Os fundos comunitários chegaram em 1986 a Portugal e mudaram as infraestruturas e face industrial de Portugal, que passou de mão de obra intensiva para ser cada vez mais tecnológica e inovadora, defendeu o consultor Bernardo Maciel.
"Sou catedrático em empréstimos e apoios. Desde 2008 que acedo a linhas de apoios e agora sou beneficiário do PRR num investimento de 5,6 milhões de euros, 2,7 milhões é a fundo perdido. Este projeto assenta na inovação do produto, na internacionalização e em parcerias com universidades, para desenvolvermos soluções e escalar negócio para fora de Portugal", explica António Jorge Tavares, CEO da Perfinox Indústria Metalúrgica. É fundador da empresa que está na capital do inox, a região de Arouca e Vale de Cambra, e que recentemente passou a ter os alemães da Krones no capital, com 45%. Mas nasceu em 1997 com base numa ideia, mas "com zero euros, zero clientes, ninguém me conhecia", disse António Jorge Tavares, no Encontro Fora da Caixa dedicado ao tema "Fundos Comunitários e a Transformação do Tecido Económico de Portugal", uma iniciativa da CGD, que contou com o CM como media partner exclusivo.
Miguel Cardoso, administrador e COO do Grupo M. A. Silva, fez um elogio ao PRR porque permitiu à empresa dar um passo em frente na descarbonização, com uma central térmica interna e painéis fotovoltaicos que irão entrar em funcionamento dentro de nove meses. Eliminam 75% das emissões de CO2 desta unidade industrial da empresa, que faz rolhas de cortiça de valor acrescentado e tem três unidades produtivas.
O impacto da burocracia
Mas este projeto teve a sua odisseia com a burocracia. Entregaram a candidatura, esperaram dois meses que era o tempo estipulado, mas só cerca de 10 meses depois veio a resposta. Estava-se em plena exacerbação do ciclo de inflação, as propostas de orçamentos já não eram válidas, "nenhum fornecedor poderia cumprir com o que se comprometera, e, em termos tecnológicos, havia um equipamento que tinha sido descontinuado. Tivemos que reconfigurar, o que ocupou os nossos recursos que, por excelência, devem estar dedicado ao nosso coração de atividade", refere Miguel Cardoso.
"Na questão burocrática, como as licenças, as consultoras podem ser uma mão amiga para as empresas, mas não tão eficaz como gostaríamos", afirmou Bernardo Maciel da Yunit Consulting, que falou sobre o papel das consultoras no apoio às empresas em projetos candidatos aos fundos comunitários. "A nossa experiência pode ser uma mais-valia, mas não conseguimos resolver as demoras e os atrasos". Contudo, "há uma linha condutora nos quadros comunitários que orienta as tipologias dos projetos que são apoiados. Esta ajuda pode ser relevante. Depois também nas boas práticas e no que a melhor forma de ter uma candidatura aprovada", referiu Bernardo Maciel. Defende que os fundos comunitários mudaram as infraestruturas e face industrial de Portugal.
O papel financeiro
A intervenção da CGD no âmbito de projetos apoiados pelo PRR, pelo PT2030 e outros quadros semelhantes, faz-se ao longo da cadeia de vida dos projetos. Pode começar com uma carta de intenção de financiamento, ainda que condicionado a uma análise mais detalhada dos projetos, a que se poderá seguir uma antecipação de fundos depois da aprovação do projeto.
"No tempo da execução, disponibilizamos recursos complementares, porque há muito projetos que, além da
componente de capital próprio e de fundo perdido, têm necessidade de financiamento bancário. Depois há projetos que, numa fase posterior, as empresas têm de dar de garantias bancárias devido ao cumprimento de determinadas metas que estavam associadas ao investimento, para não ser necessário devolver parte do dinheiro", concluiu Francisco Cary, administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos.
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