É um rosto familiar dos amantes do cinema de acção. Ele próprio ex-criminoso e ex-toxicodependente, Danny Trejo cumpriu onze anos de cadeia intermitente, antes de ser descoberto como actor. Em 'Machete' -onde contracena com Jessica Alba e Lindsay Lohan - atingiu a categoria de protagonista.
Correio da Manhã - Aparentemente, este é realmente um filme que tinha de fazer...
Danny Trejo -
Estou a treinar para ‘Machete' desde ‘Desperado' (1995)
... Todos os filmes com o Robert [Rodriguez] eu uso um qualquer tipo de facas. Em ‘Desperado' andava sempre com facas e lembro-me de recordar ao Robert que parte da minha liberdade condicional dependia de não andar perto de facas.
- Quando fez o ‘trailer' para o Tarantino em ‘Grindhouse', já sabia que o Robert Rodriguez queria fazer um filme a partir da sua personagem?
- Quando discutimos este projecto há 16 anos, achávamos que seria o máximo. Entretanto fizemos ‘Grindhouse' e percebemos que teríamos de avançar. Quando fui a Inglaterra dei autógrafos a tipos que tinham ‘Machete' tatuado nas costas... [risos] Nós, mexicanos, temos tatuagem da Virgem de Guadalupe, mas fotos de Machete...
Depois de o Robert De Niro e a Jessica Alba se associarem, o projecto tomou vida própria.
- Desde ‘Desperado' que trabalha com Robert Rodriguez. Como definiria essa relação profissional?
- Temos uma enorme comunicação. Eu sei o que ele quer e ele sabe o que eu quero. Gosto do olhar dele quando eu não me estou a sair bem...
E como ele sabe exactamente o que quer, tudo se passa muito rápido. O que é óptimo.
- Temos de falar nas suas tatuagens, Danny. São excelentes! Têm alguma história particular? Fê-las em momentos importantes da sua vida?
- Todas têm o seu significado. Mas quando entrei neste mundo, as tatuagens eram moda. Quando estive preso andava sempre sem camisa e fazia muita musculação. Todos achavam que era um estereótipo. Mas um mexicano com tatuagens não é estereótipo.... Entretanto conheci o Robert Rodriguez que começou a dar-me sempre papéis melhores. Aliás, ele criou o primeiro herói de acção mexicano!
- Calculo que algumas tenham sido feitas quando passou tempo na prisão...
- Sim, nessa altura tinha muito tempo para não fazer nada. As tatuagens eram uma espécie de hobby.
- De que forma esse período influenciou a sua vida e moldou a sua personalidade?
- Quando saí da prisão dediquei a minha vida a ajudar os outros. Tudo o que de bom me aconteceu foi o resultado de ajudar alguém. Até o cinema, pois entrei ao ajudar um miúdo a sair da droga. Ele pediu-me para o vir ajudar no seu local de trabalho e eu fui. Entretanto encontrei um amigo, chamado Eddie Bunker, um argumentista. Estivemos os dois presos. Ele tinha escrito o guião de ‘Comboio em Fuga' (1985) - recebeu, aliás, uma nomeação para o Óscar - e convidou-me para ensinar boxe ao Eric Roberts. O resto é história. Nessa altura, o Konchalovsky disse-me: "Tu, fazer filmes!"
- As notas de produção do filme dizem que é um conselheiro de intervenção. É isso que faz?
- Esse é capaz de ser o nome. Eu ainda trabalho para uma empresa que lida com alcoólicos, toxicodependentes e garotos sem rumo. É uma parte da minha vida de que gosto imenso. Ser actor deu-me uma ferramenta para chamar a atenção dos garotos. Eles viram-me em ‘Con Air - Fortaleza Voadora' (1997) ou ‘Heat - Cidade Sob Pressão' (1995). Enquanto que para muitos é quase impossível cativar a atenção deles, porque não querem saber, comigo, assim que entro na sala, ficam imediatamente atentos ao que tenho a dizer.
- Durante o tempo que esteve preso também lutou com problemas de toxicodependência?
- Sim. Terminei com a minha dependência em 1968 na prisão. Tal como a Jessica [Alba] é um modelo para muitas raparigas, também eu sou um modelo para muitos jovens. Mostramos-lhes uma vida que podem ter fora de álcool e drogas. Nesse sentido, a educação é a chave de tudo. O Robert [De Niro] disse-me uma coisa acertada: eu fui de ‘ex-con' para ‘icon'
- Teve imensa sorte e, fazer uma cena em que estava a beijar duas beldades: a Lindsay Lohan e a Jessica Alba. O que nos pode dizer sobre essa cena?
- Acho que posso dizer que beijar a Jessica Alba foi um dos momentos mais altos da minha vida
... Mas somos profissionais. Divertimo-nos e fizemos a cena. Depois dessa cena, três dos meus amigos tentaram beijar-me também...
- E como foi trabalhar com a Lindsay? Sentiu proximidade com todos os problemas que ela vive?
- A vida pessoal da Lindsay é com ela, mas quando estava no set era uma ‘pro'. E é profissional desde que apareceu em ‘Pai Para Mim... Mãe Para Ti' (1998). Gostei muito de trabalhar com ela e conheço-a há muito tempo. É difícil ter câmaras a seguir-nos todo o tempo e a captar tudo o que possamos fazer.
- Neste filme deixa muitos corpos por terra. Por isso pergunto: qual foi para si a execução mais divertida?
... Gosto muito da abertura. Mas a de fazer ‘rappel' nos intestinos é um clássico...
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