“Conheço muito bem a alma portuguesa”: Elba Ramalho atua em Portugal

Já se conhecem há mais de 50 anos, são dois dos maiores ícones da música do Brasil e estão em Portugal para apresentar, pela primeira vez, uma das mais fraternas uniões da música brasileira. Depois de vários concertos pela sua terra natal, Elba Ramalho, de 73 anos, e Geraldo Azevedo, de 80, mostram esta sexta-fera, na Super Bock Arena, no Porto, e sábado no Campo Pequeno, em Lisboa, o espetáculo ‘Um Encontro Inesquecível’, viagem musical em que celebram as suas carreiras e a profunda cumplicidade que os une. “A minha história com o Geraldo tem muitos anos. É quase um casamento musical. Ainda era atriz quando o conheci, nos anos 70, assim que cheguei ao Rio de Janeiro”, começa por recordar Elba Ramalho ao CM, lembrando ainda que chegaram “a viver dois anos juntos”, depois de Geraldo se ter separado. “Aprendi muito com a musicalidade dele e a forma como ele toca violão também influenciou muito a forma de eu tocar. Sou a cantora brasileira que mais gravou a obra de Geraldo. Como ele é menos mediático do que eu, às vezes, até lhe perguntam porque é que ele canta tanto as minhas canções. Na verdade, é o contrário, eu é que canto as canções dele.”

Elba Ramalho visitou o nosso país pela primeira vez aos 17 anos, “quando ainda era uma atriz amadora” e veio com uma companhia de teatro “interpretar Camões”. Hoje confessa-se uma apaixonada por Fernando Pessoa, fado, “bacalhau frito”, e admite que gostava de viver por cá. “É um País muito atraente e muito acolhedor. Conheço a alma do português, porque também tenho alma portuguesa em mim”, diz, revelando que o seu nome, Ramalho, é totalmente português. “Na história do Brasil, António Ramalho, que esteve ligado aos Descobrimentos, foi o português que mais filhos fez no Brasil.”