Presidente destituído da Catalunha apela ao "pacifismo" e promete aceitar resultado das eleições convocadas por Madrid.
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O presidente destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, justificou esta terça-feira em conferência de imprensa que a Generalitat foi para Bruxelas para evitar uma nova onda de violência, bem como para garantir um julgamento justo e obrigar a Europa a reagir à crise política que se vive na região.
Carles assegura que estar na Bélgica servirá para "colocar o problema catalão no coração da Europa" e denunciar ao mundo a atitude do Governo espanhol, que "recorre à violência e não dialoga".
"Ao povo da Catalunha, preparem-se para um caminho longo, para um estado que não usará a força nem a repressão. O pacifismo é a única arma e será a base da nossa vitória", diz Puigdemont, que garante estar preparado para aceitar as eleições marcadas para dezembro mas questiona o Governo espanhol se este irá respeitar o resultado do sufrágio.
"Eu não estou aqui para pedir asilo político"
Respondendo aos jornalistas, Puigdemont garante que não está em Bruxelas "para pedir asilo político". "Estou aqui não porque é a capital da Bélgica, mas porque é a capital da Europa", assegura.
"Voltarei se houver garantias do estado espanhol. Agora não há condições para regressar. Haverá garantias jurídicas, por parte da Europa, de que serei tratado de forma justa? Quando assim for, regressarei", diz, voltando a pedir à Europa para se pronunciar sobre o caso catalão e dizendo que vai continuar a trabalhar a partir de Bruxelas.
A conferência de imprensa de Puigdemont, que se encontra na capital belga desde segunda-feira, aconteceu muito perto das instituições europeias, na zona de Schuman, no "Press Club".
No entretanto, o Tribunal Constitucional de Espanha suspendeu a declaração de independência da Catalunha e Supremo espanhol aceitou investigar delitos de parlamentares regionais. O Supremo Tribunal espanhol anunciou hoje em Madrid que irá investigar se a ex-presidente do parlamento da Catalunha e cinco membros da Mesa da assembleia cometeram delitos de rebelião, sedição e desvio de fundos.
Os seis independentistas vão ser investigados no quadro dos acontecimentos que levaram o parlamento regional a aprovar na passada sexta-feira, em Barcelona, a declaração de independência daquela região.
Os crimes de rebelião, sedição e desvio de fundos podem ter sentenças até 30, 15 e seis anos de prisão.
O Ministério Público pede o mesmo tipo de penas para o líder separatista Carles Puigdemont, ex-presidente do Governo regional, e Oriol Junqueras, o seu número dois.
A acusação pública tinha apresentado na segunda-feira acusações contra os principais membros do governo catalão por rebelião, sedição e fraude e também contra a presidente do Parlamento regional e os membros da mesa que processaram a declaração de independência.
O procurador-geral do Estado espanhol, José Manuel Maza, anunciou que a acusação contra o presidente catalão destituído, Carles Puidgemont, e o seu governo foi apresentada junto da Audiência Nacional, enquanto a acusação contra Carme Forcadell e os membros da mesa foi dirigida ao Supremo Tribunal.
Guardia Civil recolhe registos das comunicações dos Mossos d'Esquadra
A Guardia Civil esteve presente hoje nos dez principais postos da polícia regional catalã para a apreensão do registo das comunicações dos agentes durante a consulta do dia 01 de outubro, ilegalizada pelo Tribunal Constitucional.
Fontes ligadas à investigação disseram à agência EFE que a juíza Carmen Lamela, do Tribunal de Instrução n.º 3 de Barcelona, ordenou a operação da Guardia Civil na sede do corpo policial da autonomia catalã (Mossos d'Esquadra).
Além da presença no complexo de Egara, a Guardia Civil esteve nos principais postos da polícia da Catalunha: Barcelona, Girona, Manresa, Sant Feliu de LLobregat, Granollers, Tortosa e Seu d'Urgell (Lleida), no quadro da investigação sobre a suposta passividade dos Mossos d'Esquadra durante os acontecimentos ocorridos no dia 01 de outubro.
A Guardia Civil, que atua como "polícia judicial por ordem da juíza Lamela", apresentou em cada um dos locais um requerimento para a obtenção das gravações das comunicações rádio entre os agentes e o comando das operações.
Governo espanhol faz reunião extraordinária para preparar eleições
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, convocou para hoje à tarde uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para tratar de diversos assuntos relacionados com a realização das eleições de 21 de dezembro na Catalunha.
Fontes do executivo de Madrid confirmaram à agência espanhola Efe que a reunião começa às 18h00 (17h00 de Lisboa) no Palácio da Moncloa, sede da presidência do Governo espanhol e residência oficial do primeiro-ministro, Mariano Rajoy.
Trata-se da primeira reunião do executivo espanhol desde que assumiu no sábado as competências do Governo regional da Catalunha (Generalitat) e desde o anúncio na sexta-feira da realização das eleições regionais.
Antes do Conselho de Ministros, a vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria preside durante a tarde à Comissão Geral de secretários de Estado e subsecretários que habitualmente preparam os assuntos que em seguida são levados a Conselho de Ministros.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, delegou no sábado em Sáenz de Santamaria as funções e competências do presidente do governo da Catalunha cessante, Carles Puigdemont.
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