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Dragão falha no arranque da Liga

Vítor Oliveira, velha raposa do futebol, coloca gilistas a cantar de galo, no regresso à Liga principal.

11 de agosto de 2019 às 01:30

O FC Porto marcou passo no arranque da Liga. A derrota em Barcelos, aos pés de um Gil Vicente superiormente orientado por uma velha raposa do futebol português, Vítor Oliveira, castiga o aburguesamento da equipa na digestão da vitória, dias antes, em Krasnodar (1-0), na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Na Rússia, os dragões ganharam mas já ali se tinham visto desafinações várias no processo de construção e na transição defensiva. Agora, outro galo cantou. O Gil Vicente soube ser paciente e revelou capacidade para aguentar as (débeis) investidas do FC Porto.

No momento certo lançou veneno para dentro da área portista, onde o fantástico Marchesín esteve mal apoiado pelos rins dos centrais Pepe e Marcano. E sem Danilo para filtrar jogo (opção discutível de Sérgio Conceição), tudo se complicou ainda mais.

A estratégia de Vítor Oliveira para este jogo foi clássica: conceder o domínio ao adversário. Atitude humilde de quem sabe ter de ir à luta com armas diferentes. O FC Porto ganhou, por isso, ascendente na primeira parte. Mas não mostrou lucidez para se desembaraçar da teia urdida pelo meio-campo da casa. Isso retardou-lhe os processos e tornou o seu futebol lento e previsível.

As incursões de Alex Telles pelo flanco, com açucarados cruzamentos não correspondidos, mostravam ser insuficientes para criar desequilíbrio. De resto, ainda na primeira parte, foi Marchesín, dono da baliza portista, quem teve de brilhar. E de que maneira.

Na segunda metade, o FC Porto tentou meter velocidade no jogo. Mas não resolveu o problema principal: tornar o seu futebol fluído. Um erro de Marega esteve na origem do 1-0 gilista.

De penálti, marcado por Alex Telles a castigar braço na bola de Rodrigo, o dragão ainda regressou ao jogo. Mas logo lhe perdeu o rasto, de novo, quando o irrequieto Kraev explorou um buraco no eixo da defesa, no seguimento de um rápido lance do ataque gilista.

"Não fizemos um bom jogo"

"Estivemos desinspirados. Não foi um bom jogo da nossa parte, temos de assumir isso", disse Sérgio Conceição. O treinador lamentou a ineficácia dos seus jogadores, nomeadamente no primeiro tempo. "Este não foi um mau jogo só de um jogador, mas de toda a equipa", salientou.

Conceição assumiu as responsabilidades pela derrota: "Queríamos muito entrar a ganhar mas infelizmente há jogos assim. Isto é futebol." O técnico portista quer já a sua equipa a pensar "no importante jogo" de terça-feira com o Krasnodar, na 2ª mão da 3ª pré-eliminatória da Champions (dragões em vantagem, 1-0). 

ANÁLISE

Duas fabulosas defesas

O FC Porto demorou a contratar um sucessor para Casillas, mas parece ter acertado em cheio. Marchesín já tinha brilhado em Krasnodar e ontem fez duas superdefesas. Não merecia a derrota.

Sobranceria

A entrada em falso do FC Porto na Liga teve muito que ver com a forma relaxada e por vezes displicente como a equipa abordou este jogo. A começar pelo treinador, ao deixar o influente Danilo de fora.

VAR corrige Almeida

O jogo de ontem foi marcado por duas situações de penálti. Nuno Almeida falhou em ambas. Não há falta de Alex Pinto sobre Sérgio Oliveira e houve braço na bola de Rodrigo na área gilista.

A verdade desportiva acabou por imperar graças à prestimosa intervenção do VAR em ambas as situações.

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