Garça baleada recupera e é devolvida à natureza
Ave ferida a tiro chegou ao RIAS com três chumbos no corpo e asa direita partida.
A garça-real que deu entrada no RIAS - Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, em Olhão, no dia 8 de outubro, com três chumbos no corpo e a asa direita partida, já recuperou e foi devolvida à natureza no sábado. A ave esteve em tratamento durante um mês e meio numa câmara de recuperação que simulou o seu habitat natural para ajudar no recobro.
A ave é considerada como a maior espécie de garça existente em Portugal e chega a viver até aos 25 anos. Esteve perto de não conseguir alcançar essa idade depois de ter chegado com ferimentos ao RIAS, há cerca de mês e meio. Apesar de ter um estatuto de conservação favorável e ser proibido caçar esta espécie, isso não impediu que tivesse sido alvejada com três chumbos disparados por uma caçadeira e que ficaram alojados no bico, na zona da cauda e numa das pernas. A ave tinha ainda uma asa partida.
Depois de ter sido recuperada com a ajuda dos técnicos do centro, situado na Quinta do Marim, no Parque Natural da Ria Formosa, foi finalmente libertada, no passado fim de semana, durante a iniciativa Sábado Livre, em que a população pode participar na devolução à natureza dos animais do RIAS.
Este caso teve um final feliz. No entanto, na mesma altura em que a garça-real deu entrada no RIAS, duas águias também atingidas com chumbos acabaram por não sobreviver. Uma das aves, a águia-calçada, tinha seis projéteis espalhados por todo o corpo, uma situação que por si só é grave, mas que ganha outras proporções porque se tratava de um animal com um estatuto de conservação quase ameaçada.
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