15º aniversário da Associação Movimento Bloom celebrado com campanha para duplicar o número de crianças que brincam na floresta
A Associação Movimento Bloom, responsável, entre outros projetos, pela Escola da Floresta Bloom, precisa de angariar fundos para garantir o futuro do projeto, e lança agora uma campanha com o objetivo de duplicar para 2.000 o número de crianças que levam à floresta para aprenderem com a natureza e crescerem mais saudáveisCrowdfunding em: www.ppl.pt/causas/movimentobloom
Os miúdos estão agarrados aos ecrãs. Mais concretamente, 86% dos jovens portugueses afirmam sentir-se “viciados nas redes sociais”(1). A preocupação de pais e educadores tem vindo a crescer, e a comunicação social tem também dado cada vez mais destaque ao tema. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer para reaproximar os jovens de um estilo de vida mais ativo e saudável – e da natureza. É este o objetivo da Associação Movimento Bloom, que assinala o seu 15º aniversário com um sentido cada vez mais urgente de missão.
“Hoje, as crianças passam em média mais de 6h por dia em frente a ecrãs e menos de 1h ao ar livre. Há 15 anos, o desafio era tirá-las do sofá. Agora, é resgatá-las das redes, digitais e emocionais, que as afastam do corpo, da imaginação e do mundo natural”, afirma Mónica Franco, presidente da Associação Movimento Bloom.
O aumento do tempo de ecrã está diretamente associado a maiores níveis de ansiedade, depressão e défices de atenção, enquanto o tempo passado na natureza — o chamado green time — melhora o bem-estar e a capacidade de concentração(1).
Os dados mais recentes em Portugal sobre saúde mental e física são alarmantes: cerca de 20% das crianças e adolescentes têm pelo menos uma perturbação mental diagnosticável e 31% dos jovens apresentam sintomas depressivos, a maioria moderados ou graves(2) e 31,9% das Crianças dos 6 aos 8 anos apresentam excesso de peso (pré-obesidade e obesidade)(3).
Porém, a ciência confirma o que o Movimento Bloom tem visto acontecer no terreno: o contacto regular com a natureza melhora o desempenho escolar, a saúde mental e física e a cooperação e empatia entre crianças. Escolas que integram o ambiente natural no currículo registam melhorias de 27% nos resultados académicos(4).
“Quando uma criança deixa de subir a uma árvore, perde mais do que brincadeira: perde a confiança, o equilíbrio e a curiosidade. E uma sociedade que perde isso, perde o seu futuro” alerta a direção do Movimento Bloom.
Uma campanha para reconectar os jovens e a natureza
Há sete anos que as crianças do concelho de Sintra brincam e têm aulas na floresta. Sentem a floresta de forma ativa, lúdica e livre. Isto porque o projeto Escola da Floresta Bloom está, atualmente, em funcionamento no Parque Natural Sintra-Cascais, tendo já desenvolvido atividades lúdicas com mais de 6 mil crianças do concelho de Sintra. O objetivo, contudo, “é que as crianças de todo o país tenham a oportunidade de estar em contacto regular com a natureza”, afirma Mónica Franco.
Com o objetivo de expandir o projeto, e também de forma a assinalar o 15.º aniversário, o Movimento Bloom lança a sua primeira campanha de angariação de fundos, que conta com o apoio da atriz Inês Castelo Branco, mãe de um adolescente, que dá voz a esta urgência: “As crianças estão agarradas às redes — e não falo só das sociais. Falta-lhes terra, vento, árvores. A natureza devolve-lhes o que os ecrãs lhes tiram: o tempo, o silêncio e a curiosidade. Bora tirar os miúdos de casa!”
Ao longo destes 15 anos, a Associação Movimento Bloom desenvolveu programas educativos, oficinas e experiências sensoriais que já envolveram mais de 596 mil crianças, bem como pais, professores e educadores em todo o país. Através de parcerias com autarquias e instituições de ensino, a associação tem ajudado a criar laboratórios vivos, onde as crianças aprendem através da observação, da experiência e do contacto direto com a terra. O impacto é visível: professores relatam melhor comportamento, mais foco e maior empatia nas crianças que participam. E o Movimento Bloom quer ir mais longe.
“O que está em causa já não é apenas o bem-estar das crianças — é o equilíbrio das próximas gerações. O défice de natureza é um risco real de saúde pública, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. Precisamos de recolocar a natureza no centro da infância.”
Contribua para a campanha através da plataforma de crowdfunding PPL, em: www.ppl.pt/causas/movimentobloom
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