Cerimónia decorreu esta terça-feira de manhã na Universidade de Lisboa.
Os encenadores e atores Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo foram distinguidos, esta terça-feira, com um doutoramento Honoris Causa atribuído pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde ambos estudaram nos anos 60.
A proposta de distinguir "dois artistas de incontestável craveira", segundo afirmou a professora catedrática Maria João Brilhante, começou a desenhar-se há sete anos, com o objetivo de reconhecer o contributo do teatro e dos artistas "para a realização de um objetivo partilhado: despertar pela sensibilidade, pela imaginação, pela ousadia da criatividade e pelo conhecimento gerações futuras de quem esperamos a construção de sociedades justas e solidárias."
No discurso de agradecimento, Luís Miguel Cintra, que cofundou com Jorge Silva Melo o Teatro da Cornucópia, recordou o passagem pela academia: " Foi aqui neste edifício ao lado, ainda sem os anexos que se lhe foram acrescentando, que se passou quase tudo o que teve mais importância para formar a pessoa que depois vim a ser e o que essa pessoa viria a fazer".
"Desta vez espero não me portar mal", sublinhou o encenador e ator, que agradeceu a distinção e recordou as vezes em que aproveitou cerimónias para deixar uma nota de protesto: "É verdade que nem sempre aceitei de boa vontade as honras com que quiseram distinguir o meu trabalho. Sobretudo quando, orgulhosamente, considerava que merecia mais do que aquilo que me queriam oferecer. E houve vezes em que, irreverentemente, aproveitei algumas dessas festivas ocasiões para por pontos nos is".
Foi na Faculdade de Letras que Luís Miguel Cintra deu os primeiros passos no teatro – depois de ter sido convencido "à última hora" pelo professor e escritor Mário Dionísio a não ir para arquitetura – e foi na universidade que, aos 20 anos, encenou a primeira peça "Anfitrião", em 1969.
Luís Miguel Cintra distinguido com doutoramento Honoris Causa
O encenador confessou que nunca foi "adepto fanático da excelência universitária" e que a "verdade verdadinha" é que nem chegou a licenciar-se, sendo-lhe atribuído esse grau, posteriormente. "Cedo comecei a faltar aos deveres curriculares e nunca, por amor ao teatro, cheguei a fazer a tese", revelou.
Jorge Silva Melo aproveitou a atribuição do grau de Doutor Honoris Causa para relembrar o duro trilho percorrido pelos pioneiros no mundo do teatro e para destacar a importância do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras.
"Foi bom que [José Alberto) Osório Mateus se lembrasse que podíamos ser estudados. É bom que o Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras consiga teimosamente prosseguir o seu trabalho pioneiro. Orgulho-me de ter sido seu amigo, orgulho-me de ter discutido com ele o que seriam os estudos teatrais numa faculdade, numa universidade, orgulho-me, agora, ao ser distinguido com o Luís Miguel, por esta mesma universidade", sublinhou.
Honrado com a distinção, Silva Melo não deixou de notar o tempo em que esta foi atribuída: "Mas despachemo-nos, não vá isto transformar-se em autópsia, pois já muita coisa morreu mesmo. E não é só por olharmos para trás que Eurídice volta a viver."
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