Leão de raça eficaz na caça ao título: Sporting vence ao Sp. Braga
Gonçalo Inácio foi expulso (18’) e a equipa de Rúben Amorim sofreu para travar a avalanche ofensiva do Sp. Braga.
Um golo de Matheus Nunes (81’) no primeiro e único remate à baliza valeu este domingo um triunfo épico do Sporting sobre o Sp. Braga, num jogo que pode impulsionar os leões definitivamente para o título, quando faltam cinco jornadas do final da Liga.
Num jogo aberto com as duas equipas a procurarem o golo, foram os bracarenses que assumiram as rédeas da partida. Galeno foi um quebra-cabeças e todo o jogo ofensivo dos anfitriões foi canalizado pelo lado esquerdo. Sob pressão, Gonçalo Inácio teve de recorrer à falta. Viu dois amarelos e acabou expulso logo aos 18 minutos.
A tática dos leões sofreu um duro revés. A equipa encolheu-se e defendeu numa linha de cinco defesas e quatro médios. Prescindiu praticamente de atacar, com Nuno Santos a lateral-esquerdo e Paulinho e Pedro Gonçalves a auxiliarem o meio-campo. Os bracarenses subiram linhas e continuaram a explorar a velocidade de Galeno e o remendo leonino na defesa após a saída de Gonçalo Inácio. Nos lances mais perigosos da equipa de Carlos Carvalhal, através de um cabeceamento de Fransérgio (38’) e um remate quase à queima-roupa de Galeno (39’), brilhou Adán com duas defesas de elevado nível de dificuldade.
Na etapa complementar, os leões voltaram a remeter-se a tarefas defensivas. Defendeu com todos e todos pareciam poucos para travar a avalanche ofensiva dos bracarenses. Galeno visou sempre que pôde a baliza leonina, mas a noite era de Adán. Um leão não prescinde de caçar. A única forma de chegar à baliza adversária era de bola parada. Tiago Tomás sofreu uma falta e Porro foi lesto em colocar a bola nos pés de Matheus Nunes. O médio recém-entrado correu com a bola e rematou de primeira para o fundo da baliza de Matheus. Um banho de água fria para os bracarenses, que dominaram sempre a partida. O leão revelou eficácia na caça dos pontos e sobreviveu a uma batalha dificílima na luta pelo título. Para já tem 7 pontos de vantagem sobre o FC Porto, que joga esta segunda-feira em Moreira de Cónegos.
Análise
Matheus Nunes, o herói
+ Matheus Nunes saltou do banco e voltou a ser o herói do Sporting. O médio leonino parece talhado para fazer golos nos grandes jogos. Foi o autor do golo frente ao Benfica e voltou a marcar aos bracarenses.
Precipitação de Inácio
Arbitragem com... casos
A arbitragem de Artur Soares Dias teve casos. Benefício da dúvida no segundo amarelo a Gonçalo Inácio, quando havia mais jogadores por perto. A falta sobre Tiago Tomás que dá o golo de Matheus Nunes parece não ter existido. O VAR não podia intervir neste lance. Bem ao mandar jogar quando Coates pediu penálti.
Galeno luta contra muralha invencível
Esgaio – Tentou várias diagonais no ataque. Quase sempre em fora de jogo.
Tormena – Sem erros, o brasileiro teve uma prestação de nível diante de Paulinho, um antigo companheiro de equipa.
Raul Silva – Dois cortes importantes que adiaram o golo dos visitantes. Importante.
Sequeira – Primeiro como central e depois como lateral. No lado e no outro mostrou estar ao nível da importância do jogo para os minhotos.
Castro – Uma formiguinha no meio-campo minhoto. No ataque teve chances para visar a baliza mas preferiu sempre o passe lateral.
Fransérgio – Um excelente cabeceamento a que Adán correspondeu. Importante nos duelos no miolo, deixou Matheus Nunes fugir no 0-1.
Gaitán – O mágico teve alguns bons pormenores. Muitas variações de flanco, mas faltou-lhe objetividade.
Ricardo Horta – Mais apagado do que o habitual. Um remate apenas que Coates cortou e outro ao lado. Pouco.
Abel Ruiz – Muita luta diante dos centrais contrários.
Al Musrati – Entrou e rematou com perigo.
André Horta – Deu frescura ao meio-campo, mas pouco mais acrescentou.
Piazón – Não trouxe nada de novo à equipa.
Borja – Não comprometeu. Tentou vários cruzamentos.
Rui Fonte – Sem bola.
Galeno
Um dos mais perigosos. Um pulmão inesgotável que deu que fazer a Porro. Teve uma enorme chance, mas atirou à figura no primeiro tempo. No segundo, até ter pernas, voltou a enfrentar Adán, que deixou o leão imbatível.
Coates e Adán seguram antes da estocada
Adán – Três enormes defesas no período dominador do Sp. Braga. Decisivo depois do frango no último jogo.
Gonçalo Inácio – Para esquecer. Levou dois amarelos para tentar corrigir erros que ele próprio cometeu. Prejudicou toda a estratégia de Rúben Amorim.
Feddal – Mais discreto do que Coates. Ainda assim teve uma prestação que não comprometeu.
Porro – Duelo intenso com Galeno. Perdeu e ganhou bolas, mas no ataque pouco ou nada se viu.
Nuno Mendes – Mudou três vezes de posição. Competente a defender e perigoso nas descidas ofensivas.
João Palhinha – Muita luta. Melhorou no segundo tempo e ajudou como pôde a sua linha defensiva.
João Mário – Tentou ajudar mas quase sempre sem sorte.
Nuno Santos – Regresso ao onze. Obrigado a descer, não esteve mal como lateral, mas também não se destacou.
Pedro Gonçalves – Correu e lutou muito quando a equipa passou a jogar com 10. Chegou atrasado na melhor chance leonina no 1º tempo.
Paulinho – Antes de ficar ainda mais isolado em campo teve a melhor situação de golo, mas o cabeceamento saiu ao lado.
Matheus Nunes – Explosão no golo que deu a estocada final. Voltou a fazer a diferença num jogo entre grandes.
Neto – Cumpriu.
Matheus Reis– Competente.
Tiago Tomás – Ganhou a falta que viria a dar o 0-1.
Plata – Segurou.
Coates
O esteio da defesa leonina (mais uma vez). Esteve sereno e sempre no caminho da bola. Vários cortes decisivos evitaram golos minhotos. O capitão manteve a cabeça fria e ajudou os colegas num jogo estoico.
Rúben Amorim cauteloso
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt