo total de fruta ou vegetais das pessoas, ou de outras frutas individuais como maçãs ou bananas, não vemos nenhuma relação entre consumo e risco de depressão”, explicou Mehta. 

Os investigadores analisaram amostras de fezes e descobriram que os citrinos estão associados a níveis mais elevados de F. prausnitzii, uma bactéria intestinal conhecida pelas propriedades anti-inflamatórias, mas que também ajuda a conduzir a serotonina e a dopamina para o cérebro. 

Contudo, Raaj Mehta realçou a dificuldade de “comparar a eficácia de citrinos com antidepressivos tradicionais, porque estamos a falar de prevenir a depressão, e esses medicamentos são utilizados para tratar a depressão quando alguém já a tem”. 

“Espero que os nossos resultados inspirem outros investigadores a observar a ligação entre a dieta e a saúde mental”, disse Mehta. “Penso que as pessoas sabem por intuição que aquilo que comemos tem impacto na nossa disposição. Até temos um termo para isto: comida de conforto, que nos faz sentir melhores a curto prazo”, acrescentou. 

Os cientistas reconheceram os limites da investigação, uma vez que a maioria dos participantes eram mulheres brancas e de meia-idade.  

Apesar das limitações, comer uma laranja, uma tangerina ou outro citrino por dia não fará mal. “Existe uma procura tão elevada por tratamentos para a depressão e comer citrinos não tem muitos efeitos secundários”, afirmou o médico, defendendo que “seria bom ver o quanto este simples tratamento pode ajudar”. 

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