A edição de hoje
Grande exibição do espanhol tira três pontos ao Benfica.
Quem acha que um jogo de futebol não pode ser resolvido pela grande exibição de um guarda-redes deve atentar no que se vê neste clássico na Luz. É Casillas quem desequilibra para o lado do FC Porto com um punhado de defesas que negam golos já a rebentar na garganta dos milhões de benfiquistas. Na outra baliza, Júlio César deixa-se bater com muita facilidade no golo com que o FC Porto empata a partida. Já vamos aos golos.
Ambas as equipas apresentam o ponto fraco na posição três da defesa. Dois estreantes. Tremeu mais o sueco benfiquista do que o nigeriano portista. O Benfica chega sempre com grande facilidade à área portista. A equipa de Peseiro não vem para defender o empate. Sabe que só a vitória interessa e, assim, virada para a frente, deixa espaço que os velozes benfiquistas vão explorar durante todo o tempo.
Sem um grande Casillas na baliza, este jogo pode acabar em goleada a favor do Benfica. E tudo parece apontar para mais uma exibição categórica dos artistas da Luz, quando, aos 18’, Renato Sanches faz um passe brilhante para Mitroglou afagar com o pé esquerdo e rematar com o direito, sem hipóteses para Casillas.
Dez minutos depois, o FC Porto empata com um remate defensável de Herrera, da esquerda para a direita, a que Júlio César não chega. Com a bola sempre jogada rápido pelas duas equipas, são do Benfica as melhores oportunidades. Realce para uma grande defesa da Casillas, aos 35’, a remate de Jonas.
Na segunda parte, as características do jogo continuam. O Benfica tem as melhores oportunidades, mas falha o alvo ou vê Casillas cada vez mais gigante. Na manteiga das defesas, sem solidez nem rotinas, é Aboubakar quem consegue o único golo do segundo tempo. Aos 65’, Brahimi e André André tabelam e o ponta de lança encontra espaço nas costas de Lindelof para, com o pé esquerdo, bater Júlio César. Logo de seguida, Casillas faz a defesa das defesas para evitar um ridículo autogolo de Indi.
O Benfica perde discernimento e o FC Porto recua as linhas. Vitória até lança Salvio. Em busca de um milagre? Ou para dar minutos a um grande jogador enferrujado? Os últimos minutos de um jogo destes, com a derrota a desenhar-se, não parecem a situação ideal para devolver à competição um génio parado há quase um ano.
Em suma, o Benfica não merece a derrota, mas Casillas fez tudo para merecer a vitória.
Benfica perde quinto clássico
O Benfica quebrou ontem a série de 11 vitórias seguidas em várias competições, oito delas na Liga. O desaire frente ao FC Porto foi o segundo da época frente aos dragões (0-1 no jogo da primeira volta).
Foi ainda a quinta derrota em cinco jogos com os rivais tradicionais: além das duas com o adversário de ontem, ambas no campeonato, o Benfica perdeu também com o Sporting três vezes, a saber: 0-1 na Supertaça; 0-3 na Liga; e 1-2 na Taça de Portugal, após prolongamento. A equipa da Luz revela assim uma total incapacidade nos duelos com as equipas com quem está a competir na luta pelo título.
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Análise ao jogo
Positivo: Peseiro ousado
O técnico do FC Porto mostra coragem ao enfrentar o Benfica de peito aberto, com uma equipa virada para o ataque. Só a vitória mantinha os azuis-e-brancos na corrida. E a vitória chegou.
Negativo: plantéis curtos
Ambas as equipas têm falta de mais um central de primeira linha. Como vai o Benfica enfrentar a Liga dos Campeões e a luta pelo título com apenas dois centrais de qualidade garantida?
Arbitragem: grande arbitragem
Sereno, com boa leitura de todos os lances e pouca vontade de dar um concerto de apito. Artur Soares Dias abrilhantou o espetáculo com classe e sobriedade. Os jogadores ajudaram.
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