Situação vai-se agravar com a passagem dos enfermeiros com contrato individual de trabalho a 01 de julho para as 35 horas.
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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) advertiu esta terça-feira que além do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, há vários hospitais que poderão vir a encerrar serviços porque o Governo não autoriza a contratação de enfermeiros.
A saída de enfermeiros (desde janeiro terão saído mais de cem) obrigou o Hospital de Santa Maria a fechar camas e um setor de cirurgia devido à falta de recursos humanos.
Em declarações hoje à agência Lusa, Guadalupe Simões, do SEP, disse que o que se está a acontecer no hospital de Santa Maria está a passar-se na maior parte dos hospitais portugueses, como por exemplo no Hospital da Cova da Beira, no Centro Hospitalar do Porto e na Unidade Local de Matosinhos.
"O Santa Maria já encerrou um serviço de cirurgia, mas prevê-se que noutros hospitais possam vir a ser encerrados serviços resultado daquilo que é a não autorização do Ministério da Saúde e Ministério das Finanças de contratar enfermeiros", avançou.
De acordo com Guadalupe Simões, se não forem contratados enfermeiros, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos pode vir a ter que encerrar serviços assim como o Centro Hospitalar do Porto.
"Estamos a falar de grandes hospitais nas grandes cidades. Nos hospitais no interior ainda é mais grave porque a oferta é menor. A Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, o Centro Hospitalar Médio Tejo, o hospital da Cova da Beira, todos estes hospitais estão numa situação de pré-ruptura e o Ministério da Saúde está a assistir a isto quase de forma passiva", disse.
Hospitais em risco de fechar por falta de profissionais de saúde
Na opinião de Guadalupe Simões, a situação vai-se agravar com a passagem dos enfermeiros com contrato individual de trabalho a 01 de julho para as 35 horas.
"Todas as instituições reportaram para o Ministério da Saúde a necessidade de contratar enfermeiros decorrente dessa situação e hoje quando analisamos o balanço social dos hospital entre outubro de 2017 e abril deste ano (que são os dados disponíveis) na sua maioria todos perderam enfermeiros, têm hoje menos enfermeiros do que em outubro de 2017 e estamos a dois meses da entrada em vigor de uma lei que foi negociada e recebeu o aval do Ministério das Finanças para que se concretizasse e é na situação que estamos hoje de pré-ruptura e que rapidamente vai entrar em rutura", considerou.
Segundo a dirigente do SEP, a situação não se resolve sem a contratação de enfermeiros.
"O que é estranho e deveras preocupante é que o governo na negociação da passagem dos enfermeiros para as 35 horas impôs que esta medida entrasse em vigor a 01 de julho contrariamente à nossa exigência precisamente para durante estes primeiros seis meses do ano se fizesse um plano de contratação de enfermeiros em função das necessidades", disse.
Segundo Guadalupe Simões, essas reuniões nunca se concretizaram, tendo estado marcadas várias vezes, mas que foram desmarcadas pelo Governo.
"O que se assiste é a uma série de obstáculos na contratação. Não se contratam enfermeiros de forma efetiva, não há autorização para substituir enfermeiros com ausências prolongadas desde que sejam contratos de trabalho em funções públicas e mesmo nos contratos individuais de trabalho só estão a ser substituídas as enfermeiras com licenças de parentalidade, mesmo estes contratos no que diz respeito às ausências por motivo de doença não estão a ser autorizadas as substituições. É o caos que está instalado", concluiu.
De acordo com a imprensa desta terça-feira, o número de enfermeiros está muito abaixo do necessário e só desde o início do ano mais de cem profissionais abandonaram o Centro Hospitalar Lisboa Norte e nem metade desse número foi contratado para compensar as saídas.
Enfermeiros do Amadora-Sintra reivindicam mais profissionais e melhores salários 50 enfermeiros do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) manifestaram-se esta terça-feira para reivindicar melhores salários, redução do horário de trabalho e para exigir a contratação de mais profissionais de saúde para aquela unidade hospitalar.
Esta ação de protesto, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), foi acompanhada de uma paralisação, que decorreu entre as 10:30 e o 12:30.
Em declarações aos jornalistas, Isabel Barbosa, do SEP, justificou este protesto com as "graves carências de enfermeiros" no Hospital Fernando Fonseca (HFF), que está a originar uma "situação caótica em muitos serviços".
Hospital Santa Maria aguarda autorizações para contratar enfermeiros e repor serviços
O administrador do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, admitiu esta terça-feira constrangimentos causados pela saída de 100 enfermeiros "muito especializados", afirmando que aguarda autorizações de contratação para reabrir áreas encerradas temporariamente para garantir a segurança dos doentes.
O Diário de Notícias avança, na edição desta terça-feira, que a saída de mais de 100 enfermeiros desde janeiro obrigou o Hospital de Santa Maria a fechar camas, transferir a unidade de nefrologia para um piso com menos camas e encerrar um setor de cirurgia e que, até agora, foram apenas admitidos 49 profissionais.
Contactado pela agência Lusa, o administrador do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins, afirmou que "os números são verdadeiros" e explicou que a questão da falta de recursos humanos "não é nova".
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