António Tavares-Teles, jornalista de ‘O Jogo’ e autor da crónica semanal naquele diário intitulada ‘O Pato’, foi apanhado nas escutas telefónicas do ‘Apito Dourado’ a combinar um texto com Pinto da Costa, que iria ser publicado no dia seguinte no jornal desportivo. A conversa foi interceptada a 28 de Novembro de 2003 e foi o jornalista que contactou o dirigente desportivo.
Pelo que se pode ler da transcrição da referida escuta telefónica percebe-se também que, além de ter sido combinado, o teor do texto era falso, já que, conforme assumiu Pinto da Costa noutra conversa telefónica, servia apenas como forma de “pressão” e de “chantagem” para com os elementos do Conselho Disciplinar da Liga de Clubes.
Segundo o CM apurou, estavam ambos a referir-se ao caso que ficou conhecido como a ‘bota de Deco’ e Tavares-Teles disse a Pinto da Costa que na sua crónica semanal iria insinuar que o jogador brasileiro estaria disposto a abandonar a selecção nacional se fosse sujeito a um castigo elevado, depois de ter sido acusado de agredir um árbitro.
Tavares-Teles perguntou depois ao dirigente portista se já tinha falado com Deco para que aquele não o desmentisse no dia seguinte. “O gajo não é maluco o suficiente para dizer que não é nada, que é tudo mentira?”, perguntou o jornalista, sendo de imediato “descansado” pelo dirigente. “Eu falo com o Antero e ele avisa”, garantiu, minutos antes de ligar ao jogador a pedir-lhe para ele não desmentir o jornalista. “Dei uma entrevista hoje à ‘Bola’, eu já tinha marcado com o gajo e o Antero tinha falado comigo. [...] Disse o básico, o normal [...] mas agora não sei se isso prejudica”, justificou-se Deco, garantindo Pinto da Costa que a entrevista podia na mesma ser publicada. “Se for o caso, fala com o Antero para a entrevista não sair”, terminou o jogador.
Outra conversa, envolvendo Pinto da Costa e Antero Henriques, actual director-geral da SAD portista, confirma que tudo não passava de uma farsa. “Esta do ‘Pato’. Já sabia que o presidente era um génio, mas esta é espectacular”, diz o dirigente ao líder azul e branco.
O CM ouviu Tavares-Teles, que recusou explicar a referida conversa, dizendo que tudo estava esclarecido no texto que escreveu na edição do passado sábado no jornal ‘O Jogo’ (onde falava das escutas que envolviam dirigentes do Benfica).
As três conversas de Pinto da Costa – com Tavares-Teles, Deco e Antero Henriques – mostram que a ameaça de abandonar a selecção foi apenas uma forma de chantagem. A ideia foi do presidente da SAD do Porto.
PINTO DA COSTA COM TAVARES-TELES
TT - Então? Olha pá, eu já escrevi aquele história do Deco [...] o Manuel Tavares estava a querer pôr aquilo em grande destaque, pá!
PC - Não, não! Tem mais impacto aí.
TT- Entretanto, o Porto vai jogar e os gajos vão perguntar ao Deco! O Deco o que é que vai dizer?
PC - Ó pá, o Deco vai dizer que está a pensar! […]
TT - O gajo não é maluco o suficiente para dizer que não, que não é nada, que é tudo mentira?
PC- Não!, eu falo com o Antero e ele avisa! […]
PC - Um abraço!
TT - Tem aqui coisas muito giras! Lê isto, amanhã
PINTO DA COSTA COM DECO
PC - Olha, amanhã, como sabes, nós metemos o recurso do teu castigo, não é?
[...] e vai sair aquela coisa do ‘Pato’ [...] que é como forma de pressão para o Conselho! Portanto, se alguém te perguntar se é verdade, tu dizes: “Na altura própria, direi…”
PINTO DA COSTA COM ANTERO
A - Esta do ‘Pato’, do Deco, vou-lhe dizer uma coisa, pá! Eu sabia que o presidente era um génio mas esta!, foda-se!
PC - Como é que vem?
A - Vem espectacular, pá!
PC - Como é que está?
A - Acho que é uma chantagem fantástica!...
DECIDIDO O FUTURO DE MORGADO
O futuro da equipa do processo ‘Apito Dourado’, coordenada por Maria José Morgado, vai ser decidido amanhã, revelou ao CM fonte da Procuradoria-Geral da República. Depois de Pinto Monteiro ter revelado que pretende manter em funções, após a conclusão das investigações sobre corrupção no futebol, a estrutura multidisciplinar de magistrados e inspectores da PJ, o procurador reúne-se esta tarde com Morgado.
Amanhã, deverão ser conhecidas as funções destinadas aos nove elementos, uma vez que, das mais de 50 certidões entregues à equipa, falta apenas conhecer a decisão num dos importantes processos: a alegada viciação da classificação das arbitragens entre 2002 e 2004.
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