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Conflitos na Ucrânia e Médio Oriente aumentaram ameaça extremista na Alemanha

Chefe da espionagem interna alemã diz que ataque do Hamas, em 07 de outubro de 2023, desencadeou outro conflito fora da Alemanha com consequências diretas para a segurança interna.

18 de junho de 2024 às 13:43

O chefe da espionagem interna alemã, Thomas Haldenwang, alertou hoje para o aumento geral de ameaças extremistas no país na sequência da guerra russa contra a Ucrânia e do ataque terrorista do Hamas em Israel.

Numa conferência de imprensa em Berlim para apresentar o relatório anual do Gabinete Federal para a Proteção da Constituição (BfV), Haldenwang disse que o documento reflete o vasto leque de atividades dos serviços secretos russos contra a Alemanha.

Referiu também que o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, desencadeou outro conflito fora da Alemanha com consequências diretas para a segurança interna.

Segundo Haldenwang, a ameaça potencial representada pelo terrorismo islâmico aumentou na Alemanha, enquanto o conflito no Médio Oriente funciona como um acelerador do antissemitismo no país.

"O risco de ataques jihadistas tem vindo a aumentar desde o ataque terrorista do Hamas a Israel", disse Haldenwang, segundo a agência espanhola EFE.

Haldenwang alertou que a Alemanha está no centro das atenções, especialmente de grupos como o Estado Islâmico de Khorasan.

Disse também que os indivíduos radicalizados sem ligações reconhecidas a organizações terroristas "representam uma grande ameaça".

De acordo com o relatório do BfV para 2023, o número de potenciais terroristas islâmicos manteve-se em 27.200, quase ao mesmo nível dos 27.480 em 2022.

O número potencial de extremistas de direita continuou a crescer e situou-se em 40.600 em 2023, em comparação com 38.800 em 2022, assim como o número de pessoas dispostas a usar a violência, de 14.000 para 14.500.

As atividades em rede da chamada nova direita continuaram a crescer e a importância destes atores para a estrutura interna da cena da extrema-direita está a aumentar, afirmou Haldenwang.

Disse também que as ameaças colocadas por extremistas de esquerda violentos permanecem elevadas, referindo-se a ataques a opositores políticos, violência significativa contra a polícia, e ataques incendiários a empresas e infraestruturas críticas.

As tentativas de influenciar o movimento de protesto contra as alterações climáticas pelo extremismo de esquerda continuaram em 2023, com o objetivo de radicalizar as formas de ação até à sabotagem de infraestruturas.

"Temos de defender ativamente a nossa democracia, porque a nossa democracia é forte, mas também está sob grande pressão", disse a ministra do Interior, Nancy Faeser, durante a apresentação do relatório.

Faeser afirmou que a Alemanha tem de "enfrentar as ameaças internas do extremismo com a mesma determinação que as ameaças externas, especialmente do regime russo e da sua enorme ameaça híbrida".

"A ameaça que a espionagem, a sabotagem, a desinformação e os ciberataques representam para a nossa democracia alcançou, infelizmente, uma nova dimensão", acrescentou a ministra.

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