Músico tinha 76 anos e sofria de doença de Parkinson. Vocalista dos Black Sabbath tinha realizado há poucas semanas um concerto de despedida na cidade natal da banda, para mais de 40 mil pessoas.
Recorde o último concerto de Ozzy Osbourne
AP
O cantor e compositor britânico, Ozzy Osbourne, morreu esta terça-feira, aos 76 anos. O vocalista dos Black Sabbath, conhecido como "Príncipe das Trevas", tinha estado reunido há poucas semanas com os companheiros da banda, para um concerto de despedida na cidade natal do grupo, em Birmingham.
"É com mais tristeza do que palavras podem expressar que temos que informar que o nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com a família e cercado de amor", referiu a família de Osbourne em comunicado citado pela Sky News.
A causa da morte não foi ainda revelada. Osbourne sofria de doença de Parkinson e teve outros problemas de saúde nos últimos anos, incluindo complicações com ferimentos após uma queda em 2019.
Os membros originais da banda estiveram reunidos pela primeira vez em 20 anos no passado dia 5 de julho, para se despedirem dos fãs. Sentado numa cadeira ao estilo de trono e decorada com morcegos e crânios: foi assim que Ozzy se apresentou no início do concerto, antes de se ter juntado aos restantes elementos para que apresentassem alguns clássicos. Estiveram presentes no estádio Villa Park, em Aston, mais de 40 mil pessoas.
O músico deixa a esposa, Sharon, e cinco filhos, Aimee, Kelly, Jack, Jessica e Louis, estes dois últimos do primeiro casamento com Thelma Riley.
Ozzy Osbourne nasceu John Michael Osbourne, em Aston, Birmingham, em 1948, numa família operária. A pobreza e o abuso sexual por rapazes mais velhos marcaram a infância que definiu como terrível, numa entrevista ao Daily Mirror, em 2003. "Parecia não ter fim", disse.
O ambiente industrial do operariado britânico nos anos 1950 viria a alimentar o 'heavy metal' do primeiro projeto de Osbourne, os Black Sabbath.
"Queríamos expressar o mundo da altura, não queríamos compor música pop alegre. Demos-lhes aquele toque industrial", disse o baixista Geezer Butler, em 2017.
Batizados em homenagem a um filme de terror de Boris Karloff, os Black Sabbath contavam ainda com Tony Iommi, na guitarra, e Bill Ward, na bateria.
O primeiro álbum, homónimo, foi lançado em 1970, seguindo-se outros que acabariam por definir o 'heavy metal'.
"Paranoid" (1970), que inclui temas como "Iron Man" e "War Pigs", liderou as tabelas do Reino Unido, na época, enquanto "Master of Reality" (1971) continua a ser dado como influência do chamado 'doom metal'.
Osbourne gravou mais cinco álbuns com os Black Sabbath, mas tornou-se tão dependente do álcool e das drogas que em 1979 teve de ceder o lugar a Ronnie James Dio.
O nome fundador acabou por regressar em 2013, para o álbum "13", o 19.º do grupo, que liderou as tabelas nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Depois dos Black Sabbath, Osbourne fez uma carreira a solo, iniciada com o álbum "Blizzard of Ozz" (1980), cinco vezes disco de platina nos EUA.
Osbourne editou ainda mais 11 álbuns de estúdio, sendo o mais recente "Ordinary Man", de 2020. O vídeo de promoção contou com colaborações de jovens músicos de rap como Post Malone e Travis Scott, e com a participação especial de Elton John.
Para trás ficavam êxitos ocasionais como "Bark at the Moon" (1983), "Perry Mason" (1995) e "Changes" (2003), um dueto com a sua filha Kelly, de 34 anos, nascida do casamento com Sharon Osbourne, a segunda mulher, determinante na gestão da carreira do músico, e na criação do Ozzfest, festival de metal fundado em 1996, uma das fontes da sua fortuna - a 17.ª na lista dos músicos mais ricos do Reino Unido, do jornal The Sunday Times, em 2018.
O sucesso do casamento, no entanto, também teve os seus baixos. Em 1989, o músico foi preso por tentar assassinar a mulher enquanto estava embriagado: "Acordei numa cela e pensei: 'Que porra fiz agora?'", contou numa entrevista de 2007. "Não consigo descrever o que senti", assegurou.
O casal reconciliou-se e, com os filhos Kelly e Jack, manteve o 'reality show' The Osbournes de 2002 a 2005, um sucesso de audiências e prémio Emmy em 2002.
Em 2019, Osbourne realizou aquela que foi anunciada como a sua derradeira digressão mundial, "No More Tours 2", embora a doença o tenha feito adiar as datas europeias. Em 2023, cancelou nova digressão pela Europa, admitindo estar "fisicamente fraco".
A morte ocorreu menos de três semanas depois da sua despedida dos palcos.
No passado dia 05, Osbourne reuniu-se com os Black Sabbath, no derradeiro encontro, "Back to the Beginning", para o qual os músicos prepararam um 'set' de cinco temas.
"Estou de cama há seis anos, não fazem ideia de como me sinto", disse Ozzy Osbourne à plateia nessa noite, reconhecido pela presença dos espectadores. "Obrigado do fundo do coração", afirmou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.