Intensidade sempre no máximo... até depois do apito. Jesus lucrou com o planeamento. Conceição empatou com o laboratório.
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Um clássico daqueles. FC Porto e Benfica deixaram a pele em campo numa batalha de táticas e intensidade que terminou num empate. A águia surpreendeu, melhorou e até esteve perto de 20 minutos em superioridade, mas os homens de Conceição resistiram até ao fim. Empates no Dragão e em Alvalade. Fica tudo igual.
Este foi um clássico com muito para contar, até mesmo antes do apito inicial. Não só pelas boas notícias do escorregão leonino, também por aquilo que foi o imediato impacto do planeamento dos treinadores.
Jorge Jesus sentou-se na biblioteca, estudou o que errou no exame da Supertaça e olhou para a esquerda. Tavares a lateral a travar o castigo aéreo que Conceição atirava para Grimaldo e o habitual defesa espanhol mais à frente a aproveitar a tremedeira do estreante Nanu, que ainda levava com Darwin.
Mais: as águias subiram a agressividade, imitando os rivais na metáfora de faca nos dentes. E vinca-se mais aqui o foco no Benfica porque o plano encarnado teve resultados rápidos. Exploração da ala esquerda, passe exímio de Seferovic e golo de classe de Grimaldo.
O FC Porto não apresentou mudanças - aposta clara no jogo entre as linhas de Corona -, mas sentiu a pressão encarnada e a falta do incansável Otávio. Só que Sérgio tem o seu laboratório e o empate chega num após um lançamento lateral preparado ao pormenor - Taremi fez o golo, com desvio de Marega pelo meio. 1-1 aos 25’.
O intervalo chegaria com os dados estatísticos equilibrados, mas o Benfica assustava mais, com Darwin a atirar ao poste (29’) e a ver Marchesín retirar-lhe o golo (43’). Do outro lado, era Corona a encontrar Díaz num remate para fora.
Se já se falava em batalha, a segunda parte começa com uma enxurrada de faltas e de pedidos de cartões. Marchesín voltou a surgir para evitar o golo a Rafa e Odysseas respondeu com uma intervenção à cabeçada de Marega. Eis que, do nada, Taremi tem uma entrada violenta e deixa o FC Porto a menos, aos 73’.
Curiosamente, a oportunidade que se segue é portista, com Marega a falhar de forma incrível. Jesus e Sérgio foram ao banco - um para carregar na frente e outro para resistir atrás, até pela fadiga. Acabou 1-1, sim senhor, porém este foi mesmo um jogo com muito para contar, até depois do apito final: nova batalha, agora de egos, e conversa nada amigável entre treinadores. Também é clássico.
"Jogo difícil para as três equipas"
"Foi um jogo difícil para as três equipas, muito competitivo, com uma intensidade acima da média", disse Sérgio Conceição. O treinador do FC Porto abordou ainda a expulsão de Taremi: "Ficámos reduzidos a 10 e muitos dos jogadores tinham 120 minutos nas pernas, do jogo na Madeira [frente ao Nacional para a Taça de Portugal]."
Jesus: "Benfica perdeu dois pontos"
"Quem viu o jogo percebeu que o Benfica perdeu dois pontos. Dominámos sempre o jogo e não posso estar feliz com este resultado", disse esta sexta-feira Jorge Jesus após o empate no Dragão, acrescentando: "Pelo que fizemos devíamos ter ganhado. Ainda não consegui pôr esta equipa a jogar com os fusíveis todos ligados."
Conceição e Jesus pegados no fim do jogo
Sérgio Conceição e Jorge Jesus pegaram-se no fim do jogo e tiveram de ser separados. "Eu estou insatisfeito pelo empate, o treinador adversário está satisfeito", disse Sérgio Conceição. Jorge Jesus só comentou que a conversa fica entre os dois técnicos.
Análise ao jogo
Positivo: Pressão e resistência
Planeamento de Jesus explorou as debilidades dos laterais portistas e pressionou a saída de bola dos dragões, com intensidade que não se viu na Supertaça. Dragão resistiu na inferioridade e até ia marcando.
Negativo: Taremi arriscou tudo
O avançado iraniano até marcou o golo do FC Porto e apresentava a inteligência que lhe é característica, mas que desapareceu momentaneamente na entrada ao tornozelo de Otamendi. Expulsão justa.
Arbitragem: Questões disciplinares
Sem grandes casos nas respetivas áreas, fica a análise à disciplina. Demorou a puxar dos cartões e valeu a chamada do VAR para entrada violenta de Taremi. Mas Pizzi também deveria ter visto o segundo amarelo, em lance com Corona.
Análise aos jogadores
FC Porto - Mexicano Corona foi o dínamo do dragão até ter forças
Marchesín –Ação decisiva ao cair do 1º tempo, com uma defesa com o ombro. Outras defesas importantes.
Nanú – Muitas dificuldades. O 0-1 e quase todas as jogadas de perigo do rival surgiram no seu raio de ação.
Mbemba – Poucas vezes conseguiu dobrar Nanú. Ainda assim positivo.
Pepe – Sem reação no golo dos encarnados. Também esteve em apuros, ora por Seferovic ora por Darwin.
Zaidu – Raramente subiu pelo seu flanco, até porque Rafa nunca o permitiu.
Sérgio Oliveira – Entrou bem mas perdeu fulgor. Depois do descanso e até ter pilhas foi importante.
Uribe –Dois remates e pouco mais. Sem chama.
Luis Díaz – Apagado. Ainda assim dois remates perigosos.
Taremi – Marcou mas manchou a exibição com um vermelho direto.
Marega – A falta de Pizzi logo a abrir parece ter condicionado. Desviou ligeiramente no lance do 1-1 e esteve perto do 2-1 num cabeceamento perigoso.
João Mário –Ajudou no lado direito da defesa.
Diogo Leite – Defendeu.
Evanilson – Para refrescar.
Grujic – Para queimar.
Benfica - Grimaldo foi o joker numa águia sem medo e muito agressiva
Odysseas – Seguro e determinado. Um punhado de defesas importantes.
Gilberto – Integrou bem o ataque, mas é ele quem mete Taremi em jogo no golo.
Otamendi – Trouxe músculo. Bem nos duelos nas alturas. Rijo.
Vertonghen – Não facilitou e jogou simples. Um cabeceamento perigoso.
Nuno Tavares – trouxe profundidade. Começa a jogada do golo do Benfica.
Weigl – Agressivo e muito intenso no meio-campo. Decisivo a travar os dragões.
Pizzi – Menos criativo, mas continua perigoso. Tem um cruzamento para Darwin que rematou ao poste.
Rafa – Criou desequilíbrios, com boas arrancadas. Viu Marchesín negar-lhe um golo. Interventivo.
Darwin – Um remate ao poste, após passe de Pizzi. Marchesín tirou-lhe um golo com uma defesa ortodoxa.
Seferovic– Às vezes longe da baliza, mas é ele quem assiste Grimaldo no golo.
Chiquinho – Refrescou e viu um amarelo.
Everton – Uma bomba que saiu por cima da baliza.
Waldschmidt – Bom passe, mas Seferovic chutou mal.
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