Tinha 81 anos.
Sebastião Salgado, um dos fotojornalistas brasileiros mais importantes do mundo, morreu aos 81 anos. A notícia da morte foi avançada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo, citado pelo Globo.
"Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora", lê-se no comunicado divulgado pela organização.
Segundo a AP, Sebastião Salgado sofria de vários problemas de saúde há muitos anos. Em 1990, o fotojornalista contraiu malária.
Nasceu em 1944 na cidade de Aimorés, Minas Gerais, no Brasil. Sebastião Salgado formou-se em economia, mas em 1973 descobriu a sua paixão pela fotografia. Ao longo do seu percurso profissional, ficou conhecido pelo seu trabalho feito com fotografias a preto e branco. Viajou por mais de 120 países em trabalho. O seu legado fica marcado na história da fotografia mundial. Em 1992, foi eleito membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos e em 2016 da Academia Francesa de Belas Artes.
Em 1981 fotografou o atentado contra o ex-Presidente norte-americano Ronald Reagan, em Washington, ganhando projeção mundial e, com o dinheiro da venda das suas fotografias para jornais, realizou o seu primeiro projeto autoral em África, onde fez as suas primeiras reportagens sobre a seca e a fome no Níger e na Etiópia.
No seu primeiro livro, "Outras Américas", de 1986, documentou a paisagem geográfica e humana de cidades do litoral brasileiro e de países como a Bolívia, o Chile, o Peru, o Equador, a Guatemala e o México.
No mesmo ano, criou uma das fotos mais icónicas da sua carreira, intitulada "Serra Pelada", que o jornal The New York Times incluiu entre as 25 imagens que definem a modernidade desde 1955.
A imagem mostrava a realidade brutal de mineiros que trabalhavam em Serra Pelada, na floresta amazónica, local conhecido à época em que Salgado realizou os seus registos como a região que abrigava a maior extração de ouro a céu aberto do mundo.
Entre os trabalhos mais marcantes de Salgado destaca-se a cobertura do genocídio no Ruanda, em 1994.
Nos anos 2000 lançou "Êxodos", no qual retratou movimentos migratórios do final do século 20 ocorridos devido a guerras, perseguições e desastres ambientais.
O continente africano, onde Salgado dizia sentir-se "em casa", foi também tema de uma grande série de fotografias intitulada "África" (2007).
Salgado foi o personagem principal do documentário "O Sal da Terra" (2014), de Wim Wenders, que retrata as suas viagens à Papua Nova Guiné e ao Círculo Polar Ártico para o seu livro "Génesis". O filme foi nomeado para o Óscar na categoria de melhor documentário.
O fotógrafo brasileiro também foi um ativista ambiental, que, com Lélia Salgado, fundou o Instituto Terra, um projeto de reflorestamento no Brasil que começou na fazenda que herdou do pai, em Minas Gerais, onde já plantou milhões de árvores promovendo a recuperação da Mata Atlântica, um dos mais importantes biomas brasileiros localizado principalmente no litoral, mas que se expande também para outras partes do sudeste do país.
Sebastião Salgado considerava que a "fotografia é o espelho da sociedade".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.