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“Há muitos projetos que pedem a revisão da meta de 2026”

Portugal cumpriu um terço das metas e dos marcos do PRR, o que significa que ainda temos dois terços por concretizar.

04 de outubro de 2024 às 14:35

"Existem casos de sucesso de empresas com produtos inovadores. Uma empresa do setor automóvel aumentou a faturação em 15 milhões de euros com um novo componente para este setor, resultado de um investimento de 300 mil euros proveniente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Este efeito multiplicador é particularmente relevante e demonstra a necessidade de sermos mais eficazes e eficientes", disse Pedro Dominguinhos, presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, no Encontro Fora da Caixa dedicado ao tema "Fundos Comunitários e a Transformação do Tecido Económico de Portugal", uma iniciativa da CGD, que contou com o CM como media partner exclusivo.

Contou que já fez 100 mil quilómetros em Portugal desde que lidera este organismo, e referenciou ainda a Neuraspace, líder de uma das agendas mobilizadoras do espaço, que assinou recentemente três contratos e gere cerca de 10% dos satélites a nível mundial.

"Cumprimos um terço das metas e dos marcos cumpridos, que era o que estava acordado com a Comissão Europeia, o que significa que temos de cumprir dois terços marcos e das metas", disse Pedro Dominguinhos. E assinalou que estas metas e marcos "são mais exigentes porque têm a ver com a concretização de obras, de novos produtos, de processos inovadores, de descarbonização da indústria, com investimentos no hidrogénio e gases renováveis e da digitalização".

Os prazos e o lítio

"Há muito projetos que pedem a revisão desta meta de 2026", afirmou Duarte Braga, CEO da Lifthium Energy (Grupo José e Mello). Acrescentou que esta alteração "depende da Comissão Europeia, mas há também outros países que se encontram na mesma situação em relação a um possível adiamento. No entanto, este ponto ainda não está definido e será objeto de discussão futura".

A Lifthium Energy quer ser um dos principais players na refinação de lítio a nível europeu e fazer da cadeia de valor da indústria automóvel em Portugal e

Espanha. Mas este projeto depende muito de quem no futuro a cadeira de valor automóvel. A China criou uma revolução e é líder clara no mercado de veículos elétricos, o que pressiona as empresas europeias.

Segundo Duarte Braga, "temos que saber perceber como vamos jogar este jogo. No cenário positivo há grandes players europeus capazes de se desenvolver e de competir neste novo mundo, e queremos ser uma parte ativa, com parcerias com vários fabricantes europeus. Mas há um cenário negativo onde os chineses conseguem, de alguma forma, tomar conta deste mercado e mitigam muito a indústria futura na Europa".

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