Raça e valor

Tarde de expectativa em Valência.

23 de março de 2015 às 15:41
enrique ponce, tauromaquia Foto: EPA/Oto/Olivenza
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Com a nossa temporada apenas a esboçar-se resta-nos, aos aficionados que disso dispõem, recorrer às corridas de Espanha via TV. E foi isso que nos permitiu assistir ao regresso de Vicente Ruiz "El Soro" em Valencia, sua terra natal, e às "fallas", com a bela praça da calle Jativa cheia até aos topes, para um cartel de luxo, que incluía nada menos do que Enrique Ponce e José Maria Manzanares, na lide de seis toiros de Juan Pedro Domecq. Tarde de espectativa que não desiludiu, muito pelo contrário, já que o veterano matador que vestia um clássico "traje de luces" dava prova de que não perdera nem raça nem valor, apesar de muito diminuído por múltiplas cirurgias aos joelhos, comportando-se à altura do compromisso na lide dos dois toiros, nobres e de boa investida que lhe tocaram, a recordar o tempo em que alternava (e não apenas em bandarilhas), com o "nosso" Vítor Mendes. Abriu.se de capote com mando e temple (inclusive numa "porta gaiola" sentado numa cadeira), usou as bandarilhas ao seu estilo com o tal "molinito" de sua criação e ambas as faenas tiveram som e dignidade, bem rematas, a merecer orelha no seu primeiro e a sofrer uma aparatosa "voltareta" no quarto da tarde.

Mas o momento alto e mais emocionante da sua atuação esteve na hora em que foi pela muleta e sacou uma bandeira da comunidade valenciana que espetou no meio da arena para dizer que ali na sua terra se respeita a festa de toiros como um património cultural que ninguém poderá abater. E enquanto foi passeado em ombros no final da corrida, com a banda de música a atacar a celebre "valência" e com o publico em euforia, assim ficou demonstrado…

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