'Burlão das notas de 50' confessa crimes
Em tribunal, garantiu que burlou para conseguir dinheiro para comprar droga.
Um homem acusado de mais de 30 burlas com notas de 50 euros, entre 2014 e 2016, confessou esta terça-feira, no Tribunal de Gaia, parte dos factos e justificou-os com a necessidade de conseguir dinheiro para comprar droga.
O arguido de 42 anos admitiu que, até ser detido em março deste ano, entrava em confeitarias, cafés, pastelarias e restaurantes do norte do país e, enquanto simulava falar ao telemóvel, pedia sandes para levar e solicitava aos comerciantes para lhe trocar uma nota de 50 euros que nunca entregava, pondo-se depois em fuga num carro.
"O dinheiro que arranjava era para comprar cocaína e heroína para mim e para a minha namorada que, por vezes, me acompanhava, mas ficava sempre no carro", disse ao coletivo de juízes.
O "burlão das notas de 50 euros", como ficou conhecido, está acusado de 47 crimes, entre os quais 36 de burla qualificada, furtos, roubos, violência após a subtração, violação de imposições, condução perigosa de veículo rodoviário, resistência e coação sobre funcionário, ofensa à integridade física na forma tentada e dano.
O alegado burlão explicou que a mulher morreu em 2010, ficou com um filho pequeno, a sua empresa de construção civil deixou de ser rentável e começou a "afundar-se" em dívidas e que, depois de ter conhecido a sua namorada em 2014, começou a consumir droga diariamente, motivos que o levaram a "montar este estratagema".
Além disso, o arguido reconheceu que, em algumas situações, retirou o dinheiro diretamente das caixas registadoras, aproveitando o facto dos proprietários das lojas estarem a confecionar o que havia pedido.
Muitos dos crimes foram registados nas imagens de videovigilância dos estabelecimentos, imagens com os quais o presumível burlão -- em prisão preventiva - foi confrontado.
"Mas, nunca agredi, nem magoei ninguém", frisou.
Já sob vigilância das autoridades, o arguido viria a ser detido em março deste ano, após um perseguição que começou na baixa do Porto e terminou em Vila Nova de Gaia com o despiste do carro em que seguia a alta velocidade.
A sua companheira, que também está a ser julgada por coautoria de alguns crimes e que está sujeita a apresentações periódicas às autoridades, não quis prestar declarações.
Já o irmão do suspeito, igualmente associado pelas autoridades a alguns crimes, está em parte incerta, tendo o seu processo sido separado.
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