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MAPA junta representantes do setor. Comunicar as boas práticas implementadas na cadeia alimentar é o objetivo.
30 de setembro de 2025 às 12:24
Os principais produtores de carne e derivados de origem animal juntaram-se no Movimento Ambiente e Produção Alimentar (MAPA), que procura a valorização do papel da atividade rural na promoção do ambiente, da economia, do bem-estar animal e da saúde humana.
Esclarecer e desmistificar perceções da sociedade civil sobre a produção e o consumo de carne e derivados de origem animal é um dos papéis do MAPA, formado por entidades representativas dos setores da produção agrícola, da criação de animais de consumo e da produção e distribuição agroalimentar, com apoio técnico e científico.
“Temos o objetivo de comunicar a uma só voz as boas práticas implementadas em toda a cadeia alimentar, desde a agricultura, a criação de animais e a indústria da carne e do leite, passando pelo retalho”, esclarece a porta-voz do MAPA, Graça Mariano, diretora-executiva da Associação Portuguesa da Indústria da Carne.
Os membros da organização pretendem fomentar um debate positivo e educativo na sociedade civil sobre a produção e a indústria agroalimentar, que permita ao setor continuar a evoluir em cooperação com as comunidades. O MAPA propõe-se “desmistificar ideias preconcebidas, sem base científica, sobre o mundo rural, sobre o seu papel na manutenção, preservação, equilíbrio da natureza e bem-estar animal”, conforme se pode ler no sítio da organização.
“No geral, os consumidores sabem muito pouco das regras impostas pela União Europeia, quer na criação e abate dos animais quer na produção de carne, em termos de bem-estar animal e de higiene dos alimentos. Talvez seja esta a principal razão para que algumas minorias combatam o desconhecido”, defende Graça Mariano.
O MAPA também conta com o contributo de especialistas da sociedade civil nessa valorização do setor. A ex-diretora-geral da saúde, Graça Freitas, destacou a importância de uma dieta omnívora na evolução da humanidade numa iniciativa da organização. “Sou pela diversidade, pelo equilíbrio alimentar, por buscarmos na natureza tudo o que pudermos sem a explorarmos em demasia. E com profundo respeito pelo bem-estar dos animais”, afirmou a médica.
O autor da obra “Ser omnívoro pela tua saúde e a do planeta”, o veterinário espanhol Juan Pascual Beitia, defendeu os benefícios de uma alimentação mista de carne e vegetais numa palestra promovida pelo MAPA.
A importância do mundo rural na preservação do ambiente é enaltecida pelo MAPA. “Somos ambientalistas por natureza”, lembram os produtores Alfredo Cadime e Júlio Amorim, em mensagens no sítio da organização. “Tratamos do ambiente no dia a dia, da paisagem, dos animais, nas melhores condições”, justifica o primeiro representante do setor.
O MAPA considera a pegada ecológica positiva porque a emissão de gases metano pelas vacas é compensada pelo papel desempenhado por pastagens de boa qualidade na remoção natural de dióxido de carbono da atmosfera terrestre.
Mas o impacto da atividade rural supera a produção de alimentos fundamentais para uma alimentação equilibrada. Para Graça Mariano, “o setor cria emprego e riqueza social em múltiplas áreas, levando à fixação de pessoas no interior, que tratam das florestas e protegem-nas de incêndios”.
