Arguido foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão por ser um dos autores do homicídio de um sucateiro da Tocha, em 2012.
Um homem de 35 anos, um dos autores do homicídio de um sucateiro na Tocha, Cantanhede, em 2012, volta a ser julgado na terça-feira, por violência doméstica e maus-tratos a animais, após sair da prisão, em 2022.
O arguido, condenado a 15 anos e seis meses de prisão por ser um dos autores do homicídio de um sucateiro da Tocha, em 2012, vai ser julgado no Tribunal de Coimbra na terça-feira, às 09h30, num processo em que é acusado de violência doméstica contra a na altura namorada, com quem viveu entre março e agosto de 2022.
Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o homem mostrou-se "controlador, ciumento e possessivo" desde o início da relação, não permitindo que a ofendida saísse de casa sozinha e suspeitando de qualquer interação que esta pudesse ter com alguma figura masculina, inclusive do seu padrasto e dos seus irmãos.
Ao longo dos cerca de cinco meses em que viveram juntos, o arguido rasgou-lhe roupas que achava que chamariam a atenção dos homens, proibiu-a de falar com homens, e, regularmente, vangloriava-se junto da namorada de ter estado preso por homicídio, descrevendo-lhe o episódio que tinha acontecido há dez anos, na Tocha, em que liderou um grupo de quatro jovens que roubou, sequestrou e matou um idoso de 90 anos.
"Chegou-lhe também a dizer que consegue matar uma pessoa só com dois dedos e que aprendeu isso na cadeia", realça o Ministério Público, que aponta para vários momentos de violência doméstica no curto período da relação, tendo sido constantes os episódios de ciúmes e agressões físicas.
No final de abril, a namorada, o arguido e a sua mãe e padrasto foram pescar a uma lagoa na Tocha, com o acusado a ter decidido ir embora sozinho, sem permitir que a vítima fosse consigo.
Chegada a casa, a mulher, que na altura estava grávida, constatou que as roupas do arguido tinham desaparecido, tendo deixado uma carta de despedida, "onde dizia que estava farto de ser iludido e que ela podia ficar com o seu padrasto".
Dois dias depois, conta o Ministério Público, regressado à moradia, o homem terá acusado a namorada de ter um relacionamento amoroso com o seu padrasto.
Segundo a acusação, ameaçou a mulher com uma catana, disse que a matava, deitou-a de barriga para baixo e partiu-lhe o nariz e parte da cabeça.
A vítima terá tentado chamar a polícia, mas o arguido partiu-lhe o telemóvel e apertou-lhe o pescoço até a mulher perder os sentidos.
No início de maio, novamente numa ida à pesca com o padrasto e a sua mãe, o arguido voltou a mostrar ciúmes face ao companheiro da sua progenitora e apertou o pescoço à sua namorada.
A assistir, o padrasto terá tentado intervir, mas o arguido ter-lhe-á desferido um murro.
Em meados desse mês, a vítima sofreu um aborto espontâneo, ao que o arguido terá dito que "foi bom isso ter acontecido, pois ela não merecia ser mãe", lê-se na acusação.
De acordo com o Ministério Público, em junho, o arguido pegou num gato que era seu animal de estimação, colocou-o dentro de uma mala de viagem "e bateu-lhe até ficar quase morto".
Depois de o enterrar ainda com vida, terá dito à sua namorada que "lhe podia fazer o mesmo a ela", referiu o Ministério Público.
No final desse mês, a ofendida esteve com a sua mãe, na Figueira da Foz, tendo-lhe contado os episódios de violência que tinha sofrido.
A progenitora não queria deixar a filha sair de casa, mas esta acabou por sair, depois de o arguido a ter obrigado a voltar para a residência conjunta, referindo que, caso não voltasse, "a sua mãe iria sofrer".
A 02 de agosto, a vítima disse ao arguido que pretendia terminar a relação, tendo este ficado agressivo, afirmando que "ela só saía dali morta".
O arguido apontou-lhe uma faca à barriga e desferiu-lhe um golpe com uma catana no braço esquerdo.
A ofendida acabou por conseguir fugir para a rua e, posteriormente, foi acolhida na casa da sua mãe.
O homem responde por um crime de violência doméstica e outro de morte e maus-tratos de animal de companhia.
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