Atriz morreu esta quinta-feira aos 89 anos, em Lisboa.
As exéquias da atriz Glória de Matos, que morreu na quinta-feira, aos 89 anos, em Lisboa, realizam-se no próximo fim de semana, também na capital.
O velório realiza-se no sábado, a partir das 18h00, na Igreja de S. João de Deus, na Praça de Londres, onde, no domingo, pelas 15h30, é celebrada missa de corpo presente, seguindo-se o funeral para o Cemitério do Alto de S. João, onde será feita a cerimónia de cremação, conforme vontade da atriz, disse à agência Lusa um familiar.
Glória de Matos protagonizou a peça "Quem Tem medo de Virginia Woolf?", de Edward Albee, que lhe valeu o Prémio de Melhor Atriz, em 1972, atribuído pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
"Quem Tem medo de Virginia Woolf?" esteve em cena no Teatro Monumental, em Lisboa, e Glória de Matos contracenou com Jacinto Ramos (1917-2004), numa encenação de João Vieira.
Uma atuação "memorável", segundo a crítica, que lhe valeu também o Prémio Lucinda Simões, para "melhor intérprete feminino de teatro declamado", do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI).
De seu nome completo Maria da Glória Martins de Matos Mendes, a atriz iniciou a carreira em 1954, tendo feito parte do núcleo fundador da Casa da Comédia, com o ator e encenador Fernando Amado (1899-1968), entre outros, no Teatro do Ginásio, em Lisboa.
Nascida em Lisboa, a atriz fez parte do Grupo Fernando Pessoa, com o qual realizou, em 1962, uma digressão pelo Brasil.
Uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian permitiu-lhe diplomar-se em Teatro na Old Vic School, no Reino Unido, onde esteve até 1965, e onde foi colega, entre outros, do ator Anthony Hopkins, que a desafiou a fazer carreira nos cenários britânicos.
Em 1966 colaborou com o ator Raul Solnado (1929-2009), e com a companhia de teatro de Vasco Morgado, estreando-se no cinema no ano seguinte em "Operação Dinamite", de Pedro Martins, tendo contracenado, entre outros, com Nicolau Breyner (1940-2016), Armando Cortez (1928-2002), Helena del Rubio e Serge Farkas.
Em 1968, ingressou na Companhia Portuguesa de Comediantes e, no ano seguinte, na companhia residente do Teatro Nacional D. Maria II.
De julho de 1972 a setembro de 1983, manteve o vínculo como professora na Escola de Teatro do Conservatório Nacional, em Lisboa, e de outubro de 1983 a janeiro de 2000, foi professora na Escola Superior de Teatro e Cinema, que sucedeu à do Conservatório Nacional.
Em 1971, Madalena Azeredo Perdigão, convidada para coordenar a Reforma do Ensino Artístico pelo então ministro da Educação Veiga Simão, convidou-a para fazer parte da respetiva comissão.
Após o 25 de Abril de 1974, a atriz e o marido, o apresentador de rádio e televisão Henrique Mendes (1931-2004), emigraram para o Canadá, tendo o casal regressado a Portugal em 1979, por incentivo do ator e encenador Raul Solnado.
Glória de Matos participou em vários filmes de Manoel de Oliveira (1908-2015), como "Benilde ou A Virgem Mãe" (1975), "Francisca" (1981), "Os Canibais" (1988), "Vale Abraão" (1993) "O Quinto Império" (2004), "Espelho Mágico" (2005) e "Singularidades de uma Rapariga Loura" (2009).
Em 1982 fez parte do elenco de "Vila Faia", realização de Nuno Teixeira, a primeira telenovela portuguesa, exibida na RTP1, na qual participaram Ruy de Carvalho, Helena Isabel, Rosa Lobato de Faria (1932-2010).
A atriz regressou ao modelo televisivo com "Origens" (1983), também realizada por Nuno Teixeira, ao lado de Florbela Queirós, Curado Ribeiro (1919-1995), Tozé Martinho (1947-2020) e Mariana Rey Monteiro (1922-2010), entre outros, e com "Terra Mãe" (1998), de Rui Vilhena, com Manuela Maria, Cláudio Lins, Lúcia Moniz, Marques D'Arrede e Lídia Franco, entre outros.
Na televisão, desenvolveu ainda outras atividades, tendo apresentado, em 1974, o Festival RTP da Canção, ao lado de Artur Agostinho (1920-2011).
A sua experiência estendeu-se à comunicação social na área da formação, tendo sido orientadora no Centro de Formação da RTP durante 12 anos e docente da disciplina de Expressão Oral, no Curso de Mestrado em Comunicação Educacional e Multimédia da Universidade Aberta.
De 1990 a 1992, foi assessora da secretaria de Estado da Cultura, do Governo de Aníbal Cavaco Silva, de quem tinha sido professora de dicção, e de 1991 a 1994, foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.
Subiu ao palco na temporada de 2005/2006 do Teatro Nacional D. Maria II, na peça "A Mais Velha Profissão do Mundo", de Paula Vogel, numa coprodução do Teatro Nacional e da companhia Escola de Mulheres, com encenação de Fernanda Lapa (1943-2020), contracenando com as atrizes Fernanda Montemor (1935-2015), Lia Gama, Lourdes Norberto e Maria José (1930-2020), tendo recebido a Medalha de Prata de Mérito Artístico do Ministério da Cultura.
A última atuação de Glória de Matos ocorreu em 2017, na peça "Odeio-te, Meu Amor", de Franz Xaver Kroetz, contracenando com Luís Miguel Cintra, que admirava, numa encenação de Ricardo Pais, no Teatro Nacional D. Maria II.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.