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Obras em restaurante revelam 28 esqueletos em Lisboa

Equipa de arqueólogos foi fazer o diagnóstico do local e descobriu vestígios de várias épocas históricas.

27 de dezembro de 2018 às 01:30

A equipa de arqueólogos da Neoépica mal queria acreditar: no logradouro das traseiras do restaurante Solar dos Presuntos, Lisboa, encontravam-se 28 corpos enterrados e várias urnas com corpos incinerados, bem como objetos de uso pessoal, incluindo moedas e um estojo de medicina "extremamente raro".

Um achado com quase dois mil anos de história, datado do tempo da antiga cidade romana de Olisipo. As obras de expansão previstas para o restaurante lisboeta tiveram de esperar. Manda a lei que este tipo de obra não avance "sem que se faça um trabalho de diagnóstico que avalie a existência de possíveis vestígios históricos relevantes", explica ao CM Nuno Neto, da Neoépica.

"Estivemos um mês e meio a fazer as sondagens, e logo nos primeiros metros fomos percebendo que tínhamos em mãos uma descoberta importante", acrescenta o arqueólogo, que não esconde a sua satisfação. "Estamos a desenterrar elementos escondidos durante centenas de anos – somos uns privilegiados por poder dar voz a estes vestígios."

Cerca de oito meses depois – e com tudo devidamente registado – os achados foram retirados do seu lugar e estão agora à guarda dos arqueólogos para uma análise mais aprofundada.

Para que se perceba o que são e para definir uma datação específica: existem vestígios de várias ocupações, desde o período contemporâneo (século XIX) até ao período romano. Entre eles, ruínas de uma olaria da era dos Descobrimentos.

"Em média, dispomos de dois anos para estudar os materiais e para chegarmos às nossas conclusões", diz Nuno Neto. "Depois, tudo será entregue à câmara, e ficará no Centro de Arqueologia de Lisboa."

SAIBA MAIS 

2016

Foi o ano em que a Neoépica descobriu vestígios de várias épocas históricas no edifício que é hoje o Hotel Eurostars, em Lisboa. Entre os achados, uma estela onde está gravada escrita fenícia, talvez a "mais antiga recuperada na Europa Ocidental", diz Nuno Neto.

Exposições temporárias

O arqueólogo acredita que, dado o interesse deste achado, "possa haver interesse em organizar uma exposição temporária que o mostre ao público".

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