Manecas Costa, um guineense, nomeado, para os Grammy, que parece ser feito de música, falou ao CM. Uma entrevista plena de emoção até às lágrimas.
Correio da Manhã – A sua história lembra um pequeno e lindo sonho de criança. Como é que descreve esse sonho?
Manecas Costa – É o sonho de quem quer defender a música da Guiné-Bissau, de quem luta por dar uma nova imagem de um país que é conhecido por golpes de estado e turbulências. Acredito que a minha música faz com que as pessoas vejam a minha terra de forma mais bonita e positiva.
– Foi em Portugal que gravou os seus dois primeiros discos. Sente-se perfeitamente integrado na sociedade portuguesa?
– Casei com uma portuguesa, os meus filhos são portugueses, os meus pais faleceram em Portugal. Há toda uma ligação histórica que, ao longo dos 13 anos em que aqui vivo, tenho vindo a fortalecer, nomeadamente ao tocar com músicos que vivem neste País.
– Acredito que merece um plano que o evidencie para além da sombra a que esteve remetido nos grupos de Waldemar Bastos, de Dani Silva, de Bana, de Tito Paris ou de Marisa...
– A minha ambição sempre foi criar um intercâmbio. Quis ajudar a música lusófona e, com muita honra, acho que o consegui.
– O seu sucesso começou no dia em que decidiu enviar uma cassete para a BBC. Qual era a sua ideia?
– Queria provocar o mercado mundial. Graças ao momento em que assinei um contrato com a BBC – e que me fez chorar muito de alegria – entrei na história e vi o meu disco ser nomeado para os Grammy de ‘world music’.
– A editora (uma parceria entre a Wrasse Records e a BBC) levou um estúdio móvel de Inglaterra para a Guiné-Bissau, só para o gravar no seu país, e depois organizou uma digressão por Inglaterra que culminou com um espectáculo no Royal Festival Hall de Londres. O que é que sentiu nessa altura?
– Eu não sabia de nada. Não percebia o que estava a acontecer. Ver aquele batalhão de jornalistas todas atrás de mim, as câmaras a filmar-me, as máquinas fotográficas apontadas a mim... Foi muito lindo, muito lindo. Emocionei-me profundamente.
– Nota-se em si uma grande alegria em revelar a sua pátria e o ritmo do gumbé. Como é que define esse ritmo?
– O gumbé está para a Guiné-Bissau como o reggae está para a Jamaica. É uma música alegre que transmite energia positiva, espírito de convivência, felicidade, saudade e tristeza.
– Tristeza, porque perdi a minha irmã gémea e porque sou órfão e carrego isso dentro mim. Porque a minha mãe, que me apoiou sempre, não está cá para ver o meu sucesso. É por isso que cada vez que canto ‘Nha Mãe’ não consigo conter as lágrimas.
Manecas Costa é de tal maneira emotivo que tão facilmente chora de contentamento como de tristeza. Em Portugal, onde reside há 13 anos e onde editou o disco ‘Fundo de Mato’, descobriu o trampolim para atingir outros voos. Mandou uma cassete para a BBC que se encantou pelas suas canções, produziu e editou o muito interessante ‘Paraíso di Gumbé’ e deu-o a conhecer ao Mundo.
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