Rodrigo Leão inicia quinta-feira (dia 24) na Aula Magna o Festival Música na Cidade, um evento dedicado aos sons urbanos. Em entrevista ao CM, o músico desvendou o concerto, o último de ‘Cinema’, e confessou a sua paixão pela Sétima Arte.
Correio da Manhã - Como será a última apresentação de ‘Cinema’ em Lisboa?
Rodrigo Leão - O concerto é aquele que tenho vindo a fazer, mais dois temas inéditos. O Ludovico Einaudi é meu convidado e irá interpretar dois temas, um dele e outro meu. É um espectáculo que tem momentos intimistas e instrumentais, mas também uma forte presença das canções.
- Depois fará uma pequena digressão também com Einaudi...
- É uma série de recitais em Coimbra (dia 25), Viana do Castelo (29) e Porto (30) com a Celina da Piedade, ao acordeão, Miguel Fernandes, no violoncelo, Viviane Toupikova, no violino, eu nos sintetizadores e o Ludovico ao piano, mas aqui a participação dele será diferente. Vamos também tocar alguns temas dele.
- Como se deu o encontro com o Ludovico Einaudi?
- Conheci a música do Ludovico há cerca de seis meses. Mas antes já me tinham falado do trabalho dele e do facto de haver alguma ligação entre a música que fazemos. Por isso, pensei que seria interessante fazer um espectáculo com temas de ambos, com novos arranjos feitos por mim e por ele.
- Tem feito parcerias com pessoas tão diferentes quanto a Beth Gibbons, Sakamoto ou Adriana Calcanhotto. De onde vem a vontade de partilhar?
- As colaborações acrescentam coisas novas às minhas ideias. Por outro lado, gosto de ter pessoas diferentes a trabalhar comigo, que possam interpretar a minha música, no campo vocal, que é muito importante, mas também a nível da própria produção.
- E tem grande predilecção pelas vozes femininas. É algum saudosismo dos Madredeus?
- Não é planeado. A minha composição é muito intuitiva. Mas, de facto, as mulheres têm estado muito presentes nos meus trabalhos. Por ser autodidacta, componho música simples e há nela um lado mais etéreo, frágil e, como tal, mais feminino também.
- Qual o balanço de ‘Cinema’?
- É muito bom. ‘Cinema’ foi o disco que vendeu mais (40 mil exemplares) e fiz mais de 40 concertos. Também foi editado em Espanha e França e, em Janeiro, sai na Alemanha e na Bélgica. A internacionalização demora sempre muito, mas há que continuar a acreditar.
- Gostava de tocar mais lá fora?
- Gostava e temos desenvolvido contactos nesse sentido. Se calhar, no próximo ano, já vamos colher os frutos desse esforço.
- O que está a fazer de momento?
- A começar um novo ciclo de composição e a trabalhar numa música para o filme de animação ‘Uma Melodia Amarga’.
- Sempre teve grande paixão pelo cinema e pelo casamento do som com a imagem...
- Fascina-me desde pequeno, talvez porque houve filmes que me tocaram particularmente. A imagem está sempre presente de forma abstracta e subjectiva na música. Mas a composiação tem dois ramos. Um é muito interior e difícil de explicar. Outro tem a ver com as pessoas que conhecemos, os sítios onde vamos, que acabam por ser transportados para o processo criativo.
- Para quando um novo álbum?
- É difícil dizer. Depende muito da inspiração, mas gostaria que saísse no próximo ano.
- Já tem músicas prontas?
- Algumas, mas ainda estão por estruturar.
Rodrigo Leão, hoje aclamado como um dos mais criativos compositores nacionais, estreou-se na música em 1982, com os Sétima Legião.
Em 1985 tornou-se num dos mentores/compositores dos Madredeus, juntamente com Pedro Ayres de Magalhães. Em 1989, Rodrigo aventurou-se a solo, na banda sonora do filme ‘Um passo, outro passo e depois...’ de Manuel Mozos.
O primeiro disco a solo, ‘Ave Mundi Luminar’, viu a luz do dia em 1993. Desde então, editou mais cinco álbuns em nome próprio (‘Mysterium’, ‘Theatrum’, ‘Alma Mater’, ‘Pasión’, ‘Cinema’) e formou parcerias com alguns nomes de topo da música mundial, casos de Sakamoto e Beth Gibbons, entre outros.
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