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Agravamento do mau tempo coloca todo o litoral em aviso vermelho

Norte piorou e situação agrava-se no resto do país.

10 de março de 2018 às 17:45

A situação meteorológica já piorou no norte e, até princípio da noite, outras regiões vão assistir ao agravamento do vento e da precipitação, levando à emissão de um aviso laranja, que se junta ao vermelho de todo o litoral.

"As zonas do país que estão sob aviso vermelho para a agitação marítima acabam por [abranger] toda a costa litoral, sendo que, nos distritos de Lisboa, Leiria, Setúbal e Beja, esse aviso vermelho vai terminar mais tarde", no domingo, ou seja, passou das 15h00 para as 18h00, disse à agência Lusa fonte da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

O adjunto de Operações Nacional da Proteção Civil, Alexandre Penha, referiu que, no norte, a situação meteorológica já começou a piorar, na região de Lisboa ainda está um tempo aparentemente ameno, mas é "só uma fase transitória".

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), acrescentou, ao final da tarde e início da noite, "vai haver agravamento principalmente do vento e da precipitação e, durante a madrugada, um agravamento do estado do mar", o que levou a instituição a emitir o aviso vermelho a partir das 03h00 de domingo.

O aviso vermelho respeita somente ao estado do mar e, relativamente à precipitação, "está ativo um aviso amarelo que terá agravamento durante o final da tarde de hoje, início da noite, para laranja, até ao princípio da manhã" de domingo, apontou Alexandre Penha.

Perante a elevada quantidade de chuva dos últimos dias, a situação dos leitos dos rios tem sido seguida desde o início da semana e, na quarta-feira, na região de Coimbra, foi ativado o plano municipal para cheias.

Além da precipitação, os especialistas também têm em consideração o facto de Coimbra ter sido um dos distritos afetados pelos grandes incêndios de 2017 e a escorrência da água poderá ser muito maior nos terrenos que não possuem vegetação.

Hoje de manhã, Santarém ativou igualmente o Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, resultado da avaliação dos caudais do rio.

"Temos as escorrências normais de água, devido ao efeito da precipitação, mas no final do dia de hoje vamos sentir também o efeito das escorrências em território espanhol", referiu o responsável da Proteção Civil.

A ANPC emitiu o alerta especial para as entidades que cooperam nesta área às 00:00 de sexta-feira, para vigorar até às 12:00 de segunda-feira.

Considerando o agravamento do estado do mar e a alteração dos caudais dos rios, foi decidido um aumento do estado de alerta especial para o nível laranja, explicou Alexandre Penha.

O nível laranja implica uma prontidão das forças e agentes de proteção civil de 50% do total do efetivo, "até seis horas do tempo de reação".

Catorze barras de Portugal continental estavam fechadas à navegação e quatro condicionadas, devido à previsão de forte agitação marítima, segundo informação da Marinha Portuguesa.

Fechadas à navegação estão as barras de Caminha, Vila Praia de Âncora, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Douro, Figueira da Foz, São Martinho do Porto, Ericeira, Lagos, Alvor, Albufeira, Tavira e Vila Real de Santo António.

Num comunicado hoje divulgado, e considerando a situação meteorológica, a Proteção Civil informou ter reforçado o acompanhamento operacional das bacias hidrográficas que historicamente poderão registar situações de cheia, com especial atenção para o Tejo, Vouga (Águeda) e Douro (Tâmega), assim como todas as dos restantes afluentes a norte do Tejo.

A Proteção Civil recorda as medidas preventivas que os cidadãos devem adotar como retirar das zonas confinantes, normalmente inundáveis, equipamentos agrícolas, industriais ou viaturas, deixar os animais em locais seguros, ou não atravessar com viaturas ou a pé estradas ou zonas alagadas.

Cartaxo e Salvaterra de Magos suspendem circulação na Ponte Rainha D. Amélia

As Câmaras Municipais do Cartaxo e de Salvaterra de Magos decidiram suspender a circulação na centenária ponte Rainha D. Amélia, que atravessa o Tejo ligando Porto de Muge a Muge, a partir das 20:00 de hoje.

A decisão é justificada com o "agravamento previsto das condições atmosféricas, com ocorrência de ventos fortes, resultantes da tempestade Félix" e também devido ao aumento do caudal do Rio Tejo, e respetiva corrente, recordando os dois municípios, num comunicado conjunto, que foi acionado o Plano Especial de Emergência para as Cheias na Bacia do Tejo.

Por outro lado, os executivos municipais do Cartaxo e de Salvaterra de Magos (ambos do distrito de Santarém) sublinham que aguardam, há várias semanas, "os relatórios técnicos [sobre o estado da ponte] solicitados à Infraestruturas de Portugal e cujo resultado ainda não conhecem".

Os dois municípios afirmam que a decisão foi tomada com o conhecimento das Infraestruturas de Portugal (IP), e em coordenação com o Comando Distrital da GNR e com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.

"O presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro, e o presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, Hélder Manuel Esménio, consideram a segurança das pessoas o primeiro valor a preservar", afirma a nota.

Os dois autarcas asseguram que a circulação será reaberta assim que a IP garanta que esta "pode ser retomada com total segurança para pessoas e veículos e/ou logo que as condições atmosféricas que justificaram a adoção desta medida excecional estejam ultrapassadas".

O comunicado recorda que os dois municípios colocaram, no passado dia 14 de fevereiro, limitações à circulação a 30 quilómetros/hora e a veículos até 3,5 toneladas "nesta importante infraestrutura regional, em resultado das recomendações preliminares oriundas da IP".

Nessa ocasião, foram anunciadas "medidas a adotar de imediato", como a reparação dos apoios do tabuleiro, danificados pelo excesso de carga, dada a "utilização abusiva" da ponte por veículos que "ultrapassam largamente as restrições impostas" pela então Junta Autónoma de Estradas (JAE), na altura da adaptação da ponte ferroviária em rodoviária (1996).

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