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ADMIRÁVEL NOVO FÔLEGO

Afinal há “vida” depois dos Slipknot. Que o diga quem assistiu à primeira detonação decibélica dos Stone Sour em palcos lusos, no passado domingo, no Paradise Garage, em Lisboa.

04 de fevereiro de 2003 às 00:03

Tal como aconteceu com os Murderdolls, de Joey Jordison, também os Stone Sour, banda liderado por Corey Taylor e Jim Root (respectivamente vocalista e guitarrista dos Slipknot), mostrou que tem tudo para ser um projecto tão explosivo e dotado do estatuto de culto como os Slipknot.

Na iminência de ficarem “órfãos” pelo fim anunciado dos Slipknot, os fãs compareceram em força à chamada de Corey Taylor, formando uma frenética moldura humana ao dar um espectáculo “crowd-surfing”, “slam” e “mosh” como há muito não se via por estas paragens.

‘PREGO A FUNDO’

Logo à partida, os Stone Sour perceberam que estavam a tocar para uma multidão de “convertidos”.

Deambulando entre a melodia agressiva e o peso incontido do “nu-metal”, a banda meteu “prego a fundo” e, em cerca de uma hora, desfiou por inteiro o seu álbum de estreia e quatro temas novos: “Omega”, Choose” e os brilhantes e poderosos “Rules of Evidence” e “Inside the Cynic”.

O concerto conheceu apenas um momento de acalmia, com a toada “baladeira” de “Bother”, que acabaria por ser um dos mais marcantes da actuação. De luzes apagadas, Corey Taylor interpretou sozinho, à guitarra, o tema da banda sonora de “Homem-Aranha”, perante uma turba de isqueiros e braços no ar.

Curiosa foi a introdução ao som da música de Beethoven da banda sonora de “Laranja Mecânica”e o final com o clássico “Singing in the Rain”.

Para o sucesso da noite contribuiu ainda a simpatia contagiante de Corey Taylor, que teimou em falar português. A longa ovação de despedida promete a continuação do “mito” Slipknot.

”SOU MAIS AUTÊNTICO”

Duas horas antes da estreia dos Stone Sour em Portugal, já sob o som dos gritos da multidão que se amontoava à porta da sala, Corey Taylor conversou com o CM sobre o passado com os Slipknot e o futuro ao lado da nova banda.

“Os Slipknot devem gravar o terceiro disco, fazer mais uma digressão e depois separar-se. É um projecto muito especial mas também é daqueles que se ‘queimam’ quando andam a rodar por muito tempo. Já nos Stone Sour vejo a possiblidade de fazermos uma carreira por mais dez ou quinze anos”, confessou.

Como quem precisa de justificar uma opção que aos fãs parece estranha, Taylor afirmou: “Os Stone Sour permitem-me fazer música mais introspectiva e íntima. Posso abordar experiências pessoais e temas sociais. E toda a concentração da banda está na música que fazemos. O epicentro dos Slipknot também é a música, mas há uma maior dispersão e artificialidade devido a toda a parafernália que usamos, às explosões, às máscaras. Nos Stone Sour tudo é mais autêntico. Até eu próprio... sou mais eu“.

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