Considera que pode não garantir qualidade nem mérito dos docentes escolhidos.
O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, criticou esta segunda-feira o atual modelo de recrutamento e seriação de professores, por considerar que pode não garantir qualidade nem mérito dos docentes escolhidos.
"Os atuais critérios de seriação e recrutamento dos candidatos garantem a qualidade e o mérito dos novos profissionais? Não o cremos", afirmou David Justino, durante o seu discurso na sessão solene de abertura do ano letivo, que decorreu hoje de manhã em Lisboa.
Lembrando que, no ano passado, 43% dos professores tinham pelo menos 50 anos, o presidente do CNE entende que o envelhecimento do corpo docente deve ser visto como uma condicionante mas também como uma oportunidade de conseguir selecionar os melhores.
"Durante os próximos 15 anos teremos a possibilidade de rejuvenescer pelo menos uma parte desses 43% que se aposentarão", defendeu o ex-ministro da Educação.
"Se é certo que uma prova de despiste de conhecimentos não permite identificar um "bom professor", o mesmo poderemos dizer de uma classificação final de curso ou do acumulado de tempo de serviço prestado. Estamos sempre perante soluções de limitada justiça e equidade", concluiu.
No início da atual legislatura, o parlamento aprovou o fim da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) de professores, exigida aos docentes contratados com menos de cinco anos de serviço.
A quebra demográfica foi outro dos problemas levantados por Justino, que lembrou algumas consequências como as turmas de 1.º ciclo com mais de um ano de escolaridade.
"As chamadas turmas mistas que integram alunos de dois, três e mesmo quatro anos de escolaridade na mesma sala, dificilmente representam um avanço na qualidade do ensino e aprendizagem, especialmente num ciclo com um poder tão estruturante dos trajetos escolares", alertou.
Entre as boas notícias, o presidente do CNE lembrou a evolução do número de diplomados no ensino superior, que nos últimos 15 anos aumentou 25%, e o número de doutorados que triplicou, rompendo-se "com a dimensão elitista das qualificações superiores".
No entanto, salientou, o aumento de qualificações não foi acompanhado pelo aumento de oferta de trabalho obrigando os mais jovens a emigrar.
Anualmente a emigração dos mais qualificados significa uma perda de 1.200 milhões de euros, lembrou David Justino citando o estudo de um investigador português da Universidade de Austin.
"São transferências a custo zero depois de duas décadas de investimento na formação destes jovens altamente qualificados", lamentou.
A sessão solene de abertura do ano letivo contou com a presença do Presidente da República, do presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, do secretário de Estado da Educação, além de deputados e representantes da área da educação.
O Presidente da República defendeu que, sendo difícil um pacto de regime sobre as políticas educativas, deve haver o mínimo de estabilidade e diálogo institucional, com valorização do papel do Conselho Nacional de Educação.
Sobre as críticas de Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário de estado da Educação, João Costa, considerou tratar-se de "uma mensagem normal" em que se pede estabilidade e que se mude o que deve ser mudado.
Questionado também sobre a razão pela qual o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, não tinha comparecido na cerimónia, João Costa disse tratar-se apenas de uma questão de agenda.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.