'Grandes' buscam extremos e ajustes pontuais na reabertura do mercado de transferências
Treinador Augusto Inácio projeta que o FC Porto, Sporting e Benfica vão procurar extremos na janela de inverno.
O líder isolado FC Porto, o bicampeão nacional Sporting e o Benfica vão procurar extremos na janela de transferências de inverno da I Liga de futebol, projeta o treinador Augusto Inácio, admitindo ajustes pontuais nas restantes posições.
"Um vai ser campeão, o segundo estará na expectativa para entrar na fase principal da Liga dos Campeões e o terceiro só vai à Liga Europa. Não sei se vão gastar mais do que podem, mas os três 'grandes' tentarão tudo para ganhar. As coisas começam a pesar muito para Benfica e FC Porto, que eram os normais vencedores do campeonato, até o Sporting se ter intrometido", reconheceu à agência Lusa o ex-defesa internacional português, um dos 12 campeões nacionais como jogador e treinador.
Em busca do terceiro título consecutivo pela primeira vez em sete décadas, o Sporting chegou ao fim do ano civil no segundo lugar, com 41 pontos, a cinco do FC Porto, e deve agir a "pensar no presente e no futuro" na reabertura do mercado, em vigor na I Liga de sexta-feira a 02 de fevereiro.
"O [treinador] Rui Borges já disse que precisava de um extremo de pé direito dominante para o lado esquerdo. Parece-me que o clube vai à procura de dois, mas não vai mexer muito num plantel que é bom", referiu.
Campeão no relvado e no banco pelos 'leões', que levou em 1999/00 ao primeiro título em 18 anos, Augusto Inácio vê ainda um novo médio em Alvalade, atendendo à quebra de Hidemasa Morita, em fim de contrato.
O Sporting está em posição favorável para chegar à fase a eliminar da Liga dos Campeões, ao contrário do Benfica, que fecha o pódio do campeonato, com 36 pontos, e vai ter a primeira janela de transferências com José Mourinho, sucessor de Bruno Lage desde setembro, no regresso à Luz 25 anos depois.
Convicto de que o capitão Nicolás Otamendi cumprirá o vínculo extensível até ao próximo verão, Augusto Inácio coloca dois extremos e, se possível, um médio a caminho das 'águias', às quais está para chegar o ala cabo-verdiano Sidny Lopes Cabral, na venda mais alta de sempre do Estrela da Amadora.
"Embora seja lateral à direita ou à esquerda, o Sidny faz quatro posições e pode dar algum jeito na frente de ataque. O Benfica gastou muito dinheiro no princípio da época e agora está a tentar fazer das fraquezas forças para apetrechar o plantel dentro da ideia do treinador. É natural que esteja muito ativo no mercado", analisou.
Em relação ao FC Porto, com o qual venceu três campeonatos, uma Taça dos Campeões Europeus, uma Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia, Augusto Inácio espera um extremo e um ponta de lança no conjunto do italiano Francesco Farioli, privado de Luuk de Jong, por lesão.
De regresso ao fim de duas décadas está o defesa central brasileiro Thiago Silva, que nunca jogou pela equipa principal 'azul e branca' e desvinculou-se do Fluminense, podendo ser alternativa a Jan Bednarek e Jakub Kiwior.
"Havia uma lacuna na posição de central do lado direita. O FC Porto olhou para o caso de acontecer algo e não ser sempre o Pablo Rosario a jogar a central. Thiago Silva dá segurança, até porque fez muitos jogos e era capitão do Fluminense. Olha-se para a idade e assusta como é que o FC Porto vai buscar um jogador de 41 anos, mas acredito que seja mais pelo momento", expôs, numa altura em que o líder ainda não perdeu na I Liga, sendo, a par do Benfica, as duas únicas equipas sem derrotas.
Os 'dragões', cujo recorde de despesa foi batido no verão, são favoritos ao título para Augusto Inácio, que não espera vendas avultadas a meio da época e vê o Sporting financeiramente mais estável numa I Liga de "pouca visibilidade e dimensão, mas cotada internacionalmente a projetar valor".
"Não deixa de ser curioso que agora se fale de uma aquisição por uns 20 milhões de euros (ME) e pareça que é uma coisa de somenos, quando antigamente se falava em cinco ME e era uma dor de cabeça para os clubes. É a evolução dos tempos e veremos quem consegue equilibrar a balança. Portugal tem grandes jogadores, mas não os pode reter durante muito tempo, porque aparece sempre alguém que os quer", advertiu.
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