O Benfica da era Jorge Jesus corre para a história. As sucessivas goleadas com que brinda os seus adversários, quase ao jeito de um rolo compressor, permitem projectar uma temporada ao nível de outras que permanecem nos registos como as melhores de sempre do clube em termos de golos marcados. E como muitos golos são sinónimo de muitas vitórias, será fácil de perceber o motivo pelo qual a nova Luz se enche de quinze em quinze dias, em alternância com as romarias encarnadas, pelo País fora, de duas em duas semanas.
Números são números. Não mentem nem permitem análises subjectivas. O Benfica na versão 2009/10 marcou 21 golos em seis jornadas. Uma média de 3,5 golos por jogo. A manter esta pedalada, a equipa da Luz iria chegar ao final do campeonato com 105 golos marcados. E então teríamos história, pois nunca o Benfica marcou tantos golos num só campeonato nacional. O recorde das águias, como se pode ver no quadro anexo nestas páginas, está fixado nos 103 golos e foi conseguido na época 1963/64, na era dourada do clube, quando disputava finais europeias e as ganhava. Era o tempo de Eusébio e companhia.
Bater essa marca, todavia, não será tarefa fácil para os jogadores de agora. Há outras, contudo, a que Cardozo, Ramires, Nuno Gomes e resto da equipa da Luz podem aspirar. Por exemplo, chegar ao fim da liga com mais de 80 golos. Se o fizerem, conseguem algo a que não se assiste no reino da águia desde 1991, quando o Benfica de então se sagrou campeão com 89 golos apontados. Rui Águas foi nessa época coroado rei dos marcadores, com 25 finalizações.
Foi, de resto, a última vez em que um jogador do Benfica ganhou o troféu que premeia o melhor finalizador. Uma e outra coisa parece estarem ligadas. Cardozo é, neste momento, o goleador-mor da Liga, com sete golos. Ramires é o terceiro melhor, com quatro tentos.
Outra meta ambiciosa para o Benfica goleador de Jesus é ultrapassar a fasquia dos 90 golos. Isso só aconteceu no clube em cinco ocasiões. Em 75 possíveis. A mais recente de todas em 1976.
No caso de a chama goleadora do Benfica se apagar, Jesus pode motivar os seus jogadores com o exemplo da equipa de 1938, a do pior registo de golos marcados da história do clube, apenas 34 festejos. Isso, contudo, não impediu a equipa de ser campeã nacional.
SAIBA MAIS
GOLEADA DO SÉCULO
A goleada de 8-1 imposta pelo Benfica ao Vitória de Setúbal na 3.ª jornada é o resultado mais desnivelado na Liga portuguesa de futebol neste século. Supera o 6-0 registado cinco vezes.
30
Golos que Cardozo se propõe marcar nesta época. Para já tem sete, em seis jogos. O último jogador do Benfica a marcar mais de 30 golos (33) foi Magnusson, em 1989/90.
RECORDE ALTERNATIVO
O Benfica de Jesus corre atrás do recorde de finalizações do Benfica na Liga (103, em 1963/64). Caso não o consiga, pode tentar bater o recorde de golos marcados em casa numa só época: 55, em 1972/73. Por agora tem 14.
AS MARCAS DE EUSÉBIO
Os melhores ‘Benficas’ de sempre em matéria de golos têm um denominador comum: Eusébio. Pois claro. Estão separados no tempo por quase uma década mas ambos têm a marca do ‘Pantera Negra’.
Vamos por partes. O mais goleador Benfica da história foi, sem grande surpresa, o da temporada 1963/64, com 103 golos. Sem surpresa porquê? Simples, porque a equipa que o compunha tinha como base a extraordinária geração que em 1961 e 1962 levou o título aos píncaros da Europa, com a dupla conquista da Taça dos Campeões. Era o tempo de Eusébio, Torres, Simões, Coluna e José Augusto. Eusébio sagrou-se melhor marcador desse campeonato, com 28 golos. Foi a primeira das sete vezes que ganhou o título de rei dos goleadores.
Em 1972/73 surgiu ‘outro’ Benfica poderosíssimo: o de Jimmy Hagan. A tal equipa que terminou o campeonato com somente dois empates. Tudo o resto foram vitórias. A força da equipa estava no ataque, onde pontificavam jovens como Jordão ou Nené, consagrados como Vítor Baptista ou Artur Jorge e um tal... Eusébio. Que nesse ano marcou 40 golos. O último título de rei dos marcadores. O fim de um ciclo.
AO SOM DOS 5 VIOLINOS
Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. Juntos, estes cinco avançados do Sporting fizeram furor na década de 40. O assombroso recorde de 123 golos marcados num só campeonato é da equipa – mas foi este quinteto que ficou na história como o mais profícuo ataque do futebol português.
O feito aconteceu na época de 1946/47. O campeonato português foi nessa temporada alargado de 12 para 14 equipas: 26 jogos para cada competidor. Um festim para Peyroteo e companhia. Cada jogo do Sporting valia bem o preço do bilhete, especialmente nas partidas em casa. Nesta condição, o pior que se viu foi a equipa marcar ‘apenas’... três golos. Aconteceu em quatro jogos. Nos restantes foi sempre daí para cima. O Benfica, por exemplo, saiu do Campo do Lumiar (recinto onde os leões então jogavam) com um expressivo 6-1.
A média de finalizações por partida acabou fixada nos 4,73 golos. Peyroteo sagrou-se o melhor marcador da prova, com 43 golos... em 19 jogos, pois esteve ausente em sete por lesão. Na época passada o Sporting marcou 45 golos. Em 30 jogos!
ÁGUIAS E LEÕES MONOPOLIZAM 'TOP TEN'
Apenas por quatro vezes o campeonato português terminou com equipas a marcar 100 ou mais golos. E somente em 15 ocasiões se ultrapassou a barreira dos 90 golos. O ‘top ten’ é dominado por águias e leões, sendo de registar o facto de o FC Porto nunca ter chegado sequer à dita fasquia dos 90. O recorde de golos apontados numa só época pelos dragões é de 88, em 1988.
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