Pressão sobre a saída da bola e sobre Grimaldo dá nova vitória ao FC Porto diante do Benfica num grande jogo.
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Num jogo que lhe pode abrir as portas do título, Bruno Lage resolve inventar. Retira Cervi do onze. Mexe no que estava bem. Já Sérgio Conceição aposta na mesma receita do jogo da Luz – bolas altas para cima de Grimaldo e passes a rasgar entre Grimaldo e o central. Se a mina está ali, para quê procurar noutras zonas? E Sérgio vence bem grande espetáculo de futebol.
O jogo começa e o domínio do FC Porto é total. Aos 7’, Pepe falha golo de cabeça frente a Odysseas. Três minutos depois chega o 1-0. Otávio explora as fraquezas de Grimaldo, parte-lhe os rins com um drible, centra e Sérgio Oliveira responde com um remate de moinho para um golo indefensável.
O Benfica começa a tentar responder com a aflita defesa a subir finalmente, em obediência aos repetidos gestos de Bruno Lage. Aos 18’, chega o empate. Centro de Rafa na direita, cabeça de Chiquinho para excelente defesa de Marchesín. A bola fica a saltar a um metro da linha de baliza, Vinícius antecipa-se a Pepe e faz um golo fácil. O VAR demora cerca de 2’ a validar o golo com as suas linhas para avaliar o fora de jogo.
O jogo entra então na fase amarela, com Soares Dias a distribuir cartões para baixar a agressividade dos atletas. Já amarelado, Taarabt corta um centro de Corona com o braço. Corre o minuto 34. Soares Dias decide não expulsar o benfiquista. No seguimento do livre, Ferro faz mão na bola em plena área, num lance com Soares. O árbitro vai ver as imagens e aponta para penálti. Marca Alex Telles, que faz o 2-1, aos 38’.
O domínio do FC Porto é total. O Benfica não consegue ter bola e o seu flanco esquerdo é um passador, com Grimaldo incapaz de se encontrar e Ferro incluído no desastre.
E é nesse filão de ouro que o Porto minera a pepita do 3-1. Aos 44’, Otávio coloca a bola nas costas de Ferro, Marega arranca, faz centro rasteiro, que Rúben Dias corta para a baliza, num infeliz autogolo.
Na segunda parte o FC Porto não consegue repetir a pressão sobre defesa e médios contrários. O Benfica logra trocar a bola. Pizzi começa a descobrir-se a jogar. Aos 50’, Rúben Dias, descaído sobre a direita, coloca uma bola na área do FC Porto, Rafa domina e toca para Vinícius que, com remate rasteiro e cruzado, faz o 3-2.
Pepe comanda a defesa, apesar de inferiorizado. Mas continua desastrado no ataque. Aos 53’, falha golo, sozinho, frente a Odysseas, com um remate ao lado. O bandeirinha marca fora de jogo. Mas, se a bola entra, o VAR validaria o golo.
O FC Porto está sem energia. O Benfica ataca mas sem génio. Bruno Lage acaba o jogo com três pontas de lança, mas sem bolas que permitam sequer aspirar ao empate. A vitória assenta bem ao FC Porto num grande jogo de futebol.
ANÁLISE DO JOGO
Um flanco a menos
Para vencer o Benfica, o treinador da equipa do FC Porto tem usado uma estratégia militar de há milénios. Há um flanco fraco no lado do opositor? É por aí que atacamos. O que poderia fazer Lage? Tirar Grimaldo destes clássicos? É capaz de não ser má ideia.
Dragão mandão
Pode haver muita coisa estranha em volta da equipa de Sérgio Conceição. Porém, esta mostra-se unida em torno do líder. Sérgio Oliveira fez um grande jogo, Corona também esteve em grande plano. Todos deram o máximo em busca de uma vitória essencial.
Perdido na relva
Artur Soares Dias não chega à nota negativa, mas está lá perto. Gestão esbanjadora de amarelos que depois leva a gestão duvidosa de segundos cartões. Apitou algumas faltas inexistentes em lances aéreos. Mas não estragou o espetáculo. O que é sempre de louvar.
Análise ao clássico por jornalistas do CM
Sérgio Oliveira marca o ritmo - Por Mário Pereira
Marchesín – Boa defesa, que ficou incompleta no 1º golo do Benfica. A palmada não afasta a bola.
Corona – Um poço de criatividade a jogar de trás para a frente. O bailado na frente de Rafa é uma pérola.
Pepe – Agressividade contagiante. Mas está mal. Falhou golos e posicionamentos defensivos. Nova lesão.
Marcano – Surpreendido pela antecipação de Chiquinho no 1º golo do Benfica.
Alex Telles – Assertivo a defender. Enorme disponibilidade no apoio ofensivo. Irrepreensível no penálti.
Uribe – Começou bem. Bons passes à distância. Mas depois esteve pouco interventivo. Esperou pelo jogo ao invés de ir à procura dele.
Otávio – Um dos pilares da equipa. Excelentes ações individuais no 1º golo e no início da construção do 3º. Caiu na segunda parte.
Luis Díaz – Deu profundidade à equipa pelo flanco esquerdo. Quando acelerou foi sempre um quebra-cabeças para André Almeida.
Marega – Explorou bem o calcanhar de Aquiles da defesa do Benfica: o espaço entre Grimaldo e Ferro.
Soares – Grande mobilidade. Ganhou um penálti.
Mbemba – Entrou bem e cumpriu.
Manafá – Libertou Corona da tarefa de defender.
Vítor Ferreira – Ainda a tempo de criar perigo.
Vinícius manteve águia no jogo - Por Filipe António Ferreira
Odysseas – Sem culpa nos golos, foi importante no segundo tempo, com duas boas defesas.
André Almeida – De positivo no jogo, o início da jogada que deu o golo de Vinícius.
Rúben Dias – Foi um dos menos maus na defesa benfiquista. Apesar do autogolo, importante no lance do 3-2.
Ferro – A ver passar o jogo e Marega. Não se entende com Grimaldo. Desposicionamentos fatais.
Grimaldo – Os jogos com o FC Porto parecem ser os mais complicados para o espanhol. Este sábado voltou a falhar, e de que forma. Otávio agradeceu.
Weigl – Pouco intenso nos duelos a meio-campo. Onde estava ele na cobertura no 1-0 e no 3-1?
Taarabt – A pancada na cara logo a abrir afetou-o. Poucas vezes conseguiu sair. No lance do 3-1 podia ter feito mais para matar a jogada.
Pizzi – Mais um jogo a doer e mais um jogo inexistente.
Rafa – Poucas arrancadas. Viu-se no cruzamento que viria a resultar no 1-1 e na assistência perfeita para o 3-2.
Chiquinho – Um cabeceamento improvável no lance de Vinícius. Remate perigoso após o intervalo.
Seferovic – Quase marcou.
Samaris – Para refrescar.
Dyego Sousa – Estreia.
OLHAR DO ADEPTO
Aníbal Pinto - Comentador CM/CMTV
O resultado é justíssimo. O FC Porto dominou o jogo de forma clara e, à semelhança do jogo da primeira volta, o resultado até peca por ser escasso. Taarabt tinha de ter sido expulso, mais do que uma vez.
Grande festa no Estádio do Dragão, ficando mais uma vez demonstrado que o FC Porto é superior ao Benfica. No confronto direto, o FC Porto marcou cinco e sofreu dois golos, sendo a supremacia clara. Estamos na luta e o campeonato vai ser disputado até ao final.
Leonor Pinhão - Jornalista
Declarações dos treinadores Sérgio Conceição: "Equipa teve um grande caráter"
"Tivemos inúmeras oportunidades. O Benfica fez golo na 1ª vez que foi à baliza. Na 2ª parte exatamente igual. A equipa não baixou o ritmo e emocionalmente teve um grande caráter", completou o técnico do FC Porto. Questionado se a luta pelo título está relançada, o treinador foi claro: "Nós acreditamos sempre. Este é mais um jogo e não interessa ganhar se no próximo não dermos uma resposta positiva e se não trouxermos os 3 pontos de Guimarães. Isto é uma maratona e acreditamos muito no que fazemos".
Sérgio Conceição dedicou a vitória à filha do animador musical do Dragão, que sofre de doença oncológica.
Bruno Lage: "Fizemos de tudo para ganhar"
"Fizemos de tudo para ganhar, era essa a nossa motivação. Saímos daqui com quatro pontos de vantagem e não podemos deixar de correr e de jogar. Os adversários têm de jogar melhor do que nós e de correr mais do que nós. Temos de continuar nesta dinâmica", acrescentou o técnico dos encarnados.
Sobre o facto de o FC Porto ter encurtado a distância para o primeiro lugar, Bruno Lage disse que o alerta é "máximo" em todas as ocasiões: "Nunca relaxamos em nada, a nossa motivação é vencer jogos."
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