Custódia de D. Manuel I encontrada em museu francês

Peça que se acreditava estar perdida há mais de um século foi descoberta no Castelo de Chantilly, perto de Paris.

10 de junho de 2022 às 09:44
Custódia, D. Manuel
Custódia, D. Manuel

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Esquecida durante mais de um século numa sala do Castelo de Chantilly, perto de Paris, foi agora descoberta uma das custódias (ostensório originalmente usado em atos religiosos) do rei D. Manuel I (1469-1521) que se julgava perdida. A peça, datada de 1500-1520, que se acredita ser proveniente da Sé de Braga, foi já sujeita a uma profunda intervenção de restauro nos últimos meses. "Este objeto é um testemunho essencial da arte do Renascimento em Portugal. O seu restauro devolve-lhe o seu lugar na história e na história da arte portuguesa", sustentam os serviços do Castelo de Chantilly.

A mais antiga referência que se conhece quanto à posse da custódia remonta a uma exposição em Londres, no então Museu de South Kensington, atual Victoria & Albert, em 1862. A peça era propriedade do duque Henri d’Orléans, filho do rei Louis-Philippe, então no exílio no Reino Unido, que a teria adquirido, em 1859, a um antiquário por um valor equivalente a cerca de 359 euros de hoje.

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Em 1871, a custódia acompanhou o duque d’Orléans no regresso a França e ao Castelo de Chantilly, entretanto reconstruído para acolher a sua coleção de arte. Em 1886, com a doação do castelo e do seu acervo, a custódia transitou para o património do Institut de France. A peça, que combina múltiplos pináculos, arcos de trevo, ornamentos de plantas, pequenas estátuas, armas e símbolos dos reis de Portugal, será exposta no Musée Condé, em Chantilly, na região de Oise, dentro de mês e meio.

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