Cantora está de volta com novo disco ‘Confessions’
A cumprir oito anos de carreira, cantora lança esta sexta-feira o seu quarto disco de originais, 'Confessions', um álbum recheado de segredos, entretanto, transformados em canções. O álbum chega esta sexta-feira, dia em que Aurea apresenta os novos temas na Fnac do Colombo.
Que segredos são estes que canta neste novo disco?
Não posso dizer [risos]. A ideia deste disco surgiu um dia quando eu estava a caminho do Algarve. Ia a conduzir e lembrei-me que, ao longo das nossas vidas, todos nós ouvimos histórias, guardamos segredos e confissões de muita gente. Porque não falar disso? Então, peguei em vinte dessas histórias, que podiam ser interessantes, e levei-as até ao Rui Ribeiro [autor das músicas]. Debatemos aquilo, ele foi para casa e escreveu sobre dez desses segredos.
E é possível falar desses segredos, assegurando a confidencialidade dos seus protagonistas?
Sim. Claro que ninguém reconhece os segredos que estão ali. Nem mesmo aqueles que me contaram.
Mas essas pessoas nem sequer têm noção que as histórias delas deram origem a canções?
Não. Não disse nada a ninguém. E já muita gente me perguntou se as histórias delas estavam neste disco. Mas eu não falo especificamente sobre elas. Não é essa a ideia, até porque todas foram adaptadas. O objetivo é que quem ouça estas histórias as possa adaptar agora às suas vivências.
E não há histórias da Aurea aqui?
Posso dizer que há uma história pelo meio e mais não digo [risos].
Já falou no Rui, o autor da maior parte dos temas. Foi ele que descobriu a Aurea e é ele que continua ao seu lado. Que cumplicidade é esta?
Eu e o Rui temos uma relação especial. Ele é como meu irmão. Ele conhece-me de uma forma que quase ninguém conhece. É muito fácil trabalharmos juntos. Cada vez que ele me mostra uma letra eu penso sempre: ‘Era isto que eu gostava de ter escrito’. Isso não me acontece com muita gente. Eu acho que deve ser raro haver uma simbiose tão bonita entre duas pessoas como acontece comigo e com o Rui. Já passámos por muitas coisas juntos e a nossa cumplicidade está cada vez mais estreita. Neste álbum, nós até resolvemos voltar muito à forma como fizemos o primeiro disco. Gravámos tudo primeiro e só depois é que mostrámos aos outros, incluindo à editora. Isso deu-me uma liberdade enorme.
Sentiram essa necessidade de voltar ao início, porque sentem que as coisas ficaram demasiado sérias?
Não. Eu acho é que, a determinada altura, todos nós sentimos necessidade de voltar ao início. Se as coisas funcionaram tão bem no primeiro disco, porque não repetir.
A Aurea continua sem escrever as suas canções. É por insegurança?
No ‘Restart’ eu ainda dividi a autoria de uma música, mas neste disco não senti esse necessidade. Sei reconhecer o meu lugar e deixar esse trabalho para quem sabe.
Histórias de outros, escritas por terceiros e cantadas por si. Como é que se interiorizam essas palavras?
Eu acho que quando interpretamos uma canção conseguimos sempre relacioná-la com algum momento da nossa vida. É fácil uma letra ou uma canções tomarem conta de nós. No momento de cantar sou eu que estou a viver aquilo. Às vezes sofre-se mesmo.
Já aconteceu emocionar-se em palco a ponto de ter de parar de cantar?
Ui! Tantas vezes. É impossível as coisas não nos tocarem, às vezes até pelo retorno que temos do público. Quando vês um mar de gente a cantar a tua música, é incrível. E aí claro que te emocionas.
Fala do retorno do público. Que reações costuma ter?
Já tive pessoas que me disseram que as minhas canções as ajudaram numa fase difícil da vida e mulheres a dizerem-me que tiveram músicas minhas a tocar durante o parto. É isso que nos faz perceber que faz sentido andarmos aqui.
E a Aurea ouve as suas canções?
Não. É raro [risos].
Porquê?
Eu ouço, apenas no início das digressões, quanto mais não seja para ensaiar, mas a partir do momento em que já tenho as coisas assimiladas, ponho de lado. Eu sou crítica com o meu trabalho e se tiver sempre a ouvir um disco meu, vou estar sempre a apontar e a querer alterar coisas.
E quando entra num espaço público e está a tocar uma música sua?
É constrangedor [risos]. Eu sou uma pessoa muito reservada e gosto muito de estar no meu cantinho e passar despercebida. Quando eu entro em algum sítio e está a tocar uma música minha é como se pusessem um dedo em cima da minha cabeça a apontar para mim.
A Carolina Deslandes é a dona do single de avanço do disco, o único tema que não é do Rui. Como é que ela aparece?
A canção da Carolina foi a última a entrar no disco. Ela enviou-me uma mensagem pelas redes sociais a dizer-me que tinha uma música que imaginava na minha voz. Era uma música que ela já tinha há muito tempo mas que ainda não tinha tido coragem para me enviar. A verdade é que encaixou na perfeição. Parece que era uma peça que faltava.
A Aurea estreou-se há oito anos, mas em pouco tempo transformou-se quase numa diva. A Aurea mudou ou é a perceção que o público tem de si que é diferente?
Claro que as coisas mudam. Quando comecei tinha 22. Hoje tenho 30. Já se passou muita coisa a nível pessoal e profissional. É normal que eu amadureça, mas os valores são exatamente iguais. A menina é exatamente a mesma. Hoje tenho é responsabilidades diferentes, até porque tenho muitas pessoas que dependem do meu trabalho.
Nunca se deslumbrou?
Tenho a certeza que não. Eu continuo a ter os mesmos amigos, a ir aos mesmos sítios e a fazer as mesmas coisas. Se me perguntarem hoje o que é que eu gosto mais de fazer nos meus tempos livres eu continuo a dizer que é ir à praia, ter um serão em casa, estar com os meus pais e o meu irmão. Eu continuo a ser feliz assim...
Como é que a Aurea é recebida em Silves, a terra onde foi criada?
Mesmo que eu não cantasse, toda a gente me conhecia lá [risos]. Mas em Silves a minha mãe é mais conhecida do que eu.
Hoje é mentora de um programa de talentos, o ‘The Voice’, mas aos 15 anos, no ‘Ídolos’, chegaram a chamar-lhe ‘má dona’. Como é que se dá a volta a isso?
Eu era muito novinha. Aquilo não me marcou nada, porque eu não via a música como uma profissão. A minha família e os meus amigos é que insistiram para eu ir. Acho que aquele ‘não’ que ouvi foi muito importante para mim, para perceber como é que lidamos com uma nega e o que é que fazes a seguir.
E no ‘The Voice’ nunca pensa que pode estar a dar nega a uma futura Aurea?
A quem sai eu digo sempre isto: ‘espero que voltem daqui a uns anos e nos passem a perna’. Nós não queremos tirar sonhos a ninguém. Na primeira série eu estava uma pilha de nervos mas, entretanto, encontrei o meu propósito no programa que é fazer com que os concorrentes percebam que o ‘The Voice’ é um momento isolado na vida deles e que não é determinante. Muitos nunca tiveram contacto com banda, público ou câmaras e por isso têm que aproveitar.
Já saiu de lá de coração partido?
Várias vezes, porque nós também nos enganamos. Já aconteceu ir falar com a produção a perguntar se é possível voltar atrás.
A Aurea foi mentora da Cláudia Pascoal. Como é que viu a vitória dela no Festival da Canção?
As pessoas ainda não conhecem metade do que ela é capaz. É uma miúda incrível. Já tem uma identidade muito própria. Eu emocionei-me com as suas atuações. Se ela não me tivesse escolhido acho que tinha ido para casa a chorar.
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