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Correio da Manhã

Cultura
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MATISSE RECRIA AMOR DE MARIANA ALCOFORADO

As célebres cartas de amor de Mariana Alcoforado ao Marquês de Chamilly causaram tal sensação em Henri Matisse que o artista francês lhe dedicou uma série de litografias.
13 de Janeiro de 2004 às 00:00
 Desenhos de Matisse para as famosas cartas de amor da freira de Beja
Desenhos de Matisse para as famosas cartas de amor da freira de Beja
Estes desenhos, publicados pelo editor Tériade, vão poder ser apreciados numa exposição a inaugurar amanhã, pelas 18h30, na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, onde vão ficar patentes até 24 de Abril.
Em 'Lettres Portugaises/ /Cartas Portuguesas da Mariana Alcoforado', Matisse recria plasticamente a devoção trágica da freira de Beja. O pintor acompanha esta paixão desmedida com o traço simultaneamente delicado e atormentado das várias expressões que oferece do retrato imaginário que faz de Mariana. E adorna ainda cada página da torrente amorosa da jovem freira com flores, frutos e capitulares preciosamente desenhados.
Soror Mariana Alcoforado (1640-1723) viveu no Convento de Nossa Senhora da Conceição, em Beja. Por volta de 1665, conhece o Marquês de Chamilly, que chega a Portugal integrado nas tropas francesas que ajudaram nas campanhas da Restauração. Seduzida pelo Marquês, escreve-lhe cinco cartas quando este regressa a França.
As cartas foram publicadas pela primeira vez em Paris em 1669, por Lavergne de Guilleragues. A intensidade amorosa e o escândalo da paixão confessada por uma religiosa que se sente abandonada por um oficial contribuíram para o sucesso da obra desde a sua publicação.
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