Benfica trava campeão invicto em dérbi na Luz

Encarnados impuseram a primeira derrota ao Sporting. Leões estiveram a perder por 3-0, mas conseguiram equilibrar resultado.

16 de maio de 2021 às 01:30
Pote (Sporting) e Pizzi (Benfica): duelo entre os melhores em campo Foto: Pedro Ferreira
Com Pizzi em campo, foi Seferovic quem marcou o penálti do Benfica Foto: Pedro Ferreira
Pote apressa colega Paulinho para o jogo recomeçar, após um golo Foto: Pedro Ferreira
Benfica e Sporting Foto: Miguel A. Lopes / Lusa

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E ao 33º jogo o Sporting caiu. Tombou como campeão e... de pé, ao sair derrotado do dérbi com o Benfica na Luz por 4-3, depois de ter estado a perder por 3-0.

O Benfica entrou com um objetivo claro: Mostrar que está à altura do campeão Sporting. Num jogo aberto desde o apito inicial, os anfitriões dominaram a primeira parte. E aí Rúben Amorim teve alguma culpa quando deixou Palhinha e João Mário no banco, colocando nos seus lugares Matheus Nunes e Daniel Bragança.

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E o Benfica percebeu que o caminho para o golo era pela zona central. Pizzi, com um passe a rasgar, isolou Seferovic que, à saída de Adán, lhe picou a bola por cima. Estava feito o 1-0.

O campeão, ainda a curar a ressaca da festa, demorou a entrar no jogo. Lento a reagir e com alguma falta de pulmão.

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Jorge Jesus mandou carregar no acelerador e Pizzi e Everton faziam estragos nos leões. As águias trocavam bem a bola e fizeram o 2-0, numa jogada com 11 passes, uma prova da passividade leonina. Everton assistiu Pizzi que irrompeu pela zona central e fez a bola passar por cima de Adán.

O Benfica não queria apenas ganhar. Queria deixar a sua marca e impor uma pesada derrota ao campeão, até então invicto na Liga. O 3-0 obtido num cabeceamento de Lucas Veríssimo, após canto de Pizzi, fazia prever um resultado a roçar a humilhação.

O Sporting demorava a entrar no ritmo, mas nunca perdeu o brio. O brio que o conduziu ao título de campeão que fugia há 19 anos. No último suspiro da primeira metade, Pote, como é conhecido Pedro Gonçalves, reduziu para 3-1, com um remate colocado.

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E a segunda parte começou como terminou a primeira: com golo, mas para o Benfica. Grimaldo sofreu falta para penálti e Seferovic converteu.

Este golo fez as águias abrandarem o ritmo. Amorim pôs Palhinha e João Mário e o Sporting cresceu para encostar o Benfica às cordas. Fez o 4-2 por Nuno Santos, após uma jogada envolvente com Pote e Paulinho a assistir para o golo.

Os leões acreditaram e Pote foi travado em falta por Lucas Veríssimo. Foi ele quem converteu o penálti, igualando Seferovic com um bis e 20 golos na lista dos melhores marcadores. Pote ainda atirou duas vezes aos ferros. Um dérbi intenso, no qual o Benfica fez o seu melhor jogo da época.Um duelo à parte dentro do jogo na luta pelo estatuto de melhor marcador da Liga. Seferovic bisou (um dos golos de penálti) e Pote não desarmou. Fez dois golos (igualmente um de penálti) e ainda atirou duas bolas aos ferros da baliza de Helton Leite.

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+Seferovic e Pote

Um duelo à parte dentro do jogo na luta pelo estatuto de melhor marcador da Liga. Seferovic bisou (um dos golos de penálti) e Pote não desarmou. Fez dois golos (igualmente um de penálti) e ainda atirou duas bolas aos ferros da baliza de Helton Leite.

-Três golos de avanço

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O Sporting entrou a dormir no jogo. Ainda na ressaca da conquista do título, a equipa entrou lenta e sem pulmão. Deu três golos de avanço. Quando percebeu que estava à beira da humilhação recuperou e redimiu-se ao cair na Liga. Mas de pé.

Arbitragem: Dois vermelhos perdoados

Tiago Martins pecou apenas no capítulo disciplinar. Perdoou o segundo cartão amarelo a Lucas Veríssimo, que travou Pote na área quando este seguia isolado. Perdoou depois um vermelho direto a Nuno Mendes, que travou Rafa com o braço.

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Última jornada fica pendurada

Com o acesso a lugares europeus e a luta pela despromoção dependente dos jogos que se realizam este domingo, a Liga só deve anunciar esta segunda-feira os horários definitivos da última jornada da Liga, inclusive as partidas que envolvem Sporting, FC Porto e Benfica.

"Podíamos ter marcado mais"

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"Saímos daqui com a sensação de que podíamos ter marcado mais, mas há que dar mérito ao adversário. É mais uma vitória. Continuamos com uma segunda volta muito forte", referiu este sábado Jorge Jesus.

Apesar dos elogios, o treinador deixa críticas aos jogadores. "Nós somos uma equipa que não sabe defender resultados. Por muito que eu fale, ainda na cabeça de alguns jogadores não perceberam como guardar o resultado. Com um 4-1 não estás à procura do resultado, tentas guarda o resultado e aproveitar uma ou outra situação", defendeu.

Sobre a troca de palavras com Rúben Amorim antes do dérbi, Jesus disse que preferiu dar os parabéns ao técnico pessoalmente. "Não quis dar-lhe por mensagem. Achava que ele não merecia os parabéns pelo telemóvel. Quis esperar pelo jogo. Fiz questão de me encontrar com ele no túnel de acesso", esclareceu.

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Jesus quer, Everton sonha e com Pizzi e Seferovic a obra nasce

Helton Leite – Desviou uma bola para o poste com a ponta dos dedos.

Lucas Veríssimo – Bom golo de cabeça. Má abordagem no penálti cometido.

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Otamendi – Foi o central mais regular a defender.

Vertonghen – Falhou duas vezes na cobertura a Pote em lances que deram golo.

Diogo Gonçalves – Deixou Paulinho fugir nas suas costas na jogada do 4-2.

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Weigl – Não se coibiu de recorrer à falta. Sofreu mais na 2ª parte.

Taarabt – Esforçado, mas pouco esclarecido. Afundou-se depois do intervalo.

Grimaldo – Preponderante no ataque, ganhou um penálti e teve uma boa oportunidade para marcar aos 64’.

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Pizzi - Dos melhores dérbis que se lhe viu. Categoria a picar sobre Adán no 2-0 e assistências teleguiadas para dois golos.

Seferovic – Influente a servir de pivô para a bola circular enquanto teve forças. Recompensado com dois golos.

Everton – Das melhores exibições na Luz. Excelente assistência para Pizzi.

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Gabriel – Na mesma linha de Taarabt.

Nuno Tavares – Fora de posição, não comprometeu.

Rafa – Viu Adán negar-lhe o golo aos 90+4’.

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Darwin – Nada a registar.

Waldschmidt – Quase marcava aos 90+1’.

"Jesus deu-me os parabéns"

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Rúben Amorim e Jorge Jesus trocaram algumas palavras antes do dérbi. O técnico do Sporting revelou o conteúdo da conversa: "Disse-me que estava à minha espera para me dar os parabéns pessoalmente e eu desejei boa sorte para a Taça." O técnico leonino não esclareceu o significado do gesto com os três dedos feito pelo homólogo. "Estou a cumprimentar as pessoas, mas estou a pensar no jogo", referiu.

Sobre a partida, Amorim enalteceu o espírito combativo da equipa. "Foi um jogo complicado. O Benfica entrou bem, fez três golos. Conseguimos marcar e ao intervalo acreditámos. Voltámos a sofrer mal começou. A equipa mostrou o coração e a força que tem. Fizemos mais dois golos e no fim tentámos o empate", disse.

O técnico lamentou ainda a primeira derrota na Liga: "Queríamos ganhar e manter a série de invencibilidade. Mas o mais importante está feito."

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Pote e Nuno Santos foram os menos afetados pela festa

Adán –

João Pereira – Substituiu Porro no lugar, mas a qualidade ficou muito aquém.

Gonçalo Inácio – Foi dos melhores na defesa, um ‘pronto-socorro’.

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Coates – Mostrou lentidão nos processos. A idade já não permite muitas festas...

Matheus Reis – Sentiu muitas dificuldades para travar os adversários.

Nuno Mendes – Teve um mau começo do jogo mas foi subindo de produção. Quando ficou sozinho na esquerda atingiu o nível habitual.

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Daniel Bragança – Engolido pelo meio-campo adversário, tentou sair a jogar com passes de qualidade.

Pote - Dois golos, duas bolas ao poste e muita vontade em inverter o rumo do marcador. Foi o jogador leonino mais inconformado.

Matheus Nunes – Jogou pouco no meio-campo e pior depois na lateral direita.

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Nuno Santos – Outro inconformado, queria sair da Luz com outro resultado.

Paulinho – Toques de classe sem efeitos práticos.

Palhinha – Entrou na segunda parte para evitar eventual humilhação.

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João Mário – Condutor de jogo, dinamizou equipa.

Jovane Cabral – ‘Arma secreta’ de Amorim não disparou.

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