Aos 38 anos, a cantora está a passar por um dos períodos mais felizes da sua vida.
Casou-se recentemente com o empresário Vítor Esteves. Teve o dia com que sempre sonhou?
Casar nunca foi um sonho até conhecero Vítor. Ser mãe sim, sempre foi um desejo.O nosso casamento foi maravilhoso, inesquecível. Correu tudo muito bem, mas foi ainda melhor do que imaginámos ou planeámos.Tivemos os nossos amigos e as nossas famílias felizes e foi tudo emocionante e mágico.
Quem é que estava mais nervoso no dia, a Anabela ou o Vítor?
E nem sequer esteve nervosa nos dias anteriores?
Não, fo iincrível. Estive sempre tranquila, porque também estava muito segura do que queria fazer.
E o vestido de noiva e o local do copo de água foram fáceis de escolher?
Foi rápido.Para o copo de água vimos alguns sítios,mas encontrámos rapidamente aquele que considerámos o ideal.Quanto ao vestido, foi o segundo que vi e na mesma loja [risos].Além de não ter muita paciência para andar a ver muita coisa, eu sou muito de paixões. Se gosto de uma coisa à primeira não quero vermais nada.
Como é que começou esta sua história com o Vítor?
Curiosamente, conhecemo-nos num casamento e desde esse dia não nos separámos mais. Teve um simbolismo especial... mas se calhar há coisas que não acontecem por acaso.
Em algum momento da cerimónia se emocionou? Afinal de contas, as noivas choram sempre...
Emocionei-me e destaco alguns momentos: toda a celebração do casamento foi lindíssima e emocionante, pelas leituras, pelos cânticos, pelos amigos a cantar – Bárbara Barradas, Carlos Guilherme, Rita Gordo, Francisco Sassetti (piano) e Joaquim Teixeira (guitarra) –, pelas palavras do padre Francisco Inocêncio. Emocionei-me muito quando visionámos um vídeo que os nossos amigos nos prepararam com fotos nossas de infância e juventude e depoimentos de alguns amigos!! Chorei muito... e emocionei-me com a surpresa que a Maria da Féme fez, ao cantar o fado ‘Valeu a Pena’. Foi lindo!
A entrada na igreja é sempre muito marcante, especialmente para a noiva. Como foi a sua?
O que sente que mudou na sua vida?
No essencial, não mudou nada e espero sinceramente que não mude o amor, o respeito, a amizade, o querer bem um ao outro, o compromisso. Quisemos casar para fortalecer ainda mais esta aliança de amor, com a bênção de Deus, no seio da Igreja, celebrando com as nossas famílias e amigos tão importantes para nós.
O título do seu novo disco ‘Casa Alegre’ é um reflexo deste período feliz que está a viver?
Sim. Eu comecei a gravar este novo disco já estava apaixonada e isso teve uma influência muito grande no contexto de gravação. O título deste disco tem vários propósitos. Por um lado, é o nome do segundo tema, que foi o primeiro a ser gravado.
Depois, representa um regresso às minhas origens, à minha forma original de cantar que tem muito a ver com a música tradicional e com o fado.E, finalmente ,reflete o facto de estar a entrar numa nova fase da minha vida. Por isto tudo, costumo dizer que a minha casa está mais alegre.
Já não editava há cinco anos. Porquê tanto tempo?
Porque comecei a fazer a novela ‘Os Nossos Dias’, RTP, que me levou muito tempo, muito trabalho, muitos fins de semana de estudo com memorização de textos. Foi sobretudo por isso.
Conviveu bem com esse tempo sem gravar ou há sempre algo dentro de si que a puxa para o estúdio?
Esta casa é quase uma coletividade, com tantos convidados. Como é que começou a construir esta casa?
Tudo começou em 2012, quando o Valter Rolo começou a escrever algumas melodias. Foi um processo de um ano e meio ou dois a recolher as canções, falar com os autores, dar as melodias.
Fui reunindo muito repertório, experimentando as canções, cantando, treinando em casa, fui vivendo as canções num ato um pouco solitário e percebendo quais eram realmente as que queria gravar. Depois, foi o tempo de reunir e escolher os músicos. Ao mesmo tempo estava a gravar a novela e, quando tinha uns bocadinhos,ia para o estúdio. Foi um processo de, digamos, sete meses de gravação.
Quem escreve para si tem total liberdade ou interfere muito no processo de criação?
Não, dou total liberdade. Há uma conversa antes para perceber o que é que eu quero dizer às pessoas, o que é que eu quero cantar, mas depois dou completa liberdade aos autores.E acaba também por ser uma surpresa para mim porque depois fico muito surpreendida com as coisas
que me dão.
Nem sequer dá um mote, um tema?
Sente isso, sente que há histórias que vão de encontro a si?
Completamente. Quase todas as melodias que eu ouvia eu dizia sempre ‘isto é lindo’, ‘eu quero isto’, ‘quero uma letra para aqui’. Temas como ‘O Pecado Mora ao Lado’, ‘A Casa Alegre’, o ‘Quem Disse’, o ‘Dar Voz’ são tudo canções e histórias que podiam ter sido eu própria a escrever. Têm muito a ver com aquilo que eu já senti em determinado momento da minha vida ou que estou a sentir neste momento. Temas como a ‘Saudade’, ‘O Mar’, ‘O Canto’, ‘As Amigas’ são, por exemplo, coisas de que eu gosto muito.
Está a completar 30 anos de carreira. Qual é a memória mais viva que tem do início?
Eu comecei com oito anos e só me lembro que queria cantar. Era o meu divertimento e a minha
brincadeira especial. Lembro-me de saltar para cima das mesas, dos bancos e das cadeiras para cantar.
Esse dom já vinha de família?
Não. O meu avô materno cantava fado, mas não era artista. Foi talvez a única pessoa da família antes de mim que manifestou essa veia artística.
E como reagiram os seus pais a essa manifestação artística?
Se eu não tivesse tido o apoio dos meus pais nunca poderia ter começado aos oito anos. Com aquela idade eu já cantava em festas no Jardim Zoológico e corria o País de norte a sul. E eram os meus pais que me levavam. Eles foram espetaculares. A minha mãe é que andava mais comigo. Ela era costureira, mas foi uma guerreira a vida toda. E acho que ela percebeu que
eu tinha talento.
Apercebeu-se logo com essa idade queo seu caminho ia ser esse?
Eu nunca me preocupei com o sucesso.Eu queria era cantar. O que eu sentia é que a minha voz era diferente e mais madura do que a das outras crianças. Eu não fui ao Sequim d’Ouro porque as pessoas que ouviram as cassetes que enviámos não acreditavam que era uma criança a cantar.
O que é que cantava nessa altura?
Cantava sobretudo Roberto Carlos. Depois veio Amália, RuiVeloso, Madredeus e Dulce Pontes.E logo a seguir Frank Sinatra, The Cure e Nat King Cole.
E como é que a escola e os estudos ficavam no meio da cantoria?
Sempre fui boa aluna e nunca chumbei. É verdade que tive apoio dos professores, mas também sempre soube conciliar. Os meus pais nunca precisaram de me mandar estudar. Cheguei a levar os livros para os concertos. Sempre quis estudar e tirar um curso, coisa que, aliás, acabei por fazer.
Que curso é que tirou?
Tirei Psicologia e, em 2012, fiz mesmo o mestrado.
Mas pensa em vir a exercer?
Não está fora de hipótese.
Mas vê alguma aplicação prática desse curso à música?
Completamente. Aliás, o meu mestrado foi sobre o impacto do canto no bem-estar dos idosos. Fiz mesmo estudos experimentais e percebi que existem grandes diferenças entre idosos que
cantam e os que não cantam. Aqueles que o fazem têm muito mais sentimentos positivos, ficam muito mais felizes. A música tem um enorme efeito terapêutico e isso é uma matéria que me
fascina. É uma coisa em que eu me vejo a trabalhar no futuro.
A determinada altura passou a ter o rótulo de ‘menina do LaFéria’. Isso nunca a incomodou?
Não. A questão é que era muito redutor em relação ao que eu fazia. Eu passei da ‘menina do festival’ para a ‘menina do LaFéria’ por causa dos musicais. Mas é normal. Foram muitos anos. Eu comecei a trabalhar com ele muito cedo, aos 17 anos. Ainda em 2012 eu estava a fazer um musical como La Féria.
Ao final de 30 anos, acha que chegou onde merecia ter chegado?
Pessoalmente, estou muito feliz com a carreira que fiz até aqui. Se me perguntarem se podia estar noutro patamar, se calhar sim, se calhar podia ter vendido mais discos e feito mais concertos... mas tenho vivido da música e nunca trabalhei nesta área apenas por dinheiro ou com intenções comerciais. Nunca cheguei ao top de vendas, mas estou muito grata por estes 30 anos de carreira.
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