Resultados surgem depois do governo de Donald Trump ter alertado as grávidas para não recorrerem à toma do analgésico.
Uma nova revisão científica, citada pelo The Guardian, revelou que não existem ligações entre o uso de paracetamol por mulheres grávidas e a possibilidade de o bebé ser diagnosticado com autismo ou transtorno do défice de atenção e hiperatividade (TDAH).
Os resultados surgem depois de o governo de Donald Trump ter alertado as mulheres grávidas para não recorrerem à toma do analgésico, uma vez que, segundo os republicanos, este medicamento é responsável pelo aumento das taxas de autismo. O presidente norte-americano chegou mesmo a pedir, quando discursou na Casa Branca no passado mês de setembro, que as mulheres grávidas "lutassem com todas as suas forças" e conversassem com os médicos que as acompanhavam sobre esta situação.
Embora o aumento das taxas de autismo seja evidente, os cientistas acreditam que o mesmo possa estar relacionado com a evolução do diagnóstico, isto é, a medicina tem, nos dias de hoje, mais meios e condições para diagnosticar esta doença e os médicos utilizam mais critérios para descrever esta condição.
No estudo, publicado no British Medical Journal, a obstetra Shakila Thangaratinam explica que: "as mulheres devem saber que as evidências existentes não comprovam uma ligação entre o paracetamol e o autismo e o TDAH".
“Se mulheres grávidas precisarem de tomar paracetamol para febre ou dor, recomendamos que o façam, principalmente porque a febre alta na gravidez pode ser perigosa para o feto”, acrescentou.
A professora afirma que as mães cujos filhos sejam diagnosticados com qualquer uma destas doenças não se devem sentir culpadas por tomar este tipo de analgésico durante a gravidez. Shakila Thangaratinam refere que o diagnóstico pode estar associado ao histórico familiar.
Dimitrios Siassakos, também professor, afirma que o "paracetamol é o medicamento mais seguro para uso durante a gravidez" e que é há várias décadas tomado por mulheres grávidas."É também o mais seguro para uso em casos de febre materna, enquanto a febre alta não tratada é um fator de risco para desfechos gestacionais desfavoráveis, incluindo complicações fetais", menciona. "A febre alta e a inflamação têm um impacto negativo no cérebro do feto e do recém-nascido, e a inflamação não tratada pode atravessar a placenta”, conclui.
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