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Crítica de cinema: The Post

É impossível dissociar o novo filme de Spielberg "do actual momento político dos EUA, de Trump de dedo apontado gritando que o jornalismo crítico não passa de fake news".

04 de março de 2018 às 23:12

É uma história clássica que os americanos contam tão bem que quase se tornou deles: os homens justos que lutam contra o sistema, sacrificando a vida - profissional e pessoal - pelos ideais que defendem. É também impossível dissociar 

The Post

 - onde Nixon e a sua administração tentam impedir que o 

É uma história clássica que os americanos contam tão bem que quase se tornou deles: os homens justos que lutam contra o sistema, sacrificando a vida - profissional e pessoal - pelos ideais que defendem. É também impossível dissociar The Post - onde Nixon e a sua administração tentam impedir que o The New York Times e o Washington Post publiquem relatórios confidenciais sobre o conflito no Vietname - do actual momento político dos Estados Unidos, de Trump de dedo apontado gritando que o jornalismo crítico não passa de "fake news". 

"Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro", escreveu Heródoto, o historiador da Grécia Antiga, mas 

"Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro", escreveu Heródoto, o historiador da Grécia Antiga, mas The Post está mais interessado na denúncia do ataque à liberdade de imprensa, como quem diz "olhem, vejam lá se não é isto que está a acontecer outra vez". 

É uma causa justa e que ganha, com facilidade, a empatia dos espectadores, até porque Streep e Hanks (e um elenco secundário admirável) e a habitual ultracompetente realização de Spielberg não deixam dúvidas sobre a importância do que está em discussão. 

Essa superioridade moral dos que estão do lado certo da História - um pouco como, de forma mais atrapalhada, Aaron Sorkin fez com a série Newsroom - é por vezes demasiado didáctica, mas as interpretações (em particular Streep, como a subestimada mulher num mundo dos homens) e a convicção de The Post nunca são menos do que convincentes. E o filme acaba quase por servir como uma prequela para Os Homens do Presidente, onde Watergate derrubou Nixon. Fica a esperança de que, com mais ou menos russos, a história se repita.

Crítica de: Tiago R. Santos

Nota: 4 estrelas

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